domingo, 21 de setembro de 2014

Bolsa Família

Sou a favor de programas sociais desta natureza por causa da imensa desigualdade que nosso país apresenta. O Brasil é décimo país mais desigual do mundo, sendo que é a sétima maior economia do mundo, ou seja, tem pouca gente ganhando muito dinheiro para muitos ganhando pouco. O abismo é imenso. Gerar renda para os mais pobres é positivo, diminui a diferença apesar de não ser sustentável, mas diminui a quantidade de miseráveis que não tem nem o que comer.

Não é com este programa que o Brasil vai se tornar um país igualitário e é praticamente uma esmola que o governo dá em caráter de misericórdia. Acho muito triste nós termos que chegar a este ponto, mas considero necessário. Quem critica não sabe, mas o bolsa família varia entre R$22,00 a R$200,00 e só contempla pessoas com renda familiar abaixo de R$140,00. Acho que poderiam até aumentar o valor para, pelo menos, um salário mínimo. O Bolsa família é a junção de cinco programas sociais do FHC: o Bolsa Escola, o Auxílio Gás, o Bolsa Alimentação e o Cartão Alimentação. Umas das minhas críticas em relação ao programa é dele ter eliminado o requisito principal do bolsa escola: a exigência de matricular o filho na escola.

Em minha opinião, os programas sociais deveriam exigir contrapartidas dos beneficiados mesmo que a principal função dele seja o combate à pobreza. O programa deveria ter um planejamento de tornar o cidadão produtivo para ele não precisar mais daquela renda nos próximos anos. É a mesma idéia de “ensinar a pescar”. A educação é a melhor forma de investir num país para reduzir a desigualdade. Todos os que fossem beneficiados deveriam estar matriculados em alguma escola, mesmo os adultos, em cursos profissionalizantes ou mesmo de alfabetização para os miseráveis. Não importa o nível educacional que você esteja, desde que tenha a intenção de progredir individualmente. Não se deve aceitar a própria desgraça como ato divino.

Outra coisa que defendo é da não perpetuação do benefício. Tudo tem que acabar um dia, não é possível que esta verba seja paga indefinidamente. Pode começar com um valor alto e a cada ano que passe diminua um pouco. Podemos fazer um planejamento de 10 anos e a cada ano que passe diminua 10% do valor pago até que no final o benefício se extingue. Uma pessoa que ganha dinheiro sem nenhuma contrapartida e sem expectativa que ele vai acabar acaba se acomodando. Faz parte da natureza humana, qualquer pessoa tem comportamento similar em outras áreas.

Além da exigência do estudo para se ter acesso ao benefício, incluindo freqüência mínima de 90% das aulas e o atingimento de nota mínima, poderíamos incluir outras exigências a fim de melhorar a vida da população a longo prazo. Uma delas seria a obrigatoriedade da pessoa buscar emprego toda semana. E se conseguir um emprego, ter um aumento de verba no bolsa família. Assim incentivaríamos à ele querer trabalhar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Não vai ter copa?

A Copa no Brasil, como era de se esperar, foi uma desculpa para que houvesse obras superfaturadas e que não cumprissem todas as melhorias acordadas relacionadas ao transporte público. Torraram grande parte do dinheiro que poderia ser mais bem empregado para a população. Nas Olimpíadas acontecerá a mesma coisa, todo mundo sabe. É triste constatar que a corrupção virou regra e não exceção no nosso país, não nos surpreendemos quando algo deste tipo acontece.

Ano passado houve grande movimento de protesto que se iniciou com as tarifas de ônibus e se estenderam pra Copa do Mundo e tudo o que havia de errado no Brasil. Deixou de ter um foco e virou uma modinha sair, protestar, depredar e roubar. Era uma verdadeira zona de guerra no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Diziam “não é apenas por 20 centavos”. O governo recuou do aumento, transferindo o gasto para outros serviços públicos e o gigante voltou a dormir. Era sim pelos vinte centavos.

Agora próximo à Copa do Mundo começaram a falar de novo em protestos para aproveitar o grande evento como chamariz. Agora começaram a gritar “não vai ter copa”. Sinceramente, pra que? Já provaram que em matéria de ideologia é um zero a esquerda. Se fossem engajados mesmo, teriam selecionado pautas para reivindicações e continuado nas caminhadas de protestos que tinham iniciado. Ficaram um ano dormindo e agora vão voltar para aproveitar politicamente do grande evento.

Se eles fossem realmente contra a copa, porque não começaram a protestar sete anos atrás quando o Brasil foi escolhido para os jogos? A hora ideal seria exatamente aquela, quando ainda não havíamos gasto nada e ainda dava tempo de transferir para outro país melhor preparado. Eu queria ter uma copa no Brasil porque gosto de futebol e sempre sonhei em assistir os jogos do mundial, mas ao mesmo tempo também não queria por saber que os corruptos iriam aproveitar e roubar mais ainda, o que de fato aconteceu. Mas agora, a um mês do início, com todas as obras feitas, com todo o dinheiro gasto, já era. O prejuízo já foi feito, basta aproveitar o evento. Pra que iniciar apenas agora um movimento de “não vai ter copa” quando sabemos que vai sim ter copa. Onde vocês protestantes estavam quando todas as decisões estavam sendo tomadas? Dormindo provavelmente.

Pra mim esses protestos são puramente políticos. Claro que no meio da massa acabam aparecendo gente de bem que se entusiasma com o espírito de querer uma mudança no país. Eu mesmo me animei nas caminhadas “pacíficas” que aconteceram em 2013 achando que finalmente o gigante havia acordado, claro que nada aconteceu após isto. Quer protestar contra o preço da passagem, contra a situação da saúde, do dinheiro gasto indiscriminadamente na Copa? Beleza. Temos todo o direito de fazer isto. Mas acho que o futebol não tem nada a ver com isso. É um evento esportivo que eu gosto de assistir, não sou um alienado. Quem critica costuma dizer que o povo vê a seleção ganhar e esquece dos reais problemas do país. Eu não.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Beatles - Please Please Me

Tudo o que conheço dos Beatles de termos musicais são as coletâneas e as principais músicas mesmo, nunca me aprofundei muito no material. Sempre ouvi falar sobre a evolução do seu som e das composições de Lennon/McCartney, então resolvi ouvir suas músicas em ordem cronológica e conhecer as músicas mais obscuras que muitas vezes são melhores que as famosas.

Claro que eu sei que os Beatles foram a boyband dos anos 60 assim como muitas bandas condenáveis são hoje em dia, com a diferença é que eles tinham talento. A forma de apresentação era pra conquistar a atenção da mulherada mesmo, mas desta vez prestei atenção nas músicas e fiquei impressionado. Absolutamente todas as músicas falam de amor, de um cara apaixonado por uma mulher e de que foi chutão e que está chorando, resumindo um disco bem grudento nas letras apesar de ser rock.

O que traz uma discussão que tive com uma amiga sobre como avaliamos se uma banda é boa ou não criticando suas letras. Às vezes falamos mal de bandas brasileiras de Axé ou samba em que as letras só falam de amor e estar apaixonado, mas esquecemos que outras bandas consideradas boas falam da mesma coisa em tempos diferentes. O problema se resume ao gosto musical e cada um e não que uma é melhor que a outra. É por causa dessas músicas que vemos porque eles viraram febre na época e as mulheres gritavam em seus shows.

Já as melodias são boas, mas elas têm aquela roupagem dos anos 50/60 e os Beatles foram influenciados por cantores norte-americanos de blues e rock. As músicas têm aquela roupagem da época e por causa da limitação do vinil, nenhuma das 14 músicas tem mais de 2 minutos de duração, feita para se tocar no rádio, coisa rápida.

Outro detalhe interessante é a utilização de músicas de outros compositores, covers. Metade do álbum não foram eles que compuseram. Entretanto as músicas estão bem próximas de suas canções originais. Dessas a melhor é Twist and Shout, que foi eternizada no filme “Curtindo a vida adoidado”.

“Misery” é o tipo de música de corno, pra chorar por nada dar certo com o cara. Se fosse traduzida pro português, poderia muito bem ser adaptada para uma dupla sertaneja. Na verdade tem muito a ver com meu estado de espírito agora. “Anna” é legal para mandar para uma amiga que se chama Ana. Gosto de músicas que tem uma cadencia mais lenta, diferente das outras mais rapidinhas. As melhores do disco, em minha opinião, são essas duas que citei mais a Twist and Shout e A Taste of Honey, que é uma levada bem diferente de todo o resto do disco. Das quatro que eu mais gostei, 3 são covers de outras bandas e uma o John Lennon tinham composto pra dar pra cantora Helen Shapiro, que recusou. Até agora não conheci realmente os Beatles de verdade.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Guerra dos Sexos

Hoje em dia anda tendo um debate sobre a liberdade da mulher na sociedade e de como o mundo é machista e tal. Incomoda-me, pois os debates geralmente são tendenciosos para o publico do qual eles fazem parte e vão defender seu lado custe o que custar. Eu acho os homens e mulheres mais parecidos do que as pessoas acham que são, a começar do lado biológico.

Nós nascemos iguais desde a concepção até em meados de 3 meses, quando o bebe começa a tomar forma do sexo ao qual vai se desenvolver. Assisti a um documentário no Discovery channel em que mostra como o sexo vai tomando forma. É uma coisa muito curiosa pois o formato do sexo é o mesmo. Onde fica a vulva se fecha e ele vai para fora se tornando o pênis do menino. E no caso da mulher, o penis vai pra dentro se tornando o clitóris. A diferença entre os dois seres é apenas um detalhe. Claro que tem outras modificações no corpo, mas basicamente é isso que nos faz diferente, praticamente nada.

Já no lado comportamental, acredito que nosso jeito de ser provém de duas fontes: uma que já vem conosco de nascença e outra que é ensinada pela sociedade. A sociedade impõe a nós um comportamento aceitável que ela quer que adotemos. Se formos diferentes, ela nos lembrará diariamente que estamos nos desviando da conduta esperada. Digo sociedade como todo mundo. Tanto o homem quanto a mulher querem que as mulheres sejam de determinada forma. E vice-versa. Ambos esperam que o homem adote outro tipo de comportamento. Então o jeito da mulher ser diferente do homem é muito influenciado pelo ambiente ao qual você vive. Se não houvesse interferência externa, seríamos mais parecidos entre si.

Hoje eu estava lendo um texto sobre Wicca e as palavras agridem meus olhos. Do mesmo jeito que fomos criados nestas religiões soberanas patriarcais em que o homem é quem manda, a Wicca mostra o lado inverso, uma sociedade matriarcal onde a mulher é quem manda. Na minha concepção, ambos errados. Em um mundo perfeito, que nunca existirá, todos poderiam adotar o comportamento que quisessem e seriam livres para fazer o que bem entendesse desde que não interferisse no modo de vida do outro cidadão.

É por isso que quando há discussão sobre o papel do homem ou o papel da mulher na sociedade, eu me desinteresso sobre o assunto. Começa uma discussão de que a mulher é importante por causa de alguma coisa ou que o homem tem que ser o responsável por outras coisas. Pra mim não se deve separar por sexo, deveríamos discutir o papel do indivíduo, do ser humano na sociedade, independente de qual posição social ocupe.

sábado, 3 de maio de 2014

Jogador número 1

É um livro futurista distópico que usa muitos elementos de realidade virtual como Ghost in the Shell, Matrix ou mesmo Neuromancer. O ano é 2044 e a sociedade entrou em colapso, crise social onde grande parte dos cidadãos não tem alternativas para sobreviver. Como toda boa ficção, é apenas uma exacerbação da nossa própria sociedade atual, exagerada em alguns pontos para mostrar aonde podemos chegar caso soluções não sejam desenvolvidas desde já para evitar este estilo de vida degradado. Gostei muito da construção deste universo alternativo. A comunidade mais pobre, no livro, viverá em grandes favelas feitas através do empilhamento de trailers em grandes andaimes. Será um mundo sem lei onde todos estarão conectados a um sistema online de realidade virtual chamado OASIS, que é uma alternativa para escapar de um mundo real horrível.

O OASIS é o que o Second Life seria se tivesse dado certo. É uma transposição de realidade onde as pessoas usando luvas e óculos especiais podem literalmente viver outra vida mais agradável, com um nível de sensibilidade beirando ao real. Exceto para necessidades básicas do corpo físico como comer, dormir ou defecar, todos estarão online para viver. O personagem principal, Wade ou Parcival, estuda em uma escola virtual no OASIS, o que achei uma ótima idéia para nosso mundo real já que universaliza o estudo e o conhecimento à todos como a internet tenta fazer hoje em dia através de Wikipédia e vídeos de aulas auto-instrucionais.

O criador deste mundo é James Halliday, uma espécie de Steve Jobs do livro que vem a falecer e não tem herdeiros. Então é divulgado um vídeo onde ele ativa um concurso para herdar o controle total do OASIS e mais sua fortuna de USD 240 bilhões. O concurso é como se fosse um jogo online para localizar três chaves escondidas na simulação. E o tema que mais Halliday gosta é o universo dos anos 80, onde viveu sua infância. Então todos os jogadores e nós leitores embarcamos num estudo da cultura pop da década de 80 para tentar decodificar pistas para encontrarmos juntos as chaves. Para quem viveu uma parte dos anos 80 o livro é uma delícia, pois relembra muitas coisas das quais já vimos e gostamos, ativando uma nostalgia daquela época. Talvez quem não conheça este período pode não aproveitar a história em sua plenitude. Músicas e filmes dos anos 80 são usados nas quests, mas basicamente a história usa os jogos como base. Eu não sou muito fã de games, apesar de ter jogado muito na minha infância, mas mesmo assim gostei.

A experiência do leitor depende muito do grau de envolvimento que desenvolve com a história. Se você embarcar no universo criado, vai se divertir muito com o cenário pós apocalíptico criado. Se não, vai achar uma grande galhofa de história repetida já vista com outros cenários. É preciso certa abstração, uma imersão na história, uma suspensão de descrença para que a leitura seja prazerosa. Apesar de várias referências a livros mais inteligentes, a história é feita para o público teen, um tipo de Percy Jackson para gamers. Então aquele leitor mais xiita que gosta de coisas mais complexas não vai se conectar muito aos personagens que são quase todos crianças e adolescentes.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Homem Bicentenário

Mais conhecido como o filme do Robin Williams, O Homem Bicentenário é baseado em um conto do mestre da ficção científica Isaac Asimov que provavelmente foi o escritor que mais escreveu sobre robôs na vida. Este conto está incluso no livro Visões de Robô, que estou lendo atualmente, e não é tão brilhante quanto eu achava que seria nem em relação à outros textos do mesmo autor. Mesmo assim vale a leitura, principalmente por ser de fácil entendimento e curto, oposto do filme que é muito longo. Sempre que leio o livro que deu origem a um filme, gosto de comentar a relação e a adaptação do texto à imagem. Exercício que aprecio para aqueles que não leram a obra original.

Até que eles passaram bem a idéia principal, mas fizeram dezenas de adaptações que prolongaram o filme desnecessariamente. Tudo bem que para conseguir um longa metragem baseado em um conto, talvez seja necessário a inclusão de alguns fatos que alimentem mais um aspecto da história deixando-a mais profunda. O problema é quando o roteirista se empolga e inventa muitos acontecimentos que não fazem parte do original, excluir partes interessantes e, o que é pior, alterar cenas.

Adaptação é uma coisa complicada, nunca vai agradar 100% dos fãs e a gente já tem uma certa suspensão de descrença para aceitar o que vier. Mas o que mais causa irrita no filme é a história direcionada à família, mais água com açúcar, comédia romântica. Não me entenda mal, eu gostei do filme. Só que o Robin Williams já tem cara de sessão da tarde e as comédias que faz também são do mesmo naipe.

Vamos por partes. A parte inicial onde Andrew, o robô, começa a se desenvolver com o primeiro senhor é excelente, fiel ao original. Só que percebemos a necessidade do diretor de criar alguns conflitos desde já, como a irmã da menininha ser malvada. No original não existe isto, a família é ótima. Posteriormente o filho da menininha vai ser um dos personagens que mais vão ajudar Andrew a progredir, mas no filme é retratado com a mesma mesquinhez da outra menina. No conto, quem faz a vez dos vilões é a sociedade preconceituosa da rua, são personagens aleatórios de fora.

Uma das coisas que mais irritam no filme e que não existe no texto é o romance que o Robin Williams tem com a neta da menininha. Uma enrolação água com açúcar bem chata e sem necessidade. A motivação inicial do personagem não precisava deste incentivo a mais, ele já queria se transformar em humano desde o início. O fato dele se desenvolver em relação a criação de órgãos artificiais para uso dos humanos foi fielmente seguida do conto. Mas ele que fez tudo sozinho, não teve ajuda daquele cientista gordinho e da robô fêmea do filme.

E não é todo mundo que tem seu robô no futuro, como é mostrado no filme. No conto, só alguns privilegiados tem este privilégio. E o primeiro senhor dele é um político, um senador, por isto a oportunidade de ter um desses. Logo depois de descobrir que Andrew pensa por si só, a US Robotics interrompe a venda de robôs e começa apenas a arrendá-los com uma mente coletiva ligada à sede da empresa. Com isto os futuros robôs não poderiam mais ter a possibilidade de desenvolver uma mente única.

De resto, a discussão sobre o que define ser um humano e de como um robô pode se transformar em um é a mesma em ambas as mídias e muito interessante.

domingo, 20 de abril de 2014

Homem da ciência, Homem da fé

Eu tenho um pensamento à base da lógica, vejo as coisas através de fatos e conseqüências onde tudo é explicado por causa das ações que tomamos como uma matemática onde o resultado de dois mais dois sempre dará quatro. Apesar de ter sentimentos como qualquer outro, eu me considero um homem da razão. Uma decisão a ser tomada não pode se deixar ser influenciada pela emoção que sempre estraga tudo. Uma emoção forte sempre atrapalha o técnico, o pensamento se dispersa, a concentração vai pro espaço e aquela pessoa que tem o conhecimento não consegue resolver o problema por causa da interferência do lado sentimental. É uma fraqueza. Uma pessoa que tenha um bom autocontrole dos seus sentimentos estará fadada ao sucesso, conseguirá atingir seus objetivos mais facilmente do que aqueles que se perdem com questões menores durante o percurso.

Fazendo uma analogia com o esporte, atletas com autocontrole conseguem se sobressair em suas respectivas modalidades. Federer, o tenista mais completo e vitorioso da história do tênis é conhecido por ser frio durante o jogo que pode ter até quatro horas de duração com muitos momentos de alta e baixa. Sua concentração é grande não se deixando abalar com os percalços pelos quais passa durante a partida, parece uma geladeira. Gostaria de ser o mais próximo desses exemplos de superação.

É por causa dessa certeza que me perturba o fato de que as emoções causam um grande impacto sobre mim. Acontecimentos a minha volta com pessoas das quais tenho carinho e fatos que ocorrem comigo de modo emocional causam estragos que não sei como lidar. É como um fracasso pra mim que pensa racionalmente. A vida é cheia de decepções e temos que lidar com elas no dia a dia, mas algumas realmente fazem efeito negativo sobre mim que eu deveria relevar, ignorar e superar. Mas isto não acontece. O negativismo fica e não sai, os pensamentos começam a rodar na minha mente como se fosse um vírus, impedindo que eu faça o que deve ser feito.

Amigos meus dizem que eles não estão nem ai com a situação de merda na qual passam. Estão como um cavalo num desfile, cagando e andando. Algumas vezes eu acho que eles mentem pra se mostrarem superiores. Outras vezes até acredito que eles não ligam e invejo seu autocontrole emocional, procurando usá-los como exemplos nas próximas vezes que sofrer um impacto de mesma natureza.

Gostaria de ter menos emoção e mais razão, como um robô, para que estes fatos não me prejudiquem como ser humano em busca de minhas aspirações. Será que é por isso que adoro Asimov? Seria bom ser como os Vulcanos e reprimir nossos sentimentos.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Polícia e estudantes

Devido ao recente passado brasileiro de controle do exército na política nacional e repressão dos jovens e da liberdade de ir e vir e de pensamento, entendo a preocupação que a população tem em relação da polícia com a população. Mas o oposto da ditadura é a anarquia, que só beneficia arruaceiros e bandidos de todo tipo. A anarquia, a meu ver, é como o apocalipse onde não existem leis, controles e direitos, vale a opinião do mais forte, sem escrúpulos. O cidadão de bem perde com os dois cenários opostos, a idéia seria algo no meio, com certo controle sem ser muito intensivo.

A polícia entrar no campus da USP é fato pra sair nos jornais de todo o país como um ultraje, uma volta do controle dos universitários, uma repressão. Acho um absurdo esta visão esquerdista. Nem na época quando eu tinha um pensamento de esquerda estrema e adorava partidos como o PSTU eu concordava com esta visão. Sem a polícia, um controle por menor que for a barbárie reinará. Vários casos de assaltos e mortes vivem ocorrendo na cidade universitária com estudantes vítimas sem ninguém a quem recorrer. Alguns estudantes se julgam no direito de fazer o que bem entendem sem nenhum controle, invadem prédio da reitoria, depredam equipamentos pagos com os impostos da população, fumam maconha, não tem aulas e ainda culpam o governo. Parecem crianças. Sei que podem ter problemas de gestão que merecem protestos de algum tipo para reivindicar seus direitos, mas nada justifica as coisas que ocorrem.

Os movimentos de protestos de 2013 foram simbólicos e mostraram que a população pode sim mudar os rumos de um país se tiver vontade e perseverança. Pena que acabou rápido e nada aconteceu depois, foi uma modinha de inverno por causa de R$0,20. O pior das manifestações foram os crimes, a bandidagem, os roubos, a depredação e toda a violência. A polícia interviu agressiva e sem preparo, imbecil, o que aumentou mais a ira dos revoltosos. Quando viu que fez merda, recuou. Mas parece que eles mudam da água para o vinho, é oito ou oitenta. A partir deste fato os policiais nada faziam deixando bandidos praticarem grande quantidade de crimes sem reação da polícia que não protegiam os cidadãos de bem. Se a polícia reprime, são repressores. Se não reprimem são incompetentes.

As universidades são os centros de produção de cabeças pensantes do futuro que preparam novos líderes, novos políticos, gente que pode mudar nossa realidade e tentar transformar nossas vidas para melhor. Mas os estudantes também fazem merda.

sábado, 5 de abril de 2014

O Segredo de Luisa

A princípio não tinha nenhuma expectativa em relação a este livro que foi me oferecido por minha irmã que emprestou dizendo ser bom. A capa era bonita e o título instigante, logo inclui na minha lista de leitura. Com algumas páginas lidas consegui captar a mensagem e a idéia central do autor. O livro é uma tentativa de misturar texto técnico com um romance, uma história fictícia, onde se conta como uma pessoa pode criar de desenvolver uma nova empresa do nada, é um livro de empreendedorismo.

O autor, conforme constatei no prefácio é um teórico do assunto, já tendo lançado vários títulos a respeito e este livro é uma tentativa de facilitar a compreensão do tema utilizando de uma história mais de fácil assimilação pela população em geral, tática empregada em diversos livros de assuntos mais complicados. No início a história de Luísa até me pegou e comecei a ver algumas similaridades com minhas aspirações de crescimento, gera uma empatia com os personagens e suas motivações e acho que todo mundo tem uma família como a do personagem principal.

Mas tenho uma crítica ao livro. Conforme a história da menina do interior de Minas Gerais se desenrola, no texto o autor introduz termos referentes ao empreendedorismo que ele julga que merece maiores explicações ao leitor. Então são inseridos caixas de notas explicativas durante todo o livro, não apenas com pequenas informações, mas boxes de páginas inteiras com informação técnica do que se é tratado na história. Não sou contra quadrados onde tem mais informações sobre o texto, mas acho que foi demais, em grande quantidade. Às vezes estávamos entretidos com a história de Luisa e de repente apareciam três boxes pra explicar qualquer coisa em relação à construção de uma empresa. E a história convencional continuava páginas a seguir, onde era novamente interrompida para mais explicações.

Não achei válida esta mistura de texto técnico e ficcional por atrapalhar a assimilação dos dois públicos. Quem procura e gosta apenas da história da Luisa, vai odiar estes textos explicativos. Quem quer mais informações sobre o assunto de empreendedorismo, vai achar que tem muito blábláblá e pouco conteúdo. Em minha opinião o livro deveria ter apenas o texto ficcional. Se a pessoa se interessar, compraria um segundo livro apenas com as informações técnicas sobre como abrir uma empresa. Enfim.

Eu me identifiquei com a história e percebi que abrir uma empresa é muito mais difícil do que imaginamos. No livro, a Luisa sabe fazer uma excelente goiabada, daquelas caseiras vendidas em cidades do interior de Minas Gerais. Logo ela pensa em comercializar em grande escala já que seu produto é amplamente aceito pela população. Quantas vezes a gente se julga bom numa coisa e tenta ganhar dinheiro com aquela atividade? Parece que a coisa mais difícil é produzir o produto, o resto vem mais fácil. No livro é ensinado exatamente o contrário. Realizar o serviço é fácil, administrar uma empresa que é o mais complicado. Com a leitura percebi que é uma coisa extremamente difícil mesmo. Não que eu não soubesse que seria complicado, mas é mais do que eu pensava.

Apesar dos pontos negativos que levantei, aconselho a leitura para as pessoas que tem interesse em começar um novo negócio, pelo menos para ter uma leve idéia das agruras do que se espera. Mas não aconselho para quem busca apenas uma historinha, não vale a pena.

sábado, 29 de março de 2014

Driblando no Anhangabaú

Trabalho próximo ao Vale do Anhangabaú, bem no centro velho de São Paulo, onde ocorrem grandes eventos organizados tanto pelo governo quanto pela população e também tem muitos moradores de rua e cheiradores de cola como também assaltantes em geral. Nunca fui alvo de um apesar de passar por lá diariamente, mas o risco sempre existe.

Numa tarde qualquer, saindo do serviço senti vontade de tomar uma cerveja. O dia foi puxado e sai um pouco com a cabeça ainda se desgrudando do serviço, ainda não tinha me desligado totalmente. Comprei uma latinha e sai caminhando e bebendo. O metrô mais perto era da São Bento, mas eu não queria chegar próximo à catraca do metro e ter que ficar parado tomando a cerveja pra só conseguir entrar assim que esvaziasse a lata. Eu queria ir tomando e quando chegasse na hora de entrar no metro, já estivesse vazia. Então decidi ir caminhando pelo vale e entrar na estação Anhangabaú que ficava do outro lado e pra mim não funcionaria do mesmo jeito. Daria tempo de beber tranquilamente, aproveitar uma leve caminhada de alguns minutos e ainda mais ouvindo uma música no celular.

No meio do caminho vejo vinho em minha direção um mendigo banhado em sangue, com a cabeça toda vermelha pingando, uma cena chocante. Ele estava segurando um jornal amassado na cabeça, provavelmente onde tinha sofrido o ferimento, tentando conter o sangue. A única coisa que eu e outra pessoa que estava passando na hora foi para com uma cara de espanto e observar a cena. Ele passou muito rapidamente, com se estivesse se afastando de algum local, sumindo em alguns segundos ao se dirigir sentido Sta. Efigênia. Fiquei pensando o que teria acontecido, ainda pouco atordoado com a imagem.

Voltei a caminhar para o meu destino original quando vejo três caras vindo ao meu encontro. Não eram mendigos e nem moradores de rua pelas suas roupas, mas tinham uma atitude de malandro de bandido. Aparentemente eram eles que tinham agredido aquele mendigo, pois apareceram quase imediatamente depois. Na minha frente iam duas mulheres juntas e um deles mexeu com elas. Mas como estava perto eles desistiram das moças e vieram diretamente pra mim. Na hora eu me lembrei de um vídeo que tinha assistido naquele dia do perigo de se usar o celular como mp3. O fone de ouvido indica ao ladrão onde esta exatamente o celular a ser roubado. Eu tinha sido pego em flagrante e nem deu tempo de tirar os fones do ouvido já que eles estavam bem diante de mim.

Tentei desviar, mas eles estavam em três e bloquearam a passagem. Na hora pensei no mendigo agredido e no meu celular no bolso, só imaginei o pior. E o cara que tinha mexido com as meninas veio com aquele jeito malandro de andar dizendo: “E esse celular ai?”. Pensei “fudeu!”. Eu ainda estava segurando a latinha de cerveja na mão. Não sei de onde surgiu a ideia, mas executei imediatamente. Estendi a lata, ainda quase cheia, ao cara e ofereci confiante e com atitude: “Quer uma cerveja ai?”. Ele esboçou um sorriso e pegou a lata da minha mão virando para seus comparsas. Neste micro segundo eu me desviei e segui sentido ao metro na mesma hora, driblando-os.

Eu poderia ter sido agredido, ter tido um celular relativamente caro e dinheiro roubados, mas fui salvo por uma cerveja de R$2,50 semi bebida.

terça-feira, 25 de março de 2014

Grupos no bar

Encontros em bares, para tomar uma cerveja, rever amigos, conhecer pessoas novas e conversar sobre os mais variados assuntos é ótimo. Mas outro dia fiquei pensando sobre o papel de cada um que participa numa mesa de bar. Quando todos são conhecidos e se juntam, é mais fácil a diversão de todos, mas mesmo assim causa alguns problemas.

A mesa ideal deveria ser composta de quatro a seis participantes, independente do grau de relacionamento entre eles. Se eles forem amigos, podem conversar sobre um assunto só que os satisfaça e todos contribuem com opiniões. Se forem desconhecidos, podem aos poucos ir se soltando com a ajuda do álcool e conhecendo-os de acordo com suas opiniões. Nesta mesa o assunto é único em que todos compartilham.

Com mais pessoas, a mesa tende a ser maior e as pessoas ficam muito separadas entre si. A pessoa de uma ponta da mesa não consegue ouvir o que o da outra ponta está falando. Neste caso começa-se a abrir duas frentes, duas ou mais conversas paralelas de acordo com a disposição dos integrantes. Se forem amigos não têm problema exceto se o assunto que você tem interesse em conversar está sendo abordado pela outra rodinha.

Agora se são pessoas desconhecidas podem acontecer duas coisas: uma que pode gerar alguma conversa mais interessante de um casal que pode dar frutos depois da noite. Outra que vai gerar um novo grupo de amizades, mas isto depende da abertura que estas pessoas desconhecidas dão. Se forem fechadas, tímidas ou não estiveram muito afim, vai travar e ser uma merda. O legal é que tenha pelo menos alguém conhecido na mesa para se sentar junto, de preferência do lado. Estar sozinho numa mesa em que os outros se conhecem exceto você também não é legal. A mistura de dois grupos seria mais interessante.

Quanto maior a quantidade de pessoas numa mesa pior é, a menos que você esteja ao lado de pessoas das quais compartilha afinidades, que sejam agradáveis e tenha assunto. A quantidade de grupinhos que se formara será imensa e a tendência é que a mesa se disperse. Outro problema de grandes grupos que se reúnem numa mesa de bar é a hora em que todos chegam. O ideal é que eles se reúnam e vão juntos ao local se formando na mesma hora. Dá uma sensação de união. Aquelas mesas em que uns chegam no início e aos poucos vão chegando pessoas novas não é boa por não integrar os novos participantes com os antigos de forma plena. Já chegam separados e as conversas tendem a ser separadas do mesmo jeito, só compartilhando a mesa.

O pior mesmo é quando têm banda e pista de dança, ai a coisa se perde totalmente. O assunto é outro. A idéia é o bar/boteco, com mesa, bebida e comes. Nó máximo uma musiquinha de fundo ou um maluco no violão. Numa balada rolam outras regras que convém uma discussão num texto diferente.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Não existe igualdade

Existe muito desnivelamento no mundo, cada pessoa é de um jeito diferente com suas qualidades e defeitos, ninguém é perfeito. Enquanto uns são mais esforçados no intelecto, outros têm mais gosto por desenvolver o físico. A pluralidade da população, a miscigenação de raças, o diversidade das personalidades é o que dá mais brilho, mais riqueza em cada uma das pessoas. A melhor coisa, em minha opinião é conhecer 10 pessoas com 10 personalidades e físicos totalmente diferentes entre si. O pior é conhecer um grupo de pessoas com o mesmo pensamento bitolado, a mesma chapinha no cabelo e a mesma roupa aceita no grupo, coisa bem chata. Com toda este diversidade é claro que tem gente que se sai melhor dependendo do assunto em que se trata.

Existe um consenso popular na nossa sociedade de que todos somos iguais e que se autodenominar melhor o faz ser um arrogante estúpido. Deve-se ressaltar de que somos iguais perante a lei, mas no sentido de termos as mesmas oportunidades que todos. Mas ninguém é igual e ninguém tem a mesma habilidade que outro. É uma coisa difícil de se fazer não importa o pais, pois sempre quem tem dinheiro e poder dá um jeito e ser beneficiado por causa da influência que exerce sobre o mais fraco. Mas o fato de uma lei existir pregando a igualdade dá certa liberdade ao menor se esforçar em sair do fundo do poço e tentar se sobressair no mundo dos grandes. Depende muito do esforço pessoal.

Além da lei dos homens existe a lei religiosa, baseada na bíblia, de que todos somos filhos de Deus e que nos fez a sua imagem e semelhança e que ele nos ama igualmente. No caso do sentimento pode ser até verdade, não dá nem pra debater intenção e sentimento de um Deus. A lógica diz que sim e a gente quer acreditar nisto. Mas Ele nos fez cheio de problemas. Ele foi injusto com muita gente fazendo nascer com problemas físicos, de saúde e com muitas coisas negativas. Se ele fizesse todos iguais, nunca daria o corpo defeituoso pra um e com saúde pra outro. Somente as religiões que acreditam em outras vidas podem explicar que os defeitos vêm de vidas pregressas, a única lógica plausível que vejo. Enfim.

Ou seja, são duas leis que pregam a mesma coisa. E ambas estão erradas no final das contas. Sempre tem alguém melhor ou pior que você. Podemos citar qualquer assunto, tem alguém que já nasceu melhor que você ou que aprende mais rápido que você. Quantas vezes vemos uma pessoa comer uma coisa e engordar e outra comer o dobro e nada acontecer? E quando alguém estuda um assunto por uma hora e aprende mais rápido do que a pessoa que estudou o mesmo assunto por dez horas? E o que come carne com gordura e fuma igual à uma chaminé tem saúde pra dar e vender enquanto o cara que se cuida e só come vegetais tem colesterol e triglicérides nas alturas? Podemos ter o mesmo direito e oportunidade de concorrer a alguma coisa, mas tem gente que nasceu melhor que você por inúmeras razões que vai ganhar. Nasceu mais forte ou mais inteligente por motivos de genética, de criação ou espiritual, tanto faz. Ele já é melhor que você e mesmo que se esforce, nunca vai chegar a seus pés.

Claro que a maioria das pessoas geralmente se encontra num patamar intermediário que possibilite, com esforço, superar o concorrente. Mas algumas pessoas terão que se esforçarem mais do que outras pra ter alguma chance de competição. A vida é injusta com algumas pessoas, quer você queira ou não.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sonhos de Robô

Sempre fui fã e Asimov desde pequeno, quando li Eu Robô. E desde então sabia que ele era conhecido por ser o escritor com mais gabarito para falar de robôs. Mas ele não escreve apenas sobre isto. Li também a série Lucky Starr onde ele escreve romances sobre um patrulheiro estelar que junto com um marciano passa por vários problemas. Li também um livro chamado Os viúvos negros, coisa totalmente fora da área da ficção científica, pelo qual é conhecido, onde discute problemas existenciais com um grupo de idosos intelectuais, também excelente. Na verdade até hoje nunca li nada dele que não fosse excepcional.

Após muitos anos sem rever sua obra, resolvi pegar o “Sonhos de Robô”, na área mais própria. Inicialmente não sabia, mas também é um livro de contos. Diferente do que eu pensava, os contos não são apenas sobre os Robôs, mas existem outras histórias excelentes sobre ficção científica ou pensamentos sobre a vida. Selecionei alguns dos melhores para comentar.

Sobre robôs: O pequeno robô desaparecido e Sonhos de Robô. O Asimov foi o criados das 3 leis básicas da robótica onde limita a liberdade de ação deles, mas em suas histórias o autor usa de artimanhas para dobrar a lógica comum e colocar o robô em conflito com suas diretrizes. É um exercício maravilhoso tentar raciocinar com o protagonista em como resolver as equações propostas e burlar o problema das leis.

Apesar de serem contos que podem ser lidos independentes dos outros, as histórias pertencem a um mesmo universo, que são geridos pelos mesmos personagens e ambientes e se prestar atenção existe uma cronologia de fundo. Algumas coisas aparecem em mais de um conto como a doutora Susan Calvin, uma robopsicóloga e o computador central Multivac, uma clara referência ao que se tornaria a internet nos dias de hoje. Asimov foi um visionário, prevendo muita coisa que acontece hoje e que tende a acontecer no futuro não muito distante.

Já o que mais me impressionou foi a qualidade dos textos que não se trataram sobre robôs. Toda excelente ficção científica tem uma discussão sociológica profunda de background, por exemplo:

Os incubadores – Sobre um cientista tão inteligente e acima do pensamento dos outros que não vê mais sentido numa vida sem desafios.
A Hospedeira - Discute coisas como a morte por inibição e o advento de uma raça parasita sem que saibamos da existência.
O Fura-greves - Conto que faria funcionários públicos grevistas adorarem e que também discute sobre preconceito.
Verso de luz - Também fala sobre preconceito e de como cada um de nós somos perfeitos nas nossas imperfeições. É Deus que nos cria assim e cada característica que nos define faz parte de nossa personalidade e são coisas valiosas.
O garotinho feio - Sobre a nossa responsabilidade com os experimentos científicos quando envolve outros seres. Hoje em dia pode-se fazer um paralelo com o caso dos Beagles e dos ratos de laboratório de São Roque.
Democracia eletrônica - Uma interessante idéia de como uma eleição poderia ser realizada quando não se puderem consultar os eleitores.
A mulher da minha vida - E se um computador pudesse escolher a mulher perfeita pra gente?

Mas os melhores contos são sobre assuntos existenciais. Asimov era ateu, como todo com cientista, mas pensava sobre a vida após a morte e o sentido da vida. Ele escreveu histórias excelentes como as seguintes:

O que os olhos vêem – Como seria a vida daqui a milhões de anos quando a nossa consciência for mais importante do que o corpo físico. De certa forma ele fala sobre quando o ser humano se tornar espírito.
A última pergunta – Quando o planeta Terra estiver se extinguindo e a entropia começar a fazer efeito no Universo.
A última resposta – O melhor texto que já li dele. Uma pessoa morre e se encontra com um ser do outro lado da vida que lhe explica o que existe no além.

Asimov é obrigatório.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Evento de quase-violência no trem

Sou usuário do trem diariamente para me locomover do meu bairro para o centro da cidade em São Paulo. Mesmo saindo em um horário um pouco melhor da hora do rush, ainda sim enfrento desconforto e problemas nas viagens. Mas vivenciei uma situação incomum e resolvi relatar aqui para conhecimento público.

Para aqueles que não utilizam este meio de transporte, deve ser difícil imaginar ou visualizar a situação que vou descrever, mas é comum ao trem chegar e os passageiros entrarem correndo como uma manada de búfalos para conseguir um lugar para sentar, principalmente se for uma estação inicial como é a Luz. Coloquei até um vídeo ao lado pra se ter noção do que estou falando. O curioso é que às vezes nem é porque existe muita gente, mas é que os ogros querem sentar, apenas isto. O trem, muitas vezes, fica vazio, mas esse povo quer desesperadamente sentar e não medem esforços para isto.

Neste dia não foi diferente. Eu sempre dou um pequeno espaço para os desesperados entrarem e logo depois eu vou. Quando eles entraram se empurrando, um cara alto se revoltou e uns três se estapearam, um dando soco no outro. Dois caras se sentaram correndo e o alto ficou de pé xingando. Este cara alto tinha uma prótese na mão e usava bengala, mas os outros dois nem deram bola. Como eu havia dito, tinha um assento para deficientes vazio, dez metros de distancia de onde os outros dois estavam, no qual o cara alto de bengala se sentou. Mas eles não pararam de trocar insultos, enquanto nós passageiros acompanhavam a discussão de pé.

Em um momento um dos dois caras grita: “Você é muito trouxa, não ta vendo que tem lugar pra você ai.”. O cara de bengala se levantou com raiva e disse “Ah, eu sou trouxa é? Sou trouxa? Deixa eu te mostrar o trouxa.”. Neste momento puxou sua mochila e começou a tentar abrir o zíper. Houve certo momento de pânico entre as outras pessoas. |Umas duas meninas correram e ficaram atrás de mim, me usando como escudo. Eu estava entre os dois, mas não exatamente na linha do tiro e sim um pouco pro lado. Mesmo assim era perigoso. Vai que o cara, com a prótese, mirasse mal? Iria acertar qualquer um.

Enquanto o cara alto de bengala ainda tentava abrir a mochila, uma das mulheres começou a implorar para que ele se acalmasse e parasse o que estava fazendo. Ninguém mencionou a palavra “arma”. Mas todos nós sabíamos o que estava acontecendo. Gelei. Aos poucos ele desistiu e se sentou. O outro que estava xingando estava branco. Esse cara alto já era meio mal encarado, mas não pensava que estivesse nesta vibração. Ele continuou com a cara raivosa toda a viagem e não falou mais nada. O primeiro, que tinha ofendido o de bengala, ao contrário, ficava resmungando em voz alta com seu colega que o outro era um idiota que não precisava ter feito aquilo e tal. Eu só queria enfiar uma porrada neste imbecil. Ele não percebeu que o outro tinha uma arma? Cala esta boca, fica quieto. Ele era tão imbecil a ponto de querer se mostrar o machão para os outros e correr o risco de irritar o outro de novo. Acho que o cara de bengala fingiu que não ouvia esses resmungos, pois não fez mais nada a respeito, graças a Deus.

Com os problemas do dia a dia, a irritação a flor da pele, se as pessoas estivessem armadas haveria mais morte na sociedade. Qualquer briga seria resolvida à bala. É por isso que sou contra a venda e o porte de armas de fogo. Sei que bandido consegue uma arma clandestina quando ele quiser no mercado negro, mas quanto mais restrição houver, melhor para a sociedade como um todo.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Bem-vindo a casa e bonecas

A transição da infância para a adolescência é uma época difícil, apesar de fácil. Na infância não se tem preocupações em relação ao trabalho, sua única tarefa é estudar e brincar. Mas ao começar a ficar mais velho, começam-se os problemas, principalmente sentimentais. Nos vemos como adultos, mas ainda somos crianças. Temos consciência de muita coisa que adulto acha que não compreendemos. É uma mudança de vida e qualquer mudança é traumática, mesmo que depois seja boa e proveitosa.

No filme Bem-vindo a casa e bonecas a protagonista, Dawn, vive este momento com requintes de crueldade. Muitas coisas a gente acaba se identificando com a personagem mesmo não passando pelas mesmas coisas que ela vivenciou, mas no comportamento que apresenta. Quem nunca teve uma paixão escondida? Quem nunca teve problemas de relacionamento na escola? É claro que o filme coloca mais carga emocional em todos esses pontos e transforma a vida da Dawn em um terrível inferno. E o pior é que muitas crianças passam por isto todos os dias.

A Dawn é o protótipo do bulling. Se alguém ainda não sabe o que é bulling e os efeitos dele, é só dar uma assistida neste filme. A personagem sobre com gozações dos outros alunos e sofre sozinha e a escola se transforma num local de tortura medieval. Quando ela indiretamente busca socorro aos adultos, simplesmente é ignorada ou recebe outra forma de violência como castigos ou humilhações públicas. A sociedade é bruta e não liga pra você e no filme a menina recebe este comportamento e sentimento na cara. Temos que aprender a sofrer as frustrações diárias e se recompor no dia seguinte como se nada tivesse acontecido. É como o Stallone disse no Rocky Balboa numa parte bem marcante: a vida vai bater em você duro, mas não se trata de apanhar, se trata de o quanto você aguenta e seguir em frente tentando.

A gente vai cada vez mais entendendo suas ações da menina. O que acontece com as pessoas em geral é que elas refletem o que sentem e as amarguras da vida. Se ela recebe ódio, destila mais ódio. Se recebe amor, é uma pessoa mais amorosa. No filme, Dawn é xingada de lésbica na escola e o que ela faz quando chega em casa? Xinga a irmãzinha com a mesma coisa. Xingam o melhor amigo dela de bicha. O que ela faz? Repete o mesmo comportamento como condicionamento da vida. É como um espelho, refletindo apenas aquilo que recebe, sem absorver e tratar os sentimentos. Se recebe dor, reflete amargura. É por isso que nós devemos incentivar e praticar sempre bons sentimentos com as pessoas a nossa volta para que recebamos no futuro o reflexo que do emitimos. É como aquele ditado: “faça com os outros o que gostaria que fizessem por você”. Se você quer amor, deve fazer isso com as pessoas em geral, plantar a semente pra colher no futuro.

Com o decorrer do filme a Dawn vira um agente do caos, resultado de várias frustrações e humilhações recebidas por todos a sua volta. Mas apesar do tema o filme é bem tranqüilo e nada pesado. É uma tragicomédia com uns momentos impagáveis. Adoro personagens irritados como George Costanza do Seinfeld. Ela é um pouco assim neste filme.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Assalto a mão armada

Sonhei sofrendo um assalto a mão armada. Mais uma vez um sonho com assalto, que já virou recorrente. Ainda não sei identificar o porquê isto acontece, o que passa na minha vida para eu ter estes devaneios, mas é uma coisa que já virou rotina.

Desta vez eu estava com amigos num clube tomando cerveja é claro. É um sonho que derivava de outro que não me lembro muito bem, parece que eu estava voltando de um casamento ou era a festa do casamento. Enfim. O sonho anterior já tinha acabado e estávamos todos naquele sol de rachar do lado da piscina bebendo uma lata atrás da outra e se divertindo. Eu fui à piscina e na volta olho para o segundo andar, onde a maioria dos meus colegas estava, e pedi para jogar uma lata. O João, um dos meus amigos, gritava dizendo que tinha acabado e mostrava o isopor vazio, onde antes havia muita cerveja com gelo.

Olhei para o Marcelo, ao meu lado, e comentei que tinha acabado. Ele ainda tinha um pouco de cerveja e rachava com outro colega ao lado e tomaram o restante do copo. Em seguida ele pega o RG do bolso de trás que estava com um maço de dinheiro enrolado dentro e me estende dizendo: “pega o dinheiro e compra cerveja pra gente”. Eu fui puxando o dinheiro e não acabava mais, era aquele dinheiro de pinga, todo amassado. Ao pegar tudo em uma mão, segui em direção ao bar que ficava do outro lado do clube.

No meu sonho o clube era similar ao lado externo da estação São Paulo do metrô, um gramado grande e plano, com uma subida com escadas lá no fundo e até chegar lá havia várias entradas aos lados. Na caminhada até o outro lado eu tentava arrumar o maço na minha mão separando o dinheiro, vendo quanto tinha e colocando ao menos na ordem. Para minha surpresa tinha muita nota de um, já extinta. Sei que a gente não deve ficar contando dinheiro assim do nada, mostrando aos transeuntes o quanto temos em mãos, mas eu achei que dentro de um clube não teria problemas. Notei certa movimentação atrás de mim, dois caras andando próximos e estranhei, mas ali não tinha para onde fugir e também não estava tão preocupado assim, tinha muita gente ao redor e ninguém faria nada.

De repente um deles encosta com força o revolver nas minhas costas e os dois me arrastam para dentro de uma sala que ficava à direita, meio isolada. Ao me jogar no chão um deles já puxa minha carteira do bolso de trás, tira o dinheiro e joga a carteira no chão. Eles ficam gritando comigo, mas não entendo nada, só fiquei desesperado por causa da arma. Eu dei uma olhadinha de lado o assaltante apontou para a minha cabeça e fez mais ameaças. Nesta hora lembrei que ainda estava com as notas amassadas em minhas mãos e simplesmente soltei-as no chão. Eles pegaram as notas e fugiram.

Nessa hora só pensei em duas coisas. Do dinheiro do meu amigo e se eles tinham deixado meus documentos. De repente olho para os lados e vejo muita gente que participou do assalto, que provavelmente estavam dentro da sala, viram a movimentação e se esconderam com medo. Perguntei se os bandidos haviam pegado algo delas e aparentemente o único lesado naquela situação fui eu. Uma gorda toda hora insistia que eles me conheciam: “Cuidado, eles te conhecem agora”. Não sabia o que isto significava. Resolvi olhar minha carteira e procurei meus documentos e quando constatava que eles haviam levado também e que eu teria que fazer um boletim de ocorrência, acordei.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cicatrizes

Quando chegou as minhas mãos este quadrinho, pensei que ele tivesse qualidade inferior. As imagens eram legais e bem desenhadas, nada quanto a isto. O que aconteceu é que percebi que a história tinha poucos diálogos e muitos momentos com imagens contemplativas onde mostrava mais o estado de espírito da pessoa e do que ela estava sentindo através de imagens do que um texto explicativo. Só depois percebi que havia um motivo neste estilo.

Gosto de histórias como esta em que o próprio autor é o personagem principal e onde ele conta a história de sua vida. Comecei nesta seara quando li Gen Pés Descalços, quadrinho maravilhoso de Keiji Nakazawa sobre sua experiência em Hiroshima ou Maus, de Art Spiegelman. Neste quadrinho, a história não é tão pretensiosa, mas não menos dramática. Conta a infância de David Small, que passou por muitos problemas de saúde e de convívio com sua família quando criança. Além de ser sempre pressionado e reprimido em suas ações e seus pensamentos pelos pais, teve um câncer na garganta provavelmente provocado pelo seu próprio pai em alguns experimentos médicos.

Com a extração do câncer, ele ficou uma boa parte de sua vida tentando recuperar a fala. Foi ai que entendi o estilo do quadrinho com mais imagens e menos diálogos, mesmo que os outros interlocutores pudessem falar. Aquela era a visão dele mesmo em relação às outras pessoas ao seu redor. Em muitos momentos entendemos perfeitamente a emoção gerada em alguns eventos relatados na história apenas pelo olhar de um personagem que segue em vários quadros. Ele passou muito tempo desenhando, pode ter certeza.

É uma história rápida de se ler. Mas demorada de se digerir e absorver. Li em apenas dois dias, mas estou pensando nela por semanas. As pessoas não entram em nossas vidas por acaso. Existem coisas que acontecem conosco quer queiramos quer não, coisas ruins e boas. No caso da história do quadrinho, o autor sofreu muito e comeu o pão que o diabo amassou, deixando cicatrizes não apenas no pescoço, mas em sua alma. Ele suportou aquela situação, mesmo vindo de pessoas que ele amava e conseguiu dar a volta por cima ao se tornar um quadrinista e escritor. Uma boa leitura para se refletir, ver como nossas experiências nos afeta e o que podemos fazer para continuar evoluindo, não deixar que a coisa ruim nos afete e que barre nossos sonhos.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ondas celulares

Voltando pra casa em um dia desses, meu fone de ouvido deu pau e fiquei sem a música que me acompanha em todas as viagens. A música serve de acústica para que eu tenha o mínimo de concentração na leitura diária em meio aos passageiros tagarelas que me cercam. Um mínimo de conversa já me distrai, principalmente se o texto é um pouco mais complexo do que o normal. Tentei a princípio continuar apesar do falatório. Quando existem duas ou mais conversas paralelas eu até consigo ignorá-las, pois elas formam um barulho só, uniforme, em que não se distingue nada. Mas no caso deste dia em particular havia apenas uma conversa, bem ao meu lado, na verdade um monólogo por telefone da moça que estava falando com seu namorado, falando não, brigando.

É impressionante com a nossa atenção é voltada para coisas tão supérfluas e que não nos dizem respeito. Meu interesse aumentou tanto que desisti por completo da leitura e até guardei em minha mochila com o intuito de não me atrapalhar no acompanhamento dos acontecimentos futuros entre o casal. Não assisto, mas até entendo o fascínio que Big Brother e novela despertam na população. Saber da vida alheia é instigante. Mas a mulher falava alto pra todo mundo ouvir, então não é nossa culpa de ter ouvido tudo. Invasão de privacidade seria se nos aproximássemos para ouvi-la falando baixinho. Mas no caso ela não estava nem ai pra que estivesse ouvindo, então nós estávamos autorizados a desfrutar daquele momento intimo alheio.

Embarquei na história dos dois, embora só ouvisse a versão feminina. Logo nosso entendimento da conversa deve ser visto através de um filtro de incredulidade, já que normalmente a mulher adora distorcer os fatos. Então não podemos julgar algo só com esta versão. Ao que pude entender, o camarada havia pisado na bola com ela na noite anterior onde os dois haviam marcado um encontro no bairro do Paraíso e ele chegou bem mais tarde deixando-a plantada esperando. De acordo com a mesma fonte, ele decidiu resolver todos seus problemas pessoais antes de encontrá-la e por isso se atrasou. Então ele colocou seus interesses pessoais ANTES dela, colocando a no final de uma escala de importância em sua vida.

A partir daí a discussão começou a avançar em relação ao histórico. Nesta hora a mulher é mestre absoluta, resgatando acontecimentos do arco da velha para usar como argumento e provar por A mais B que ele não presta. E às vezes eu achava que eles tinham terminado a ligação porque ficava um silêncio durante um bom tempo. Ela, no caso, era bem paciente e ouvia tudo o que o outro dizia e o cara provavelmente era bem prolixo, deveria ser o Fidel Castro dos relacionamentos, enchendo de argumentos, desculpas e acusações. Ai começa aquelas coisas dizendo que um fez tal coisa e o outro não reconhece. Um faz tudo e o outro não faz nada. Começou a ficar chato bem na hora de eu descer. Sinceramente estou pensando em tratar mal as pessoas. Mulher só gosta de homem cretino.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Toda escolha é uma perda

O mundo prega um otimismo exagerado e às vezes é bom por incentivar as pessoas a tomar atitudes e ser mais corajoso e proativo. Diz a filosofia comum que devemos nos impor, ir atrás daquilo que queremos e colocar a mão na massa. A vida nos impõe várias escolhas e na maioria das vezes não sabemos qual é a certa. Somos obrigados a seguir nosso feeling, quando não temos experiência ou histórico que ajude a tomar o caminho correto. Acontece que mesmo optando errado algumas coisas acabam dando certo lá na frente. Nesses momentos vem um religioso e diz: “Deus escreve certo por linhas tortas”. Se isto lhe traz conforto, creia nisto. Mas acredito que não existem caminhos certos ou errados, apenas modos de viver a vida diferente. A opção tomada naquele momento pode não ser igual a que escolhêssemos com uma cabeça diferente.

Ao sermos corajosos e optarmos pelo caminho A, automaticamente estamos descartando os caminhos B, C, D, E, etc. Há mais perda que ganho nesta equação. Claro, somos apenas uma pessoa e não é possível se fazer tudo ao mesmo tempo, não dá pra assoviar e chupar cana. Obrigatoriamente teremos que escolher aquilo que mais nos define, que nos trás prazer e paz de espírito e que lá no íntimo pareça o mais certo. Quando este caminho se mostra errado depois de um tempo decorrido, olhamos para trás para aquele momento da escolha e nos sentimos uns retardados mentais de ter escolhido aquilo. É tão óbvio hoje que era pra ter seguido aquela outra opção, mas na época não sabíamos. A vontade que desperta é de voltar no tempo e seguir aquela outra opção bem mais interessante. Entretanto acredito que tanto a opção B, quanto a C ou D além dos benefícios esperados terão problemas que não temos hoje. Cada escolha, por melhor ou pior que seja, gerará ganhos e perdas equivalentes tanto como qualquer outra.

Olhe para trás e ou invés de ver as coisas que escolhemos, veja a vida para a qual você disse NÃO. Foram apresentadas oportunidades que, dentre outras, dissemos que não serviam pra gente e simplesmente descartamos. É muito doloroso. Nossa cabeça diz que poderíamos ter tido vidas melhores caso aproveitássemos melhor o que a vida nos trouxe de bandeja. Mesmo sabendo que nada é certo, tudo é variável no tempo e na vida, dá uma agonia de ter feito escolhas erradas durante a vida. Olho para trás e não gosto do que construí. Eu gostaria de ter a cabeça de hoje no corpo daquele menino de 12 anos com muitos planos na cabeça e sem saber o que era a vida. Se nem hoje eu sei, imagina na época. Gostaria de ter lido On the Road, do Jack Kerouac, quando adolescente. Talvez eu tivesse uma vida mais aventureira. Sinto-me como o Jim Carrey no filme Sim Senhor! .

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Entrevista com as feministas

Resolvi escrever algumas linhas sobre este assunto depois de assistir ao vídeo sobre a entrevista com feministas no Espírito Santo. Aconselho a visualização dele, logo abaixo do texto. De certa forma as mulheres se saíram mal na entrevista. Pode-se dizer que o entrevistador escolheu mulheres sem preparo e sem conteúdo pra responder à altura, mas são universitárias. E alguém pode dizer que o objetivo era apenas ridicularizar o movimento, mas discordo. Apesar de levar a entrevista com um pouco de humor, em nenhum momento ele ridicularizou a entrevistada em minha opinião. Achei alguns pontos bastante interessantes para aprofundar em relação ao pensamento dessas ativistas que lutam em prol da igualdade dos gêneros e o fortalecimento da mulher.

Violência machista - Todas as entrevistadas disseram com veemência que sofrem violência machista diária. Ao serem questionada a citar exemplos dessa violência, não souberam explicar com detalhes o que sofriam. Tudo bem que existe o machismo em muitas situações, mas não é este abacaxi todo que dizem. Ao vê-las falar, parece que elas moram no Afeganistão sob o regime Talibã. Tem gente que gosta de bancar a vítima, não é por ai que as mulheres devem levar a discussão.

Prostituição - A mulher não quer ser tutelada pelo homem, ser explorada como antigamente. Beleza. Mas ao citar a luta da ONU em legalizar a profissão da prostituição as entrevistadas quase surtaram de ódio. Para elas a prostituição é o exemplo claro de opressão do homem sobre a mulher. Discordo. Geralmente quem se prostitui, o faz por livre e espontânea vontade, salvo algumas exceções. O homem compra este direito e a mulher vende, como uma negociação normal. Ou seja, existe consenso. A mulher quer ser livre para escolher o que quer fazer? Então ela deveria ser livre pra praticar a prostituição também. O corpo é dela e ela faz o que bem entender. Do mesmo jeito que muita mulher gosta de cobrir o rosto por causa da religião mulçumana. Para nós católicos do ocidente pode parecer uma agressão contra a mulher, mas é a religião deles e muita mulher realmente segue e gosta. Agora quem somos nós para dizer o que é certo e o que é errado? Se ela não quer seguir a religião e o homem forçar, ai sim é opressão. Mas se ela faz porque quer, não. Do mesmo jeito a prostituição. Do mesmo jeito o aborto. Tudo bem que neste assunto tem outras coisas a analisar como o direito a vida do bebe, que dá mais pano pra manga. Mas vamos relevar este lado por enquanto. Elas têm o direito de fazer o que quiser com seu corpo. Não é a luta pela liberdade da mulher?

Romantismo - O Romantismo acabou então? Uma das bases do romantismo moderno é o homem ser responsável pelo cuidado da frágil mulher. Seja pagar a conta no restaurante, como abrir a porta do carro para ela sair, casar com ela e colocar um anel de noivado para dizer à sociedade que ela a pertence. O homem está cuidando dela. Na sociedade de antigamente, machista, somente o homem podia trabalhar e a mulher cuidar da casa. Claro que o homem era obrigado a cuidar de todas as necessidades dela. Se hoje a mulher quer lutar contra isto, na prática está abdicando do romantismo clássico, pelo menos pras feministas mais hardcore.

Igualdade? - Será que as feministas querem mesmo a igualdade entre os gêneros? Pelo que eu vi o feminismo é realmente o oposto do machismo. Ao ser confrontada com uma pergunta onde a mulher ganha mais que o homem e que o manda lavar louça, nenhuma criticou a situação. Se a pergunta fosse oposta, elas bradariam enfurecidamente contra o homem que as oprimem. Quando é a mulher que está por cima tudo bem? Não entendi. Geralmente as mulheres feministas querem os mesmos benefícios que os homens, muito justo, mas não querem os mesmos malefícios. Se elas querem ser iguais, tem que ser em todos os sentidos.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Proteste Já + Porta da Esperança

Sonhei uma coisa interessante que pode ser até uma dica para a rede Globo ou qualquer outra emissora que queira fazer algo diferente e útil pra sociedade.

No meu sonho, na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, entre a Rua Xavier de Toledo e a descida para o Vale do Anhangabaú não existia a escadaria que tem hoje em dia. No sonho era apenas um caminho de terra em que a gente descia meio tropeçando. O engraçado é que lá em cima tinha uma porta verde escura de madeira bem antiga estilo colonial portuguesa com um trinco enferrujado e de difícil manuseio que não dava para lugar nenhum. Ela apenas separava da rua de cima para o caminho de terra abaixo. Era aparentemente um lugar que muitas pessoas passavam para ir aos seus respectivos serviços. Em algum momento eu enviei uma mensagem para a Rede Globo cobrando providências.

Já existem programas parecidos com o que eu idealizei. Uma coisa que gosto da Globo é que às vezes eles vão a algum lugar para ver se o poder público está presente, como uma cresce com teto caindo, um córrego que não está sendo tratado, alguma coisa dessas. Eles contactam a prefeitura e informam do problema. Claro que eles prometem uma resolução. Um ano depois eles voltam para o mesmo local pra ver se aquela promessa foi cumprida. No CQC da TV Bandeirantes eles fizeram o quadro Proteste Já que tem praticamente a mesma idéia só que com pitadas de humor. Minha idéia é que eles fizessem algo parecido, uma espécie de mistura entre o Proteste Já e a Porta da Esperança. O público mandaria mensagens para a emissora em questão e pediria algo que precisasse de resolução na cidade. Um deles seria agraciado em resultaria num programa na televisão.

No meu sonho o SPTV me chamou para mostrar que meu desejo tinha sido realizado. Chegamos à Praça do Patriarca e a tal porta verde estava lá como sempre. Olhei para o repórter, que era o Carlos Tramontina, e fiquei com aquela cara de dúvida como se dissesse “ué, cadê o serviço feito”. Ele sorriu e me disse que na porta eles não poderiam mexer, pois era tombado, era uma relíquia da época da colonização portuguesa e que não sairia dali, só aproveitaram pra dar mais uma pintada de verde escuro e deixar mais bonita. Eles ficavam filmando e observando minhas reações pra ver se eu tinha gostado. Ele me pediu para abrir a porta e a maçaneta não era normal como qualquer uma, ela se movia pra frente e era um pouco dura.

Quando abri, fiquei um pouco decepcionado. Como a emissora estava fazendo aquele programa e a expectativa estava em alta, eu estava esperando uma escada rolante. Mas era apenas uma escada normal. E pior, da porta para o começo da escada, existia um degrau muito grande de quase um metro de altura que tínhamos que saltar para descer. Uma pessoa idosa nunca passaria por ali. Então percebi um negócio verde de metal logo abaixo. O Tramontina me deu um controle remoto e pediu para eu apertar. Quando o fiz, aquela placa de metal subiu e se transformou numa rampa para deficientes ligando à rua de cima e o início da escada. Tentei descer pela rampa, mas quase cai já que ela era bem escorregadia e íngreme. O repórter disse que eu não apertasse o botão até o final e sim até o meio. Quando obedeci à instrução a rampa se tornou num degrau, permitindo minha descida.

Só depois que acordei percebi da idiotice de se fazer uma rampa para deficientes em cima de uma escada. Não iria adiantar nada. O que o deficiente iria fazer depois da rampa?! Outro problema era este controle remoto para controlar o primeiro degrau/rampa. Este problema eu pensei já durante o sonho. E se uma pessoa estivesse subindo, como faria para acionar o degrau? E se levassem o controle remoto embora? Eu enchi de defeitos o projeto e fiquei um pouco com dó do Tramontina, porque os repórteres estavam todos esperando que eu pulasse de alegria por ter realizado o “sonho”. Ao contrário, só criticava.

Depois que acordei achei até que era uma boa idéia esta de toda semana fazer uma obra pública realizando o desejo de alguém. E no meu sonho eles até diziam à empresa que estava patrocinando o programa que tinha feito a obra. A emissora só entrava com a publicidade, a empresa que desembolsaria o dinheiro para a realização do conserto. Fica a dica.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

4º Iron Maiden Run – Run to the Hills

De volta às ruas pra correr ouvindo o bom e velho Iron Maiden. Hoje, The Number of the Beast, um álbum de 1982 que fez história e é considerado o melhor de todos por muita gente, inclusive eu. As músicas sofreram grandes mudanças em relação ao tempo de Di’anno, uma evolução para se encaixar na voz do novo vocalista Bruce Dickinson, coisa que veríamos novamente do Blaze Bayley. Mas isto é uma história para outro dia.

A preguiça era imensa e eu já tinha protelado muito tempo. Por causa disto, resolvi enfrentar logo e correr, colocando meus planos em ação. O sol estava rachando, neste verão infernal, já era 10 a.m., mas ou eu corria esta hora ou não corria mais. Melhor tarde que nunca.

O disco The Number of The Beast deve ser o que eu mais ouvi na vida, fazendo com que eu saiba letras das músicas do álbum de cor. O problema é cantar correndo, coisa que ainda não tenho fôlego pra fazer. Depois da experiência de uma corrida de rua com um álbum tão conhecido por mim, cheguei à conclusão que para estes tipos de discos devemos colocar no modo ramdom para embaralhar a seleção das músicas. Dá um pouco de surpresa de qual vem em seguida e muda um o cenário. Mas mesmo assim é uma excelente seleção para corridas. O único problema é que ele é extremamente curto, apenas 40 minutos. Se você pretende ouvi-lo durante uma corrida de 10 km, ou aceite o fato que ouvirá as músicas pelo menos duas vezes ou inclua novas faixas para completar o percurso. Como a minha proposta é um álbum por corrida, aceitei o fato de ouvi-lo duas vezes.

O disco começa com uma porrada, Invaders, que fala sobre uma batalha entre Vikings e Saxões, na qual os Vikings saíram vitoriosos. As letras sobre guerra se tornarão muito comuns na carreira da banda. Essa é pra acordar mesmo e dar um ânimo no início da corrida.

Logo depois vem Children of the Dammed, uma balada excelente que não nos faz perder o ritmo. Outro fato que se tornará recorrente é a inspiração de filme e livros nas letras da banda. Esta se inspirou num filme de 1960 onde crianças detém poderes paranormais. Não vi este, mas assisti o remake do John Carpenter de 1995 que é excelente. Mais uma música baseada em filme é The Number of the Beast, inspirada em A Profecia, que eu vi quando criança e quase me caguei de medo. Não sei se produz o mesmo efeito hoje, mas é um clássico assim com a música.

A minha degustação das músicas era eventualmente atrapalhada por causa das inúmeras pessoas que lotaram a pista de caminhada e andavam sempre em dupla ou trio, impedindo minha passagem. Eu tinha que pular várias vezes pro meio da rua pra ultrapassá-las, pois não se tocavam que tinha gente mais rápida que eles. Até entendo, mas não aceito. Fui criado com um mínimo de respeito pelo espaço dos outros e gostaria de receber o mesmo tratamento, mas infelizmente isto não é possível. Teve um cara que atravessou a rua e entrou bem na minha frente vendo que eu estava correndo, me fazendo frear e interromper meu percurso, então e voltei a correr. Logo à frente vejo ele correndo mais rápido que eu e me ultrapassando, até ai tudo bem, que ele vá na paz. Mas depois de me passar uns três metros ele começa a correr mais devagar bem no meio do caminho, me atrapalhando de novo. Parece perseguição. Lá vai eu pro meio da rua de novo.

As letras das músicas é um ponto forte do Iron Maiden e as minhas duas preferidas do disco dão as seguintes: The Prisioner apesar de falar sobre uma série de televisão de mesmo nome me lembrou bastante do filme Thx 1138 pelo fato dos prisioneiros receberem números no lugar dos nomes. 22 Accadia Avenue fala sobre a ida dos caras da banda num puteiro, exatamente na Avenida Accania número 22. O legal é que a letra debate a situação da prostituta Charlotte, não condenando nem elogiando.

Run to the Hills é a música chave pra corrida por falar em… correr, claro. Além da música ser boa, a letra é interessantíssima que fala sobre a invasão da Grã-Bretanha na América e do massacre que eles fizeram em relação aos índios. A primeira estrofe da letra é focada no ponto de vista dos índios, enquanto o resto é sob o ponto de vista dos ingleses. Enquanto o seu início é de desespero e tristeza por ver suas terras invadidas e seus familiares mortos, o final é glorioso, com grandes soldados trazendo o progresso para terras sem lei.

Todo álbum do Iron Maiden tem uma música menos legal, nenhum é perfeito, nem este. Eu odiava a música Gangland antigamente e sempre pulava sua audição. Mas com o tempo fui percebendo que ela é boa, apenas a introdução na bateria que é fraca. Mesmo assim ainda permanece como a pior do disco. E o final vem Hallowed be thy name, considerada por muitos a melhor música da banda. Não sei se é a melhor, coisa muito difícil de dizer para um fã, mas com certeza é uma das melhores.

Apesar de ser o melhor álbum do Iron Maiden, não achei muito bom pra uma corrida, principalmente pelo tempo curto das faixas e porque eu já tinha ouvido demais as músicas. Acho que elas se dariam melhor numa coletânea e não apenas o álbum. Enfim, é minha opinião.

Percurso City América - http://t.co/5ZKVwKwKIM

- Quilometragem: 11,55 km
- Tempo: 1:06:36
- Ritmo médio: 5:46
- Calorias gastas: 985

- Quilometragem total: 41,55 km
- Tempo total: 4:06:28
- Ritmo médio total : 5:54
- Calorias gastas total: 3.459

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

3º Iron Maiden Run – Paul Di’Anno Days

A Terceira corrida que fiz em homenagem ao Iron Maiden foi na esteira mesmo. No dia anterior havia chovido muito em São Paulo, como quase toda tarde de janeiro, e fiquei com medo de chover durante minha corrida e danificar meu celular. Então fui na segurança do ambiente fechado e testar um aplicativo novo. Depois dos dois primeiros álbuns, esta corrida foi pra fazer um fechamento da primeira fase do Iron Maiden com os vocais do Paul Di’Anno e fazer um setlist de melhores músicas desta época para uma corrida de rua. Foi algo muito difícil de se fazer já que praticamente todas as músicas são boas.

Ouvi falar que o Keep Run era o melhor aplicativo para registro de corridas indoor, na esteira. Fiquei curioso de como isto aconteceria. Um aplicativo, através do GPS, marca distância e tempo de duração, fazendo todos seus cálculos baseados nestes dados. Como que ele marcaria isto parado numa esteira. Imaginei que ele utilizaria o pelo de estar subindo e descendo como parâmetro de passadas e ai sim calcular a distância. Tive uma decepção imensa. Iniciei a corrida normalmente como faço outdoor e depois de 10 minutos correndo recebo a mensagem que fiz zero metros de distância. Ou o aparelho não funciona ou eu não soube configurar direito. Desliguei imediatamente pra não ficar recebendo essa mensagem desanimadora toda hora e me concentrei na corrida que estava fazendo. Pelo menos o painel da esteira traria alguns dados a serem registrados.

Na rua consigo atingir a meta de 10km entre 55 minutos e uma hora. Mas na esteira nunca consegui atingir esta marca. Como um ambiente fechado é mais fácil, colocava uma inclinação de nível 5 para causar uma resistência grande e por causa disto nunca passei de 8,5km percorridos mesmo período de uma hora. Desta vez, como teste, diminui a inclinação para nível 2 para ver se conseguiria a mesma distância da rua. No final só atingi 9,27km, então acho que a diferença de esteira pra rua não é tão grande assim quanto eu imaginava. Na próxima vez vou correr sem inclinação nenhuma.

Para a trilha sonora, coloquei todas as músicas dos dois primeiros álbuns mais bonus track em modo shuffle/ramdom para escolher a ordem aleaória. A primeira foi Burning Ambition que me trouxe uma nostalgia danada da época do colegial, quando eu comprei este cd e ouvia diariamente. Foi o relançamento de toda a discografia do Iron até então e eu comprei alguns nesta leva. Nesta lista, cheguei à conclusão de que Prodigal Son deve ser exterminada da face da terra, caiu duas vezes no ramdom. Descobri que os dois discos somados dão pouco mais de uma hora de música, muito pouco, quase não precisei escolher as músicas. Antigamente os álbuns eram limitados pelo tamanho do vinil que comportava meros quarenta minutos, então foi preciso cortar só três músicas para dar uma hora, as três mais lentas.

No final terminei sentindo prazer, um calor no corpo e sensação boa de dever cumprido. Deve ser isto a tal da endorfina. Não estava cansado nem com dor. Parece que o corpo estava em perfeito estado e pronto pra mais 10 km. Além da sensação no corpo físico tinha a satisfação de ter vencido o fantasma da preguiça e de ter posto o corpo em movimento. Nada melhor do que terminar, olhar pra traz e perceber que acabou de correr esta grande distancia. O dia está feito.

Set list recomendado para uma corrida de uma hora com o tema Paul Di’Anno Days, na ordem:
1."The Ides of March"
2."Wrathchild"
3."Prowler"
4."Running Free"
5."Murders in the Rue Morgue"
6."Charlotte the Harlot"
7."Iron Maiden"
8."Transylvania"
9." Burning Ambition"
10."Another Life"
11."Genghis Khan"
12."Innocent Exile"
13."Killers"
14."Purgatory"
15."Twilight Zone"
16."Phantom of the Opera"

- Quilometragem: 10,5 km
- Tempo: 1:05:59
- Ritmo médio: 6:17
- Calorias gastas: 836

- Quilometragem total: 30 km
- Tempo total: 2:59:52
- Ritmo médio total : 6:02
- Calorias gastas total: 2.474

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Troféu Cidade de São Paulo – 25/01/2014

A primeira prova oficiosa do ano que participo, ou seja, de pipoca, na faixa, de graça, de intruso. Com o aumento indiscriminado e absurdo das inscrições para provas de corrida de rua espalhadas pelo país, não dá pra participar de todas, então tive que priorizar e selecionar as que serão pagas ou não. Selecionei 10 provas no ano que terão o prazer de terem meu rico dinheirinho, já outras como esta não.

O horário marcado foi as 7h30, considerado cedo pra alguém que mora longe do Ibirapuera, mas perfeito pra uma corrida durante o verão, evitando o sol forte e o desgaste do atleta. Logo na saída de casa, as 5h30 ainda escuro, um carro em alta velocidade passa rente à calçada na qual estava caminhando em direção à estação de trem a poucos metros de casa. Sinistro, poderia ter acabado com meu dia ali mesmo, ou minha vida. O que mais encontro, nesses momentos em que acordo quase de madrugada para participar das corridas é de gente voltando de baladas todos bêbados, fedendo a cigarro e com cara de acabados sonolentos.

O transporte, imaginei, poderia estar comprometido já que era sábado e feriado, mas foi perfeito. Para chegar ao parque do Ibirapuera, sem acesso fácil do metro, desci na estação Brigadeiro e fui caminhando até lá, o que dá 2,5km. Meu irmão comentou que nem precisava participar da prova, bastava ir da estação até o parque e voltar que já dava um bom exercício. De fato.

Tinha muita gente participando, era um mar de pessoas. Resolvemos ficar um pouco distantes da largada, nem dava para enxergá-la direito. Passou o horário de largar e nada, ainda estava tudo parado. Deu 7h40 e nada. Já estávamos reclamando do atraso da organização quando as pessoas começaram a ir para frente. Em ouvimos o tiro de largada. Claro que nesta muvuca inicial ninguém corria apenas caminhava, mas sabíamos que depois da largada dava pra arriscar um trote. Ao passarmos pela linha de largada constatamos que o relógio já marcava 13 minutos! Então a organização foi pontual, nós é que estávamos muito longe. E olha que não éramos os últimos, tinha muito mais gente atrás para começar.

Os primeiros dois ou três quilômetros quase não deram pra encaixar um ritmo de corrida decente devido à grande quantidade de gente. Ou era um pequeno cooper ou tínhamos que caminhar por uma parte por causa da parede de pessoas á nossa frente. Em alguns momentos tínhamos que recorrer às calçadas para ultrapassagens, mas mesmo assim tinha calçada lotada impedindo a progressão. Neste cenário nem dava pra levar a cronometragem em consideração e qualquer tempo registrado nestas condições estava comprometido.

Como participei da prova do ano passado, já tinha noção de onde estariam os postos de água, mas não precisei dele até completar uns 7 km percorridos. Ficar parando toda hora pra beber água é besteira, exceto se estiver com muita sede é claro. Para minha satisfação consegui manter um ritmo bom de corrida na segunda metade da prova, onde geralmente reduzo a velocidade e caminho em vários momentos. Desta vez corri quase todo o percurso sem precisar descansar. As subidas que o percurso tem não são muito íngremes, permitindo que corressem sem precisar parar a toda hora.

Achei a cor da camiseta, laranja, bem feia. A medalha é igual à do ano passado, só que ao invés de vermelho e preto era verde. No final a Sabesp, que deve ter patrocinado o evento, montou várias barracas em que distribuía água ao corredor, ma foi péssimo. A idéia é que tinha uma torneira e os funcionários encheriam copos para distribuir aos corredores. Mas era um copinho minúsculo de uns 200 ml e levava uma eternidade pra encher. O pessoal que chegava cansado estava desesperado pra beber algo e tinha que ficar na fila desta terrível barraca. Fora que formou uma lama no local com esta torneira vazando. Logo à frente tinham barracas com água em copos fechados prontos para distribuição, bem melhores apesar de quente. Mas como eu não tava pagando, nem reclamei, claro.

Foi uma boa prova. A volta à estação foi difícil, com 2,5km subindo. Se juntar tudo deu 15 km. Meu pedômetro registrou 22.360 passos. Não deu tempo de preparar uma boa trilha sonora para a corrida, então improvisei e coloquei o album Heartwork do Carcass pra tocar. Segue:

- Nike running: http://t.co/8Pg2ttnrn3
- Quilometragem: 10,4 km
- Tempo: 1:04:47
- Ritmo médio: 6:13
- Calorias gastas: 874

sábado, 25 de janeiro de 2014

Pedro e o Capitão

É fascinante a relação que existe no cárcere entre o captor e o prisioneiro ou entre o sequestrador e o sequestrado. É claro que não desejamos estar na posição de nenhum deles, mas esta situação permite boas histórias em qualquer mídia, tanto no livro, quanto no cinema ou no teatro. São obviamente inimigos, pessoas em situações antagônicas onde um exerce a violência sobre o outro, mas são obrigados a conviver e chegar a uma aceitação pacífica enquanto dura o martírio.

No CCBB está em cartaz a peça Pedro e o Capitão, onde mostra a relação entre a polícia da ditadura uruguaia e um preso político. Mário Benedetti escreveu sobre a situação de seu país, mas que pode ser adaptada para qualquer outra ditadura sul-americana, quiçá do mundo.

Logo no início da peça, os dois se encontram na sala de interrogatório onde o prisioneiro está numa situação frágil e o torturador, elegante num terno caro e com uma postura esbelta, está numa posição elevada e com autoconfiança. Existem duas salas, uma onde o preso é torturado fisicamente, escondida do público. E outra seria a tortura psicológica em que o capitão tentará persuadir e destruir as convicções do prisioneiro para extrair tudo o que sabe. Para exercer uma função dessas o interrogador tem que ter muita convicção de sua posição de polícia em relação ao “terrorista” revolucionário. Ele acaba exercendo o papel do “tira bom” em relação ao “tira ruim” torturador físico. Depois que eles espancam o pobre coitado, ele chega destruído para levar mais uma conversa do pretenso cara bom que só quer ajudá-lo a sair desta situação, em troca da revelação de simples nomes do movimento.

No início, pensei que o capitão seria uma figura similar ao do Christoph Waltz em Bastardos Inglórios, um cara controlado e inteligente que apenas com sua argumentação consegue fritar o cérebro da vítima. Mas nesta história não é isto que acontece. O torturador, no final das contas, também é um ser humano que está fazendo um serviço público pago pelo estado e também tem problemas pessoais. O torturador se mostra bastante humano apesar de tudo e o mundo que se encarregou de colocar os dois naquela situação particular em posições antagônicas.

É difícil para nós entendermos como uma pessoa de bem consegue exercer um serviço desses, mas muita gente passou por esta situação. No filme O Leitor, a Kate Winslet faz um excelente papel de uma mulher que no passado, durante a segunda guerra mundial, foi uma oficial nazista que aplicou tudo o que o governo demandava com exemplar eficiência, praxe alemã. Depois teve que se esconder da opinião pública. Tanto Winslet no filme quanto o capitão na peça estavam seguros de estar fazendo seu trabalho exemplarmente. Se está certo ou não é uma questão secundária. Eles não entendem que depois de certo tempo todos vão caçá-los, se acham injustiçados, pois só fizeram o que foram obrigados a fazer. Se não fizessem, não tinham emprego e dinheiro para alimentar suas famílias.

É uma questão ética e de moral. Uma pessoa estaria disposta a fazer um serviço tão cruel e imoral em troca da estabilidade de sua família ou por uma causa? No livro da Íngrid Betancourt, Não há silencio que não termine, fala da mesma coisa em relação às FARC. Eles realmente acreditavam que manter pessoas em cativeiro faria diferença em relação às suas causas. Os fins justificariam os meios.

CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - SP
Quarta a Sexta, 20h;
Em cartaz: De 10/01/2014 até 19/01/2014 R$ 10,00

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

2º Iron Maiden Run – Scream for Mercy

Hoje acordei atrasado, preguiça de levantar imediatamente quando o despertador tocou, resolvi dormir mais cinco minutos o que se transformou em meia hora. Então minha ida à academia foi comprometida. Como estava no pique de não me acomodar e continuar com os exercícios de início do ano, resolvi dar prosseguimento ao meu projeto 2014 de corridas com a trilha sonora do Iron Maiden. Desta vez aumentando a distancia para alcançar minha meta principal de 10km. Não tinha planejado realizar outra corrida logo no dia seguinte, mas a situação faz a oportunidade e logo no começo da corrida senti um pouco de cansaço nos músculos da coxa. Depois de um tempo fui me acostumando.

Nesta segunda corrida peguei o álbum Killers, de 1981. Disco melhor produzido do que o primeiro e mais completo. Deve ser o álbum mais rock’n’roll do Maiden e eu me arrisco a dizer que é um hard rock mais rapidinho. O guitarrista Dennis Stratton foi demitido e contrataram o Adrian Smith para fazer as guitarras solos. Stratton tinha quase o dobro dos outros “moleques” da banda e não se encaixava no estilo deles. Este álbum também ficou conhecido por ter sido o último do vocalista Paul Di’anno, que foi demitido por abusar muito do álcool e das drogas, pondo as apresentações em risco.

O álbum começa com Ides of March, bem rapidinha mas boa para início dos negócios. Neste momento quando comecei o trote, vi meu vizinho no caminho me cumprimentando e também correndo, mas para pegar o ônibus que estava passando. De certa forma tenho sorte de entrar no trabalho um pouco mais tarde aproveitando o fato de eu ter mais disposição para exercícios de manhã.

O Killers é excelente para uma corrida, igual ao antecessor. Quase todas as músicas são ótimas e nem precisamos escolher as melhores, elas se completam. A exceção é “Prodigal Son”, que deve ser a pior composição do Steve Harris em toda a história. É uma música horrorosa! Tirando ela o álbum é perfeito, mas pequeno, apenas 41 minutos no total. Pretendo fazer uma seleção das melhores músicas do Iron na era Paul Di’anno para uma corrida de uma hora, perfeita para os 10km.

Onde eu corro, próximo do Parque São Domingos e do Parque de Toronto, no City América, construíram uma pista de caminhada de aproximadamente 3 quilômetros de comprimento atendendo uma reivindicação antiga dos moradores da região que necessitavam de um lugar para praticar seus exercícios. Mas a largura da pista é de apenas dois metros, cabendo duas pessoas lado a lado. Como a demanda era reprimida, a quantidade de pessoas é muito grande atrapalhando aqueles que querem passar, principalmente os corredores como eu que são obrigados a ir para a rua na hora da ultrapassagem. Percebi que a maioria que comparece ao local são idosos e gordinhos. Aparentemente o ser humano só se preocupa com sua capacidade física quando começam os problemas da idade ou obesidade, uma pena.

A melhor música do disco para uma corrida é, sem dúvida, “Purgatory”. Começou a tocar no final e me deu um gás mesmo cansado. As outras que merecem citar são: Killers, Twilight Zone, Women in Uniform, Another Life, Innocent Exile e Genghis Khan (outra excelente música instrumental). A Murders in the rue Morgue é baseada em um conto de Edgard Allan Poe que conta a história de um cara que encontra uma mulher morta na rua e é confundido com o assassino, sendo perseguido pela população local.

- Quilometragem: 10,4 km
- Tempo: 1:04:07
- Ritmo médio: 6:07
- Calorias gastas: 873

- Quilometragem total: 19,5 km
- Tempo total: 1:53:53
- Ritmo médio total : 5:47
- Calorias gastas total: 1.638

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

1º Iron Maiden Run - Running Free

Resolvi utilizar as corridas de 2014 para rever meus álbuns antigos que há tempos não ouvia. Percebi que escutar podcast durante a corrida não funciona. Numa caminhada tudo bem, mas o esforço desprendido e a concentração das passadas fazem a gente se perder na conversa. Música é muito melhor. No final de 2013 eu fiz testes com uma seleção particular de Black Sabbath e foram 100% aprovado por mim. Uni duas coisas que me interessava: a primeira é criar seleções de músicas para as futuras corridas e ao mesmo tempo ouvir álbuns antigos de bandas que curto.

Para iniciar esta série escolhi o Iron Maiden, com seu álbum de estréia auto intitulado. Os primórdios do Iron são bastante influenciados pelo movimento punk dos anos 70 e pelo heavy metal. Ele incorpora as duas vertentes produzindo um novo estilo de metal mais rápido sendo protagonista de um movimento britânico chamado NWBOHM (New Wave British of Heavy Metal). Ao iniciar acorrida, logo na primeira música, a gente percebe que são excelentes para uma corrida por serem mais rápidas e diretas, diferente do estilo Iron contemporâneo que vai desenvolver.

Prowler tem um riff ótimo pra dar aquele impulso e animo nos primeiros metros, enchendo o coração de animo e alegria em estar vivo e com saúde. Nada melhor para uma primeira música. Seguem em mesma sintonia a Iron Maiden, com um compasso e batida para acompanhar as passadas do corredor. Running Free foi feita pra este esporte, não penas pelo estilo da melodia como pela letra, deve estar no playlist de todo corredor.

Acho que dois quilômetros depois de partir encontro uma senhora parada na calçada. Eu reduzo um pouco, quase parando, para ultrapassá-la com cuidado quando ela levanta a mão me chamando a atenção e falando comigo. Ao parar e tirar os fones de ouvido, ela me pede para ajudá-la a atravessar a rua. Fiquei comovido e solidário neste momento. Dei a mão para ela e acompanhei sua travessia. Interrompi o treino, mas por um bom motivo. Sempre nesses momentos me dá uma tristeza e me deixa melancólico por um bom tempo, pois ela é uma senhora idosa e frágil que precisa de cuidados e ajuda de outros e sei que a minha hora chegará um dia que eu queira quer não. A velhice é inexorável e nosso corpo começa a se deteriorar até morrer se nada acontecer antes. A vida é triste e temos que aproveitar enquanto temos saúde, tudo tende a piorar. Enfim.

Logo em seguida tocou Transilvânia, que para minha surpresa se tornou a melhor música do dia. Ela é somente instrumental, mas além de um ritmo bom para correr ela tem bastante técnica na sua composição. Nem lembrava direito dela e com certeza entrará numa futura coletânea de corridas. Sanctuary e Charlotte the Harlot continuam com o mesmo ritmo e própria para esta corrida.

Músicas lentas, em tese, são ruins para correr. Não é regra, pois já corri Black Sabbath lento, blues e até new age e não foram ruins. Depende muito da música. A Strange World é lenta, mas num sentido ruim, não se encaixou na minha corrida e eu aconselho a eliminá-la da sua lista. Já outra do mesmo álbum que é um pouco lenta e um pouco rápida é a excelente Remember Tomorrow que não tem o mesmo problema. Apesar de suas partes lentas, não deixa o ritmo cair acho que devido à melodia tatuar no seu cérebro e não sair mais.

É um álbum pequeno, como a maioria dos discos de antigamente que eram limitados ao tamanho do vinil. Então aconselho que calculem a duração do percurso que pretendem percorrer com a duração da soma das músicas da sua lista para não terem que ouvia as mesmas músicas duas vezes. Se bem que, por outro lado, é bom para uma audição mais completa.

Como ainda estou testando novos lugares para praticar a atividade, não sei quantos quilômetros estou marcando, mas com o tempo vou melhorando os percursos. A idéia é correr pelo menos 10 km, nesta errei por um, mas chegarei lá.

- Quilometragem: 9,1 km
- Tempo: 49:46
- Ritmo médio: 5:27
- Calorias gastas: 765

domingo, 19 de janeiro de 2014

Tanta Água

Filme uruguaio que assisti esses dias sem compromisso, sem programação, mas que foi uma grata surpresa. As melhores coisas parecem ser aquelas que não planejamos e nos surpreendem. Existe até uma teoria de que a felicidade está atrelada à sua expectativa do fato, ou seja, se você espera demais daquilo e o resultado não atinge seus patamares mínimos, cria-se uma decepção. O inverso é o mesmo, quando não esperamos nada e recebemos algo além do que pensávamos que aquilo poderia nos render, há a felicidade. Então é sempre bom nunca criar expectativa de nada, sempre será feliz com o que receber.

No filme, um pai separado planeja uma viagem com seus filhos nas férias. Aquela situação onde os filhos vivem com a mãe e passam alguns dias com o pai, que tenta agradar ao máximo. Na primeira parte das férias, tudo dá errado. Ele leva as crianças para lugares turísticos famosos, mas que não dá pra aproveitar por causa da chuva forte. Então ele leva para outros lugares menos famosos, só que cai em passeios chatos. Só na terceira e última tentativa ele consegue achar um lugar minimamente decente, uma cidade em um condomínio com piscinas com águas termais. Quando criança eu também já fui nas minhas férias pra um lugar parecido, em Serra Negra. Assim como eles, aproveitei muito o lugar, explorei a cidade com amigos e vivi intensamente aquele momento.

No filme o cara tem dois filhos, um menino mais criança e uma menina adolescente por volta de uns 16 anos. O filme trás a história pelo ponto de vista da menina que gosta de viajar com o pai, mas ao mesmo tempo se vê de saco cheio de estar sem seus amigos, ao contrário do seu irmão que, por ser mais criança, está adorando tudo. Ela acaba fazendo uma amizade com uma menina que também passa as férias por ali e começa a formar alguns amigos, que a levara a outras experiências.

Lembrei de outra viagem que fiz quando mais jovem, para Ubatuba. Fui com minha família e meus primos que eram meio chatos. Eu queria conhecer novos lugares e pessoas, mas eles insistiam em jogar vídeo-game. Naquela época eu já achava um absurdo ir pra praia e levar uma televisão e um vídeo-game. Pra que? Pra ficar dentro de casa jogando? Pra que ir pra praia então? Fica em casa. Se nós estamos viajando é pra aproveitar o lugar. Quando enjoavam de jogar, resolviam dar uma volta na cidade e adivinha aonde eles iam? Na casa de fliperamas e jogos. Mas pelo menos era outdoor. Não sei se acontece com todos, mas este filme me fez lembrar muito da minha infância e as descobertas que fiz nas idades tanto do menino quanto da menina.