quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Camp 14 – Total Control Zone

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2012 – Alemanha

Filme alemão, mas que conta a história verídica do que acontece com prisioneiros políticos em um dos países mais fechados do mundo: a comunista Coréia do Norte. Shin Dong-Huyk foi um prisioneiro de um campo de reeducação norte coreano que escapou e fugiu do país e conta através de entrevistas sua história de vida.

A vida de Shin é uma coisa muito louca, daria um puta filme ficcional. Seus pais foram presos ou por manifestarem contra o ditador ou qualquer palavra mal interpretada como subversiva, então a família inteira é levada a estes campos durante a noite sem explicação ou julgamento. Lá são forçados a trabalharem a exaustão, passam fome com uma ração mínima e são brutalmente assassinados sem motivo nenhum. Não é permitido falar mal da sua situação ou questionar sua prisão ou tentar fugir. Eles incentivam a delação entre os presos causando mais terror psicológico. Alguns são levados a um presídio lá no campo onde passam por sessões de tortura medievais. Lembrou-me muito o “ministério do amor” do livro 1984 de George Orwell.

Os campos de reeducação são na verdade campos de morte, similares aos campos de concentração nazistas do século passado. Através das memórias de Shin podemos concluir que a era medieval, a dark age, ainda existe em muitos lugares do mundo. É muito fácil falar que estamos mais evoluídos hoje do que antigamente quando estamos vivendo livres nas cidades. Somos a nova burguesia. É só olhar para o resto do mundo para constatarmos que em muitos lugares este estilo de vida não é compartilhado como no oriente médio, em regiões da áfrica e na Coréia do Norte. Hoje assistimos filmes onde os nazistas são os vilões mais sádicos que conhecemos, mas existe tanta crueldade em outros lugares que depois que a gente conhece outros vilões da vida real, os nazistas perdem o status de os mais fodões.

Como não existem imagens reais, o diretor teve uma idéia excelente. Nas vezes onde o Shin narrava os acontecimentos no campo de concentração, é mostrado uma animação onde reproduzia tudo o que ele falava para que nós expectadores víssemos claramente o que acontecia. E uma das coisas que mais me surpreendeu foram as entrevistas com dois ex-oficiais norte-coreanos hoje exilados na Coréia do Sul e que trabalharam nestes campos e que contaram detalhes das maldades que cometeram. Eles contaram claramente o que faziam sem nenhum arrependimento ou vergonha, fazia parte do serviço deles e da rotina matar e torturar. Se fosse no Brasil, nenhum torturador do regime militar fala tão claramente assim diante das câmeras.

Para quem viu o filme “O Leitor” da Kate Winslet teve esta mesma idéia onde uma ex-militar dos campos de concentração obedeceu as ordens de matar judeus nas câmaras de gás. Ai chegamos naquele impasse: um militar é obrigado a obedecer aos oficiais mais graduados sem questionamentos com risco de serem presos e mortos. Ele é realmente culpado dos crimes de guerra cometidos já que estavam cumprindo ordens? Outro filme que trata deste ponto é “Questão de Honra” com Jack Nicholson, onde oficiais aplicam uma punição em outro recruta por causa de uma ordem de um capitão e este recruta morre. Eles são culpados? É um assunto a ser debatido. Mas a princípio vemos como monstros sem coração. Como é possível viver em um ambiente desses? Só mesmo o medo de não ser preso e torturado como seus prisioneiros faria tal coisa. Enfim. Este foi o melhor filme que assisti nesta mostra de filmes internacionais e merece a nota máxima 5 de 5. Imperdível.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Invento, roubo e acidente de carro

Hoje meu sonho não teve uma unicidade como normalmente tem, foi um retalho de acontecimentos que acabei lembrando alguns trechos.

Eu estava conversando com dois amigos que só existiam no meu sonho, na vida real nunca os vi. Eles eram os protótipos do nerd. Um se parecia com o Jovem Nerd e o outro se parecia com um personagem do seriado 30Rock chamado Frank Rossitano. É só jogar no Google pra ter uma idéia de quem são. Não me lembro do teor da conversa, mas do nada eles dizem que vieram ali para jogar um jogo que tinham inventado. Estávamos em numa área de estar em uma das unidades do SESC.

Então os dois trazem duas mesas imensas que pareciam uma mesa de ping-pong só que quando montada ela tinha um formato paralelogramo. Era um futebol de mesa, mais conhecido como futebol de botão, com os golzinhos nas suas extremidades e uma mesa gigante entre eles. E ao invés do time de botão tradicional que temos, tinha miniaturas de jogadores espalhados pelo campo. Não me explicaram a forma de jogar, mas comentaram que o tamanho da mesa proporcionaria um jogo mais lento do que o futebol de mesa apresenta por ter grande distancia entre os gols. Esta fala dele representa a minha opinião mesmo, pois eu já joguei muito quando criança e até tinha uma mesa profissional e achava que o chute a gol acontecia muito rapidamente sem a troca e passes normais que tínhamos no futebol tradicional.

Eu comentei que era muito interessante este invento, mas achava que era muito difícil de implantar no mercado, pois era difícil de vender. Ninguém iria comprar um jogo em que a mesa media mais de 4 metros e era muito pesada. Os dois disseram que vinham para o SESC jogar todo final de semana como exibição esperando que alguém se interessasse e propusesse algum tipo de parceria.

Enquanto estávamos entretidos com o jogo percebi que no portão de fora uns 4 ou 5 caras de terno preto estilo CQC estavam tirando foto das casas. Nesta hora percebi que o SESC se encontrava onde na vida real é a casa da minha vizinha. Então eles estavam tirando fotos da fachada da minha casa que ficava ao lado. Eu perguntei o porquê deles estarem fazendo aquilo e me responderam que estavam tirando fotos das casas que já tinham sido assaltadas. Minha casa não tinha sido assaltada, mas não falei nada. Eles não fotografaram uma grande loja de roupas ali próximo e que não existe na vida real. No dia seguinte vejo vários caras saindo correndo desta loja com produtos, estavam roubando aquele estabelecimento. Depenaram o lugar, pois o número de ladrões era grande, mais de 30 caras pelo menos. E depois de assaltarem tacaram fogo no lugar. Fiquei impressionado, pois já relacionei com os fotógrafos do dia anterior. Aparentemente estavam planejando assaltos a lugares que não haviam sido assaltados e pularam minha casa por achar que já havia passado por uma coisa dessas. Fiz bem em ficar quieto.

Reconstruíram a loja, quase num passe de mágica, de um dia para outro e formaram uma loja bem maior e mais chique, para clientes da classe A. Minha chefa no sonho era uma repórter e me chamou para fazer um tour na loja antes dela abrir para promover o lugar. Eles nos apresentaram os produtos e mostraram uma área onde tinha várias jóias com valores altíssimos com pedras preciosas. Uma delas era um tipo de diamante raro que por causa de alguma reação química ele tinha um tom meio arroxeado. Valia milhões. Percebi que meu chefe da vida real estava conosco no tour e perguntamos o que a vendedora aconselhada para ele. Ela olhou e disse que primeiramente mudaria as calças pois eram bem bregas. Todos rimos.

Saímos do local, que era a rua da minha casa na vida real, quando um cara dirigindo um tipo de perua grande veio em alta velocidade e virou de repente para entrar em sua garagem, bem irresponsável. A perua virou e caiu bem em cima de um outro carro estacionado. No meu sonho a perua era bem pesada, quase como um caminhão e amassou completamente o carro e aparentemente não sofreu nenhum arranhão. O cara empurrou, tirou a perua de cima e estacionou na sua garagem fingindo que não foi ele. Ficamos revoltados. Eu comentei com uma pessoa que estava comigo que iria contar tudo para o vizinho da frente sobre quem tinha feito aquilo. A outra pessoa que estava comigo tinha medo pois este cara era um traficante ou algum tipo de bandidagem. Mas eu estava resoluto, não iria deixar de contar. Neste momento vejo o vizinho saindo de casa e descobrindo todo aquele estrago. Antes de eu me aproximar dele uma outra pessoa chegou e contou tudo, fiquei aliviado.

Depois de tanto acontecimento e de um final de alívio, acordei tranquilamente.

domingo, 28 de outubro de 2012

Anulando o Voto

Nesta época de eleições o assunto de anular o voto sempre retorna. Aquele velho mito sempre ronda a internet através de e-mails dizendo que se mais de 50% do eleitorado votar nulo eles são obrigados a fazer uma nova eleição. Pura bobagem! Saiba que o voto nulo não é levado em conta. Contam-se apenas os votos válidos e os nulos são descartados.

Sou de São Paulo e as opções de candidatos são poucas. Não a quantidade, mas a qualidade. Entre as pessoas esclarecidas há um consenso que estamos ferrados e sem ninguém para votar. Muitos que ouço dizem que pretendem anular o voto como forma de protesto ou porque não acredita na honestidade dos prováveis candidatos do segundo turno. Eu discordo desta posição.

Eu também compartilho da opinião que não tem mesmo ninguém para se votar. Mas de duas pessoas péssimas, todo mundo acha que um ainda é pior que o outro. Não existe ninguém igualmente ruim ou igualmente bom. Se fosse fazer uma escala numérica, uma pontuação de pontos positivos e negativos, alguém sempre estaria acima de outra. Eu acho que anular o voto e conceder seu direito de escolher alguém para outra pessoa que provavelmente tem menos informação para escolher o melhor candidato. Você estará dizendo para um transeunte na rua: escolha meu prefeito, pois eu me recuso a escolher por mim.

Eu até tenho um candidato no primeiro turno, mas ele nunca teria chances reais de ir para o segundo turno com a quantidade de votos que a pesquisa o atribui até hoje. E os líderes das pesquisas fazem parte do meu rol de rejeição, daqueles que eu não nunca votaria. Os líderes serão os dois representantes no segundo turno. São terríveis, mas eu me vejo na responsabilidade de escolher o menos ruim. Existem coisas que a gente é obrigado a escolher e em minha opinião a anulação do voto não é uma opção. Se estivermos andando numa estrada e aparece uma bifurcação à frente, somos obrigados a escolher um dos dois caminhos. Não podemos sentar e chorar dizendo que não escolheremos nenhum deles. Os dois caminhos podem nos levar à perdição, mas mesmo assim devemos escolher o que será menos doloroso e prejudicial.

Fazendo uma analogia ao futebol, eu odeio tanto o São Paulo quanto o Palmeiras. Mas dependendo da época ou dos acontecimentos do momento, se os dois forem para a final eu costumo escolher um dos dois para ser campeão. Não quer dizer que eu torço por um deles, mas tem time que merece perder. No tricampeonato tricolor de 2006, 2007 e 2008, os são paulinos eram insuportáveis e eu aceitaria torcer pelo Palmeiras caso eles pudessem tirar o sorriso deles. Em 1994 e 1995 era o inverso.

Digo: por pior que a situação seja, sempre tem um pior na escolha. Faça valer seu direito e vote certo.

sábado, 27 de outubro de 2012

O dia que durou 21 anos

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo

Nesta mostra de filmes internacionais também tem espaço para trabalhos brasileiros e nesta seleção foi muito bem representado pelo documentário “O dia que durou 21 anos”. A história que o diretor conta é sobre o regime militar que o Brasil sofreu de 1964 a 1985 e os fatos que precederam o ato. Mas o ponto mais importante do filme e que o diretor fez questão de focar foi na importância dos Estados Unidos nos rumos que a nossa política tomou.

A influência norte-americana sempre foi um fato que todos nós sabíamos, seja abertamente com políticos e militares dando suporte a qualquer país que resolvesse abraçar o american way of life e fosse contra os comunistas como secretamente através de operações sigilosas e nocivas da CIA. Sempre soube deste fato, mas neste filme é contada muita coisa que eu desconhecia, da grande interferência que os Estados Unidos fez aqui. Antes eu achava que eles apenas trabalhavam nos bastidores influenciando os políticos e dando um apoio genérico, mas de acordo com muitos documentos ficou provado que eles mandaram muitos agentes e militares para ajudar na implantação do regime.

A melhor coisa do filme é a pesquisa feita sobre muito material verdadeiro que estava escondido e protegido nos Estados Unidos. De acordo com suas leis, documentos secretos são liberados ao público depois de 50 anos. Então o diretor teve acesso a várias gravações de conversas telefônicas entre Kennedy e Johnson com os agentes no Brasil aconselhando-os a intervirem na nossa política e tirarem o presidente João Goulard do poder. São mostrados vários documentos oficiais do governo provando atos de ingerência de uma nação sobre a outra. São mostradas informações sobre a operação Brother Sam onde os Estados Unidos quase invadiram o Brasil com sua força naval, não acontecendo porque o Jango fugiu e abandonou o país. Já pensou se isto realmente acontecesse! Tem muita imagem do Jango e de encontros dele com presidentes americanos e na ONU.

Pena que aqui no Brasil tudo o que aconteceu na ditadura é proibido e protegido, para que quem participou não possa ser julgado em vida. Nosso país é uma vergonha mesmo. Os militares tomaram o poder para arrumar a casa, mas já que estavam lá, resolveram ficar por mais de 20 anos, a maior ditadura militar da América do Sul. Quem tem o poder, quer mais poder.

As entrevistas são maravilhosas, com políticos que participaram da época como o Plínio de Arruda e também historiadores norte-americanos que respaldam a pesquisa. Inclusive identifiquei um os historiadores como um participante dos programas do history channel. Fora que a parte gráfica e técnica do filme são impecáveis. Merece ser passado em todas as escolas do país.

Na avaliação final do programa, não tinha como dar nota 5 (Ótimo) e indico para todos que vejam este excelente filme. A gente sai da sessão com sensação que tem mais conteúdo do que quando entrou.

Ao procurar algumas imagens para ilustrar o post, fiquei surpreso em achar o filme completo no youtube. Olha só! Vejam e aproveitem enquanto está online, abaixo:

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aqui e Ali (Aqui y Allá)

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2002 - Espanha, Estados Unidos, México

O bom de uma mostra internacional de cinema é ter contato com outros modos de contar uma história, diferentes visões sobre o comportamento humano e para nós algo diferente do mercado norte-americano que domina todos os cinemas de nosso país. Depois de um tempo assistindo muitos filmes comerciais a gente começa a pegar o esquema e o padrão deles, acaba sendo muito repetitivo e previsível. Todos os filmes passam a ser comuns, com raras exceções. Claro que um filme fora do circuito não quer dizer que ele seja bom, tem muita merda no resto do mundo também. Mas só pelo fato de ser fora dos Estados Unidos, já acho válido, pelo menos por ser mais original.

É o caso deste filme produzido por vários países, mas que se passa no México. Pedro é um pai de família que passa vários anos trabalhando e tentando ganhar a vida longe de casa nos Estados Unidos. Ele então resolve voltar para sua mulher trazendo novas idéias para ganhar a vida no México. Sua vida é bem simples e mora em uma cidade do interior, bem humilde e parecida com nossa periferia. Chegando lá ele procura amigos e conhecidos para formar uma banda de cumbia e tocar em shows de festas locais.

É a velha luta pela sobrevivência que conhecemos muito bem por aqui. Na verdade pelo que é exposta na tela esta região do México não é muito diferente do que acontece no nosso país. A geografia e a língua são diferentes, mas os problemas econômicos e sociais são os mesmos. Eles não apelam para a violência. Claro que ela existe, mas a história se foca mais nas relações humanas e nas dificuldades de um trabalhador pobre ter prosperidade em uma região que não oferece infra-estrutura adequada. Problemas médicos, a procura por trabalho, filhos com problemas na escola, tudo isto é abordado.

Em alguns momentos achei o andamento um pouco arrastado. Tem um café da manhã que o Pedro tem com as filhas que dura uma eternidade, diferente do ritmo videoclip dos filmes que acostumamos a assistir. Mas acho positiva esta forma de filmar mais tranqüila. No final preenchemos cartela e damos uma nota ao filme que vai concorrer aos prêmios no final do festival. Dei nota 3 de 5, considerado BOM.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Jovens de Pequim

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2002 - China

Quando se vai assistir a um filme de um país periférico, exótico ou longínquo, esperamos que fosse abaixo da média e bem diferente dos que estamos mais acostumados a ver. Aos que não curtem a sétima arte além dos Estados Unidos, torcerá o nariz e não terá muita vontade de conferir o produto. Apesar de todos os obstáculos eu gosto de conhecer a cultura mundial seja lá de onde for e eu mesmo faço minha avaliação pessoal e decido se aprovo ou se desaprovo. Todos nós temos uma opinião independente se ela seja inteligente ou aceita por todos. Não gosto de muita coisa que a população em geral aprova e defende e vice-versa.

Partindo deste ponto de vista fui assistir ao filme Jovens de Pequim na mostra de cinema com aquela expectativa e curiosidade em saber o que os chineses estavam fazendo no oriente no cinema. Muitos filmes estrangeiros não possuem bons atores ou diretores, mas não é regra. A princípio me surpreendi bastante pela qualidade técnica da película. Os chineses sabiam o que estavam fazendo quando filmaram esta história. O roteiro, a seqüência de cenas bem montadas e atuações muito boas dos atores. Só isto já seria um ponto a favor, mas vamos à história.

O filme começa com San Bao, o personagem principal, tem o pior dia da vida dele. Primeiro se vê chutado pela namorada que o trocou por um cara mais rico. Depois seu cachorro foge. Na busca pelo cachorro entra numa briga com um cara e vai pra prisão. E no final do dia é despedido. Ao afogar suas mágoas tenta se matar e é levado para o hospital, no fundo do poço e é justamente onde começa a colocar suas em ordem. A partir daí fará amigos e tentará superar seus problemas financeiros e de relacionamento. E os amigos dele são os mais loucos: um travesti que faz show de drag queen, uma vocalista de uma banda de rock e um chofer.

Não me lembro de outro filme chinês que tenha visto, talvez seja o meu primeiro e já tive boa impressão. A imagem que tinha da China era do ator Yun-Fat Chow e do filme ChinaTown do Michael Douglas. Só. Ou seja, não conhecia praticamente nada. É muito bom conhecer uma sociedade diferente da nossa e ter contato um pouco de suas vidas e da atmosfera de Pequim.

Na avaliação final deu uma boa nota 4 de 5.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brasil VS Mundo

Nós somos muito duros com nosso país, eu inclusive, mas acho que deveríamos reconhecer que o Brasil tem muitas qualidades e que somos mais felizes do que muitas nações ao redor do mundo. Assisti um documentário sobre Kosovo e toda a problemática situação que a antiga Iugoslávia passa atualmente mesmo após 11 anos os países que se formaram amargam pobreza e falta de respeito pelos direitos humanos. O Brasil também tem sérios problemas sociais e políticos, mas que com boa vontade a gente acaba resolvendo. Os sérvios e albaneses que vivem nos Bálcãs, assim como toda região que já passou por uma guerra, vivem com ódio uma das outras. É como a situação dos Palestinos em Israel. São conflitos centenários onde ocorreram mortes, estupros, torturas e absurdos tão grandes que nenhum deles sequer aceita desculpas. É um conflito sem fim que nós brasileiros não passamos graças a Deus.

Aqui temos problemas com discriminação racial, mas geralmente é muito leve. Não sou negro pra sentir na pele, mas tirando casos extremos o racismo que aqui se passa é em relação à emprego e relações sociais. No exterior se um Albanês se encontra com um Sérvio, ou vice versa, é morto. Até hoje existem tropas da ONU protegendo as minorias em cada país. No Afeganistão os norte-americanos estão sitiando o país até hoje e sabem que no momento que deixarem a região acontecerá uma guerra civil, vitimando mais gente que não tem nada a ver. Este é o perigo da ajuda internacional, acaba-se tornando refém da situação. O Brasil está no Haiti, como força da ONU para ajudar o país a se reerguer do terrível terremoto que lá ocorreu. Só Deus sabe quando iremos sair de lá porque os casos de violência que se acomete em regiões miseráveis assim são infinitos. Um dia os abandonaremos, deixando mais uma guerra se iniciar.

A Europa oriental, constituída pelos países provenientes da Iugoslávia e os países vindos da ex-URSS passam por situações de miséria total, com sérios problemas de saúde, energia e saneamento básico. São países ainda perdidos tentando se estabelecer. Somados a este ambiente está à guerra racial. Olhando para um cenário desses, o Brasil não é tão ruim assim. Claro que não podemos desviar nossos olhos dos problemas que existem, mas devemos reconhecer que estamos em melhor situação que muita nação por ai.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um sonho de viagem

Hoje sonhei que estava viajando, mas apesar de pensar que estava em um lugar só, eu passei por vários países diferentes. A princípio eu conheceria o Panamá, o país mais fino da América Central e todos os lugares que visitei seriam de lá.

No meu sonho, o país era tão pequeno que a gente podia ir numa praia que era banhada pelo oceano Atlântico e a poucos metros indo para o lado oposto poderia ir em outra praia que era banhada pelo oceano Pacífico. Quando tinha maré alta as duas praias se juntavam e toda aquela região ficava submersa. Tudo bem que é um país fino, tanto que foi construído o canal do Panamá ali, mas na vida real se trata de centenas de quilômetros entre um oceano e outro. Minha imaginação mostrava as duas praias, uma de frente para a outra, ambas paradisíacas.

Logo depois fomos conhecer as montanhas, que agora acordado reconheço que se trata de algum lugar próximo ao Nepal, com aquela cadeia de picos imensos. Subimos e pulamos de asa delta não apenas como hobby, mas como meio de transporte para alcançar outras regiões do passeio. Ao chegar no destino nos encontramos com diversos macacos, numa região que se parecia muito com a Tailândia e os macaquinhos eram iguais aos do filme “Se beber não case 2”. Haviam vários e a gente passava entre eles. Tinha muita neve e os macacos ficavam grudados em um tipo de lama que parecia uma massinha de modelar. Eles protegiam essa massa como se fosse algo bem valioso para eles. Eu tentava pegar e eles não deixavam. Cheguei a pegar um pouco, mas era meio nojento e não sabia porque eles gostavam tanto.

Deixamos os macacos e fomos pra uma região urbana, em uma cidade, e entramos em um prédio famoso, que na vida real fica em Los Angeles. De acordo com a nossa entrada, descobrimos que este lugar era o Nakatomi Plaza, hotel real que serviu de estúdio a céu aberto para a gravação do filme “Duro de Matar”. Fiquei muito feliz com a possibilidade de conhecer onde Bruce Willis tinha matado os terroristas do filme. Estávamos no elevador indo para o terraço, onde uma das melhores cenas do filme se passa, com tiroteios e explosões no topo do prédio. Eu iria tirar muitas fotos se não fosse o alarme do meu relógio me despertando.

Visitamos mais lugares que agora depois que acordei não me lembro mais. Mas pensava que tudo isto era o Panamá. Será que são os deuses me dizendo que devo viajar mais? Procurei o significado de se sonhar com uma viagem no Google e todas as explicações são positivas. Empreender numa viagem significa alterações na sua vida pessoal ou profissional, geralmente para melhor. O contexto, estado de espírito e as pessoas que participam na viagem pode também indiciar liberdade, alegria e felicidade. Esperemos as mudanças na vida real.

domingo, 21 de outubro de 2012

O Príncipe Maldito do Horror

Semana passada o cine Olido fez uma retrospectiva do cineasta Jean Rollin com alguns filmes de sua carreira. Pra quem curte este gênero de filme, o título me chamou bastante a atenção: “Jean Rollin – O Príncipe Maldito do Horror”. Pensei se tratar de filmes horripilantes que dão medo na espinha inteira. Procurei a programação e descobri que já estava nos últimos dias e resolvi assistir ao filme “A Noiva De Drácula”. Só o nome já era bizarro e eu esperava aquele filme B estilo Ed Wood.

Realmente encontrei o filme que eu esperava, bem mal feito, com uma história besta e com cenas pra lá de amadoras. Pensei que iria me divertir por ser um filme B, mas não achei tão divertido assim. Acho que mesmo sabendo que se trata de um filme com menor orçamento, espero que tenha alguma qualidade nem que seja o roteiro. Não vi nenhum dos dois.

O que fiquei mais impressionado foi em saber que o Jean Rollin filmou esta merda em 2002. Não há desculpas para ele. Se fosse um filme de 50 anos atrás a gente até entenderia já que naquela época os estúdios não possuíam o grau e qualidade que possuem hoje, mas um filme no século 21 não tem o direito de ser tão amador. Pode-se dizer que ele fez tudo aquilo propositalmente e que a idéia era fazer um trash movie estilo anos 50. Percebi que sou contra este estilo retro de alguns diretores atuais. Os filmes antigos ruins são bons porque eles faziam aquele filme ruim levando a sério seu trabalho. Eles queriam fazer o melhor possível e infelizmente saia um filme tosco. Os diretores atuais querem reproduzir aquele amadorismo hoje mesmo tendo recursos suficientes, fica muito fake, muito falso em minha opinião.

A Noiva de Drácula é mal dirigido, pois as cenas às vezes têm cortes repentinos de uma vez, não se vê ligações entre elas. A história é pra lá de bizarra, feito aparentemente por um garoto de 5 anos. Os cenários parecem ter sido feitos no quintal da casa dele. E as atuações são ridículas, parece que nenhuma daquelas pessoas era atores de verdade, foram amigos do diretor que resolveu aparecer no filme. Só em um momento eu enxerguei um pouco de arte no filme já no final na cena da praia. Ali mostra que o diretor de um pouco de qualidade. Mas tirando isto, um desperdício de dinheiro, se é que ele gastou algum. Tem outra parte boa no filme, a parte erótica. O que tem de mulher pelada não é brincadeira, muito bom.

Tive chances de assistir mais dois filmes do diretor, mas desisti depois desta experiência. Não achei perda de tempo total, pelo menos rendeu este texto. Foi bom conhecer este diretor, mas não deu vontade nenhuma de conhecer mais sua carreira.

Pequeno trecho do filme, pra você ter uma idéia do que eu estou falando:

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Gostos dos adolescentes atuais

No meu serviço tem uma adolescente que trabalha como menor aprendiz e que participa das nossas conversas e debates sobre qualquer assunto. Nós, da geração anos 80/90, temos várias histórias da nossa infância que, é claro, ela não compartilha. Mas uma coisa que acho engraçado é quando falamos que algo aconteceu em 1992 e ela dizer que é muito velho só porque foi antes dela nascer. Do jeito que ela diz, parece que foi há 100 anos e faz a gente se sentir mais velho do que somos na realidade.

Um dia eu estava falando sobre o filme Matrix, que foi um marco no cinema gerando vários filmes com realidades paralelas e outras histórias que “chuparam” muita coisa dele. Quando disse que o primeiro filme da trilogia, e o único que importa realmente, é de 1999 ela disse: “Nossa, muito velho!”. Velho?!?! Tudo bem que 13 anos já faz um tempo que aconteceu, mas chamar um filme de 1999 de velho acho um absurdo. Tomando como base, quando me passavam filmes da década de 70 eu não tinha a mesma reação que ela. Eu só ficava horrorizado com filmes em preto e branco e/ou mudos. Ai também já é justificável para uma criança. Acho que um filme de 5 anos atrás ela também acha velho, só gosta de filmes no cinema ou que tenham saído até 1 ano. Uma visão limitada que deve ser trabalhada para não virar uma pessoa bitolada. Nós aqui do serviço sempre passamos coisas interessantes pra ela ir se aprimorando.

No campo da música, graças a Deus, por causa de um namorado dela ela gosta de rock antigo e hard rock. Bom gosto musical, mas que se limita às bandas mais conhecidas e populares tipo Metallica, Slipknot e Nightwish. Mas Beatles ela só conhece de nome. Não sabe nem quem foi John Lennon. Inadmissível. Aos poucos vou educando, mas depende do interesse dela. As vezes ela aceita, as vezes não. Notícias do mundo e atualidades é quase um zero a esquerda. Se não somos nós contando dos problemas do mundo e o que acontece ela nem iria saber. Apesar de boa aluna o seu conhecimento se restringe à escola e os amigos.

O perigo dos jovens desta década é ficar muito alienado e sem interesse nas coisas que realmente importam. To dando uma de velho agora mas é só olhar pra molecada de hoje que só ouve funk e sertanojo por causa das dancinhas, só corta cabelo estilo Neymar, bebem até cair e pegam o carro do pai pra apavorar, a mulherada fica com qualquer um e depois ficam grávidas sem pai. Parece que a cada geração a situação piora. A maioria dos meus gostos vem da década de 60/70, quando nem era nascido.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Homem X Mulher – Desejos

As mulheres não querem apenas o homem e sim o que vem junto com o homem. Não são iguais aos homens que simplesmente desejam as mulheres pelo que elas são. As mulheres precisam de um fetiche extra.

Há homens que são desejados mas você vê que só o são por serem famosos, por estarem na mídia. Quando a mulher, por exemplo, olha para o Neymar ela vê homem+fama+dinheiro. Quando olha pro Justus, vê homem+poder+dinheiro. E por ai vai. O homem precisa de um cinto de utilidades em sua cintura pra dar motivo da mulher te olhar e se apaixonar porque você conserta o chuveiro e a fiação dela, porque você comprou um vestido de presente ou porque você levou para jantar.

O homem gosta de mulher, ponto final. Então ele analisará apenas e simplesmente a mulher e depois descobrir alguma qualidade que venha junto. Para o homem conquistar uma mulher ele deve fornecer algo mais ou dispor de benefícios além do ser humano. Quando a mulher quer um homem, basta aparecer e ser notada. Tirando aqueles homens muito bonitos ou muito feios, são todos muito iguais. O que fará a diferença é esse algo a mais.

As mulheres também são assim. Existe muita mulher bonita em todo lugar, não são somente essas que aparecem na playboy ou no Pânico. As panicats são realmente muito bonitas, mas é só você ir para a saída de uma faculdade pra achar umas 50 mulheres tão ou mais bonitas que elas. A única coisa que faltará é uma maquiagem extra uma roupa provocante e pronto.

sábado, 13 de outubro de 2012

Atrás do Pano

Achei criativa a idéia de mostrar os bastidores de um ensaio para uma peça de teatro. É uma peça dentro de uma peça. Na primeira metade são mostrados os atores repassando o texto, memorizado e testando as marcações feitas no palco para tudo dê certo. Na segunda metade é a estréia com platéia, mas é claro que acontecem vários problemas.

Ao assistir a peça, me lembrei muito de um filme estrelado pelo Christopher Reeve chamado “Noises Off”, ou no Brasil “Impróprio para menores”. Não sei se o autor do texto se inspirou ou já conhecia o filme ou não, mas a idéia do filme e da peça são os mesmos e igualmente divertidos. Aliás, para quem nunca viu o filme, recomendo.

O diretor trabalhou com vários estereótipos que devem ter em um grupo de atores. Tem a atriz estrela esnobe que acha ser superior a todos os outros. Tem o iniciante sem talento que só entrou porque um dos patrocinadores impôs sua presença. Tem o ator que só porque apareceu numa novela da televisão se acha melhor do que os outros que só aparecem no teatro. Deve ser muito difícil trabalhar com um grupo de pessoas com tantos egos inflamados como deve ser no teatro. Atores geralmente têm personalidade forte e são desinibidos, mostram sua verdadeira personalidade e o conflito é inevitável.

Mas, pensando bem, em qualquer lugar é assim. É só olhar pros outros ramos de trabalho. Quem nunca viu um cara ser colocado numa vaga só porque é filhinho do papai ou porque é indicado por alguém importante, mesmo que tenha menos competência do que um funcionário de carreira que estava esperando sua chance? Os conflitos fazem parte da condição humana, pra isto que serve um gerente ou no caso o diretor de teatro, pra colocá-los todos nos trilhos.

Uma peça de teatro, aos meus olhos de expectador, deve ser uma coisa muito difícil. Memorizar um texto de uma hora ou uma hora e meia e se movimentar com os outros atores coreografados para que ninguém se esbarre deve ser necessário muito ensaio. Fico imaginando quantos dias repassando as mesmas cenas eles não devem fazer. Talvez pela sua própria profissão e pela vocação para a coisa, o trabalho apesar de complexo é fácil e prazeroso. Não me imagino na pele deles, definitivamente não tenho este direcionamento.

Outra coisa é o pânico de se apresentar para um grande público e torcer para que nada de errado. Estar na frente de muita gente te assistindo é outro desafio que admiro nos atores. Acho que com grande nervosismo, a pessoa pode ter um branco total ao subir no palco. Aquela uma hora memorizada pode virar pó. E ai? E quando objetos caem ou o ator tropeça e se machuca, como já ouvi falar ter acontecido em outras peças? Nada pode ser refilmado porque não é TV, ele está à mercê da sorte.

Enfim, a peça é muito boa e tem personagens bastante carismáticos. Acho que o preferido de todos é o cara que faz o mordomo Cléber Tolini, muito bom por sinal. Uma peça que vale a pena.

Peça:Atrás do Pano
Teatro: Itália
Texto: Luiza Jorge.
Direção: Marcelo Romagnoli.
Elenco: Tadeu di Pyetro, Fábio Espósito, Gustavo Haddad, William Amaral, Cleber Tolini e Luiza Jorge.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: Sextas Populares R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia.
Sábados e domingos R$ 40,00.
Indicação etária: 12 anos

A Entidade

Assisti a pré-estréia no cinema do filme A Entidade, indicado pelo pessoal do rapaduracast que disseram ter visto o trailer e se borrado de medo. Como sou um fã do gênero terror, tinha que conferir. E para não me influenciar pelo trailer, me recusei a vê-lo antes e nem li nada da sinopse para que fosse uma surpresa. A única coisa que não dá pra fugir é do título do filme “A Entidade” que já deixa no ar que se trata de um filme de espíritos.

A história me deu uma boa idéia para futuros textos meus. O Ethan Hawke é um escritor que pesquisa crimes reais que aconteceram e tenta bolar teorias alternativas para a resolução de casos em andamento. Ele lança um livro e obtém bastante sucesso com uma pesquisa que inclusive ajudou a polícia a desvendar um dos casos e achando uma garota seqüestrada. Ele então decide se dedicar a este gênero policial pra continuar na crista da onda.

Achei a idéia muito interessante de se basear em fatos verdadeiros para escrever uma história de um livro. Existem milhares de crimes que acontecem e ninguém nunca fica sabendo exceto o Datena. Seria legal se eu descobrisse uma história interessante, criaria novas idéias que a polícia ainda não levantou e lançar o livro. É como o serviço de investigador ou trabalhos forenses onde o policial levanta todas as provas ou indícios sobre o caso e para pra refletir sobre o assunto e levantar suposições.

Inicialmente o Ethan Hawke tenta fazer isto, mas ele é mais hardcore. Ele vai até a casa onde aconteceram os assassinatos e pesquisa sobre o que aconteceu ali. Ninguém em sã consciência faria uma coisa dessas, mas o cara está louco para repetir o sucesso de seu ultimo livro. O clima do filme me lembrou bastante o “8 milímetros” do Nicolas Cage, onde o personagem principal entre de cabeça na história de uma forma tão profunda que começa a afetar sua vida pessoal e que às vezes ele não sabe se as coisas que vê são reais ou imaginárias.

Tenho uma crítica a fazer a este e outros filmes de terror holliwoodianos. Eles geralmente se contentam em dar sustos na platéia e não contam uma história que por si só já deveria ser horripilante. Do nada um som alto, um grito, a música está baixinha e de repente aumenta ensurdecedoramente e todo mundo se borra, mas acho que isto é uma ferramenta dos fracos. Os filmes de terror de verdade te entrega um produto tão medonho que não precisa desses recursos pras pessoas ficarem com medo. Através da Angélica do cinemasmorra eu tive ótimas dicas de filmes fora do mercado norte-americano de terror como filmes Japoneses, coreanos e franceses. Estes sim são medonhos.

Mas de um modo geral A Entidade entrega o que lhe promete. Abaixo o trailer do filme. Veja, se você tiver coragem.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Apócrifas - Histórias revisitadas

A idéia da peça é recontar algumas de várias histórias famosas de Shakespeare, da mitologia grega dentre outras de um modo diferente e com um novo ponto de vista, mais atual. Eles separaram sete histórias conhecidas e deram uma nova versão com pitadas de humor e questionamento.

Na parte 4 “Uma Noite de Natal” é mostrado uma visão muito interessante sobre um casal que vivia nos tempos bíblicos e um casal co uma mulher grávida chega querendo dar a luz no estábulo deles. Claramente é o menino Jesus. Mas os questionamentos que eles fazem são muito engraçados: O que essa mulher quer aqui enchendo o saco em plena madrugada? E se forem ladrões? Vão sujar tudo, etc.

Na parte 7 eles falam sobre “O Castigo de Prometheu”. Quem conhece um pouquinho de história sabe que Prometheu trouxe o fogo dos deuses e entregou aos humanos mortais e por isso foi condenado. Na peça eles envolvem os expectadores no julgamento designando-os como jurados em um provável julgamento dos humanos para com o Prometheu acusando-o de ter trazido uma coisa nefasta à Terra, que queima, mata e destrói as coisas. Os diálogos têm claramente uma alusão à nossa própria justiça falha. Os deuses condenarem Prometheu na mitologia até faz sentido porque ele roubou um segredo dos deuses. Agora a humanidade, beneficiada com tal bem precioso não faz o menor sentido. Chega a ser parecido com o livro “O Processo” de Kafka onde eles usam dos argumentos mais absurdos para condenar o cara.

Tem várias outras histórias legais. Comentam sobre a guerra de Tróia, coisa que eu também achava, de que Helena era uma sirigaita de quinta categoria que fez duas cidades começar uma guerra de 10 anos. Comentam sobre Sodoma e Gomorra e a dificuldade que eles tiveram em achar alguém justo na Terra e da relação com os dias de hoje.

Ela é representada no espaço experimental do teatro Augusta, que seria o porão do lugar. É um espaço diferenciado e estranho. Já fui várias vezes nesses lugares mais próximos ao palco e mesmo assim não consigo acostumar e achar normal. Sempre é uma experiência surreal. Sinto-me um pouco claustrofóbico e desconfortável, mas apesar de tudo dá pra acompanhar o andamento da peça. Até os atores brincam no meio da apresentação de que com a sua peça eles vão galgar melhores posições na vida como a sala principal do teatro e não esta do porão, rindo de si mesmo. Não sei qual é o objetivo deste espaço. Será que é um artifício para ganhar mais dinheiro com um lugar que não tinha função antes? Ou a idéia é puramente artística para dar uma visão mais próxima e intimista para o expectador? Ou um mix de tudo isto, não sei.

Achei também que há um excesso de interferência dos atores para com o público. Este espaço experimental sugere isto, o público quase dentro do palco. Mas como expectador, estou lá para assistir, não para interagir. Apesar de em nenhum momento os atores constranger alguém, como já vi acontecer em outras peças, achei um pouco demais.

É uma rápida temporada, praticamente apenas um mês em cartaz. Tem que correr pra conferir.

Peça:APÓCRIFAS: Historias Revisitadas
Em cartaz até 01 de novembro de 2012
Texto e Direção: Jolanda Gentilezza
Elenco: Ligia Hsu, Dani Dams, Laís Blanco, Jolanda Gentilezza, Guilherme Penalva e Fernando Silva Jr.
Participação especial dos músicos : Vitor Colares, Rodrigo Colares e Victor Bluhm.
Ingressos: R$ 30,00 (Inteira) R$ 15,00 (Meia-Entrada)
Horários: Quartas e Quintas ás 21h.
Sala Experimental: 50 Lugares.
Gênero: Comédia.
Duração: 75 Minutos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A dureza do regime

A maior dificuldade de alguém que quer perder peso é na parte de diminuir a comida. A matemática é simples, comer menos e se exercitar mais, óbvio, com a ingestão de menos calorias que gasta. É como uma conta corrente que todos sabemos que só é superavitária de gastarmos menos que ganhamos. Mas como o mundo real não existe estamos a mercê dos desejos por doces e massas e metabolismos baixos.

A minha experiência de anos de luta contra a balança para controle do peso me diz que a forma mais eficaz de perder peso é na parte da comida. Não adianta correr uma maratona por dia se a ingestão é grande. Se for escolher um dos dois, opte pela diminuição de comida que você diminui o peso mesmo ocioso. Um cara que não pratica exercício mas não come, emagrece. O cara que é um puta atleta mas que come pra caralho, não emagrece. Já pratiquei vários tipos de esporte e não tenho problemas ou preguiça de praticá-los, mas meu maior problema é mesmo a boca. O esforço que eu faço para não comer é muito grande e muitas vezes sou vencido pelo desejo de consumo.

O importante é sempre praticar um exercício mesmo que não seja com o intuito de emagrecer, mas para sua própria saúde e bem estar. Mas além do esporte estou reduzindo a quantidade de calorias consumidas no dia e tem sido difícil. O maior problema mesmo é no período noturno. De acordo com os nutricionistas, a refeição mais importante é o café-da-manhã, onde deve ser a maior quantidade de alimentos ingeridos, sendo seguido pelo almoço e o jantar, que seria apenas um lanchinho. Sempre, sempre fiz o inverso desta conta, quase não comendo nada de manhã e ingerindo um caminhão de pedreiro as 20h e outro as 23h. Minha tática atual é diminuir meu jantar a quase zero. É minha estratégia mais agressiva pois sempre considerei impraticável devido a minha imensa fome noturna.

Depois que voltei das férias gigante, com extra-extra peso, caiu a ficha que deveria fazer algo a respeito e resolvi encarar o problema. Estou otimista, pois na minha nova estratégia consegui seguir o programa por 5 dias seguidas. Mas ontem fiquei preocupado pois mesmo depois de comer uma maçã pra enganar a fome continuei desesperado por comida. Não estava aguentando mais e quase fraquejei. Acabei desviando um pouco do meu plano comendo 2 pedaços de frango, mas este pequeno deslize é até aceitável pois além de ser uma carne magra, não ingeri nenhum carboidrato a mais, somente a carne que é proteína.

Hoje vejo mais uma batalha pela frente. A idéia é me acostumar e tornar este comportamento um hábito, diminuindo a tentação e o desespero do meu corpo por comida à noite. Mudança de maus hábitos e substituição de alimentos é minha meta. Ao invés de batata, comer cenoura e beterraba. Ao invés de arroz e feijão, comer alface e mato e outras estratégias. Vamos ver até onde eu levo esta nova empreitada.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Elevador

Hoje presenciei uma cena um pouco desagradável ao chegar no serviço, já logo pela manhã, quando um cliente chegou já estressado no prédio. Todos enfrentam problemas na sua vida particular, mas para um convívio agradável entre as pessoas é necessário que todos se respeitem e deixem seu problemas pessoais em casa.

Para entrar em um prédio, devemos colocar o crachá no peito, virado para frente, para que os outros funcionários reconheçam que você é um funcionário ou uma pessoa autorizada a entrar. É o mínimo de respeito que se espera de alguém que está entrando. Os guardas e ascensoristas são pagos para fiscalizar e cumprir as regras do local, aliás são mal pagos para isto e não merecem ser desprezados. Este senhor que chegou no prédio já chegou nervoso com alguma coisa que só se referia a ele e mais ninguém que estava esperando o elevador.

Antes das portas do elevador abrirem, o guarda que estava do outro lado já o alertou perguntando se ele tinha feito o cadastro e retirado o crachá para poder subir. Este homem, com raiva, pegou o crachá e mostrou para o guarda de forma rude e com desprezo para logo guardar em seu bolso da camisa. O guarda novamente informou que o crachá deve ser usado e não guardado no bolso, mas ele ignorou. Só isso já causa um certo mal estar com as outras pessoas que estão na fila aguardando pacientemente sua vez.

Todos saem de suas casas para trabalhar porque precisam. Acordam cedo, pegam um transporte cansativo para ir ao trabalho e com resignação entrar tentando dar o melhor de si no serviço. Mas nem por isso vamos descontar nossas frustrações em outros mesmo que desconhecidos. O respeito deve ser uma prerrogativa para vivermos em sociedade.

Quando as portas abriram, a ascensorista viu e também solicitou que ele colocasse o crachá senão não estava autorizado a entrar. Ele entrou bruscamente e não fez o que foi pedido. Pra que insistir numa situação destas? O que passa na cabeça de um cidadão desses? Ele acha que colocar o crachá é uma birra contra ele, um ataque pessoal, uma demonstração de arrogância e uma obrigação tola. Acha que o guarda quer crescer pra cima dele que é uma pessoa mais importante só porque tem uma renda maior. Acha que é o dono do mundo e os outros são reles mortais que estão na terra para servi-lo. Já fiquei com raiva deste indivíduo esperando um barraco daqueles antes mesmo de entrar no serviço.

Quando o guarda se aproximou no elevador para insistir com a obrigação dele, o homem finalmente pegou o crachá e colocou onde deveria ter posto desde o primeiro momento. Tudo pareceu se acalmar logo depois, com o guarda voltando ao seu lugar e a ascensorista apertando os botões dos andares dos passageiros. Quando a porta se fechou ele começou a resmungar dizendo que era um absurdo a situação, que aquilo era uma besteira e bla,bla,bla. Estou cheio de ouvir esse tipo de reclamação nas ruas onde a pessoa se acha o dono da verdade e ainda quer insistir para que a outra pessoa do lado dele concorde com isto. Neste momento voltei a colocar os fones de ouvido que tinha e liguei uma música para ignorar o idiota. Chegou a seu andar e ele saiu apressado para resolver seu problema. Assim que se fechou a porta, todos fizeram aquele gesto de não com a cabeça e olhamos uns para os outros dando uma risadinha cúmplice como se concordássemos que o cara era um verdadeiro idiota.

O dia é uma reunião de vários pequenos atos como este. A reunião de todos dirão se o seu dia foi bom ou mal. Por que não nos esforçamos para que tenha mais bons momentos do que ruins? Um pequeno esforço para que o problema se resolva é necessário. Gente que explode por qualquer coisa realmente incomoda.

domingo, 7 de outubro de 2012

Mensalão

Estou feliz com o andamento do julgamento do mensalão e da cobertura jornalística que estão fazendo. Acho que está acontecendo um fato histórico no nosso país, algo que nunca houve no mais alto escalão do poder. Estão finalmente condenando políticos! se eu não estivesse vivo e presente desconfiaria.

Existe muita coisa a ser feita para melhorar o país, claro, mas só este fato já anima e traz um pouco de esperança para o nosso povo. Pra começar, demorou aproximadamente 8 anos para que o julgamento se realizasse. Parece piada para os países mais avançados, mas no Brasil só o fato de conseguirem votar antes de prescrever já é uma vitória. Em qualquer país civilizado este julgamento aconteceria apenas alguns meses depois, menos de um ano. Aqui demorou quase uma década.

Segundo é o privilégio que os políticos gozam no país de só poderem ser julgados pelo supremo tribunal federal. Herança maldita da constituição de 88 a imunidade política que inicialmente era para proteger de casacões dos militares, virou colete salva vidas de picaretas e bandidos.

Todo mundo sabia que o mensalão existiu, mas ninguém esperava que a justiça fosse feita e os culpados punidos. Mas o momento que eu mais espero, e ainda não sei se vai acontecer de fato, é vê-los algemados em direção aos presídios. Sei que terão uma prisão cinco estrelas, mas só de vê-los indo pra cadeia já será o suficiente para eu pular de alegria. Quando que alguém veria uma coisa dessas acontecendo no Brasil. Nunca.

Quem sabe se esta moda pega e começam a caçar outros políticos que todo mundo sabe que rouba, mas que não se pode provar.

sábado, 6 de outubro de 2012

Guarde um beijo meu

A história desta peça é a seguinte: Um casal está prestes a se casar e a história já começa com o noivo esperando no altar a chegada da noiva... que nunca aparece. Quando ele volta arrasado pra casa a encontra em seu apartamento como se nada tivesse acontecido. Então começa aquelas discussões estilo comédia romântica que os cinemas estão cheios, como filme Noiva em Fuga da Julia Roberts e Richard Gere que no dia do casório ela sempre ia embora minutos antes de consumar o matrimônio. Outra referência que tenho na minha memória é o seriado Friends, onde a Rachel larga seu noivo no altar, escapa pela janela do banheiro e foge do compromisso.

Sinceramente nunca entendi tal comportamento inesperado e repentino no dia mais importante da relação. Existe um milhão de chances de escapar do enrosco antes e o desgraçado deixa pra tomar a decisão no mesmo dia. O pior é o constrangimento que o parceiro, no caso a parceira, faz com quem foi até a igreja e ficou lá com cara de idiota na frente de um monte de gente.

Apesar de ter vários quadros cômicos e engraçados, a história me fez ter mais aflição e irritação com o comportamento da noiva do que divertimento. Ela é o protótipo da menina mimada que só faz o que ta afim sem compromisso ou preocupação com o parceiro. Já a atriz é lindíssima, até entendo de o cara estar caidinho por ela.

Entendo que a decisão de se casar é difícil por ser o ponta pé inicial de uma nova vida. Uma pessoa que está acostumada a estar solteira e ter liberdade total em suas decisões de repente é enclausurada e é responsável pelo bem estar de mais gente além de si mesmo. Se pensa assim, não case, não fique noivo. Mas não, o imbecil se compromete e quando chega a data, cai fora.

A noiva, na história, apesar de gostar muito do noivo, que é certinho, tem dúvidas e têm desejos por caras mais malandros. Na verdade acho que deve ser o instinto natural e toda mulher. Mas ela fica nesta dualidade de gostar do noivo e de querer procurar o proibido fora... e este cara mais malandrão aparece. Bom, coisas de comédia romântica, feita pra se assistir com sua namorada ou namorado. Não vou dar spoilers, mas achei o final corajoso.

Peça: Guarde um beijo meu
Teatro Jaraguá
Atores: João Baldasserini e Camila dos Anjos
Direção: Mario Cesar Costaz
Datas: 15 de setembro a 2 de dezembro de 2012.
Horários: Sábado, 18h; domingo, 17h.
Preços: R$ 40.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Intocáveis

Filme blockbuster Frances que está fazendo um grande sucesso nos cinemas. Foi o filme mais assistido da França de todos os tempos. Provavelmente vai concorrer ao Oscar, apesar de não merecê-lo. Eu tinha que ver depois de ser indicado por vários amigos. A história do filme acho que todo mundo já saca depois de assistir ao trailer, onde um enfermeiro estranho acaba sendo responsável por um tetraplégico e a união dos dois gera uma ótima amizade. Não seria diferente de muitos filmes que já foram feitos.

A comédia se baseia no conflito de classes sociais. Um negro senegalês gigante e ex-presidiário é responsável pelos cuidados e pela vida de um rico branquelo da mais nobre estirpe francesa. Claro que os engomadinhos e arrogantes ricos do círculo de amizades do deficiente físico irão torcer o nariz para o azulão, mas a personalidade forte e carismática de Driss conquista o público.

Ele não fala claramente no filme, mas pra mim é claro que é basicamente uma questão de preconceito racial. O Driss, nome do enfermeiro, reúne uma coleção de preconceitos europeus: é negro, é ex-presidiário e é senegalês, um estrangeiro vivendo em solo francês e convivendo com traficantes na pobreza, tudo o que o Frances não gosta. Racismo existe no mundo inteiro, mas pra mim ele parece ser mais forte na Europa onde os brancos costumam imitar macacos em lugares públicos. O preconceito com imigrantes também é bastante forte por lá, sendo dados a eles empregos com baixa remuneração e com pouca perspectiva de crescimento, quando não os deportam.

O diretor quis reunir todos estes estereótipos em um cara pra o transformar na pessoa mais improvável de ser um bom assistente em cuidados especiais. Philippe, o tetraplégico, diz uma frase interessante do porque o escolheu. Entre todos o que estavam concorrendo à vaga, ele era o único que não sentia pena dele. Pena é tudo o que qualquer pessoa, tendo uma deficiência ou não, quer que alguém sinta por ele.

Um tetraplégico é uma situação terrível que me lembra muito o caso do Christopher Reeve. Um paraplégico é ruim, mas com esforço e determinação ele consegue ter uma vida bastante ativa e independente, pois a restrição dele é abaixo da cintura. Já o tetraplégico tem o corpo inteiro paralisado e só é possível se mover acima do pescoço, quase como um vegetal. Então ele se torna totalmente dependente de outras pessoas e com o avanço da tecnologia, é possível manter uma pessoa dessas viva durante muitas décadas. Christopher Reeve ficou neste estado durante nove anos. Só posso recorrer ao espiritismo quando me pergunto por que uma pessoa recebeu tanta dor na vida. Só pode estar pagando alguma dívida de uma vida anterior. Não há outra explicação.

Talvez seja pelo excesso de elogios e pelas indicações dos amigos, mas eu fiquei um pouco decepcionado. Não é um filme ruim não, pelo contrário é muito bom. Mas eu esperava O filme. Pensei que iria mudar minha vida, mas foi apenas um filme divertido e que passa uma mensagem boa Achei um tanto clichê, pois já vi muita coisa exposta lá em outros filmes de Hollywood. Usaram uma fórmula de sucesso comercial de outros países na França, e deu certo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Famoso por poucos minutos

Nunca sonhei em ser famoso. Digo, não sonhar como aspiração e sim sonhar literalmente. Não sei se é comum como aqueles sonhos típicos de estar caindo ou voando, mas acho que não ocorre tanto, a não ser que seja aquela pessoa que quer muito ser e fica pensando todo dia nisto, ai é capaz de acontecer, acho. Não me lembro de ter visto alguma matéria sobre famosos, mas hoje sonhei que era muito famoso, não sei porque. Mas tinha muito dinheiro como se fosse o Neymar e vivia as agruras de ser uma pessoa assediada pelo público e ter a necessidade de usar guarda-costas para se proteger.

Meu sonho já começa comigo chegando em um hotel para me hospedar e aquele mundo de fãs e repórteres se espremendo para tirar fotos e tentar um contato. Chego vestindo um terno ou smoking, provavelmente vindo de alguma festa ou evento importante e eu estava junto da minha família. Com toda aquela tensão de estar acuado com muita gente tentando chegar perto de você um repórter consegue furar a segurança e chega próximo de mim. Não sei o que aconteceu, mas fiquei extremamente irritado e comecei a dar socos nele, enchi de porrada a cara do sujeito, dei pelo menos 4 socos na cara e um na barriga. Meus seguranças me levaram para o elevador do hotel e todos nós subimos depois daquele incidente desagradável, eu estava um pouco desarrumado com o problema do repórter.

Quando nos estabelecemos no quarto conversamos sobre o assunto. Minha mãe disse que tínhamos 6 seguranças e mesmo assim acabou vazando e ela achava que realmente necessitava ter uma segurança particular apesar de falhar às vezes. Eu me lembrei que uma pessoa famosa nesta semana tinha sido vítima de uma pessoa que invadiu uma área reservada e que também teve um entrevero, mas não me lembrava do nome da pessoa. Minha cunhada disse ser o Neymar, mas eu corrigi dizendo ter sido o ator que fez Heleno de Freitas no cinema. Ficamos tentando lembrar do nome do ator, meu irmão disse saber quem era e falou o nome de José Castro. Na hora eu disse ter certeza não ser este nome. Minha cunhada veio com Castro Alves. Eu disse que também achava que tinha o nome Castro mas que não era nenhum desses que eles disseram, inclusive Castro Alves era um escritor e não ator. Ficamos neste impasse de não lembrar quem era.

Nesta hora meu pai disse ter pedido para entregar uns remédios que precisava e tocou a campainha de alguém no elevador. Pensei que iriam descer para retirar a entrega, mas ninguém se moveu. Passado alguns minutos, o elevador começou a subir e entendi que aquela campainha era só pra nos avisar que iria subir alguém. Quando o elevador abriu, apareceu um chinês que com os pés, pegou a sacolinha com a encomenda e nos entregou. Achei bem curioso o fato dele usar os pés e não as mãos. Bom, neste ponto que acordei.

Assim que voltei à realidade lembrei finalmente o nome do ator: Rodrigo Santoro. Não tinha nada de Castro no nome.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Em Lisboa revi meu antigo serviço

É engraçado como se realiza o mecanismo dos sonhos. Se você se lembra de muita coisa depois que acorda, percebe que seu sonho é uma sucessão de pequenos sonhos que se interligam bisonhamente e quando se está vivendo, não percebe o quão absurdo a situação pode ser. Pode-se estar num barco que depois vira montanha e logo depois na verdade você está no seu quarto, tudo na mesma cena. Nesta noite tive um sonho que juntaram muitos desses elementos.

Eu precisava realizar uns pagamentos e levar documentos para alguma operação
comercial e estava na fila do caixa aguardando minha vez. Na verdade isto se passava na antiga agência bancária que eu trabalhei há 4 anos. A fila era muito pequena, diferente de quando eu estava lá onde dava voltas e levava quase uma hora de espera e fiquei feliz pelo lugar ter evoluído. Fui atendido por um rapaz jovem e começamos a realizar as operações, mas cada vez que eu lhe entregava os papéis solicitados, ele demorava vários minutos mexendo no computador para em seguida pedir mais informações e novamente demorar bastante. Levantei os olhos e olhei para sua mesa. Tinha uns 3 o 4 monitores, como a mesa do operador do Matrix e ele mexia em um onde tinha o facebook aberto. Em outra tela tinha um site de notícias e em outra tela as nossas informações do trabalho. Não fiquei nervoso, mas perplexo da cara de pau dele ficar escrevendo mensagens no facebook enquanto trabalhávamos. Olhei para o relógio e vi que faltavam 10 pra 4, prestes a fechar, e precisava fazer outra coisa na agencia. Já ia fechar. Então apressei a situação e encerrei a negociação.

Assim que terminei, antes de sair decidi ver como estava a minha agência antiga. Diferente da realidade, o lugar era muito grande, com vários quartos e eu, no sonho, lembrava do lugar com nostalgia. Agora, pensando bem, o lugar era uma casa de praia que aluguei com meus amigos há alguns anos em Angra dos Reis, que no meu sonho foi transformada em agência bancária. As paredes era pintadas de azul e verde bem fortes, com desenhos abstratos coloridos, muito parecido com o carpete do teatro que eu fui ontem à noite na vida real. O lugar tinha passado por uma reforma e estava brilhando, muito bonito. E tinha passado por uma faxina, muito daqueles arquivos horrorosos e da papelada excessiva da minha época foi eliminada. Fiquei feliz em ver o lugar como estava e tirei algumas fotos para comparar com as minhas quando chegasse em casa. Em seguida percebi que eu tinha um Ipad comigo e usei para tirar fotos também. Foi realmente um sonho, pois gostaria muito de ter um na vida real.

Dois colegas do meu serviço atual estavam lá como se, assim como eu, também tivessem trabalhado nesta agencia. Mas na vida real isto não é verdade. A gerente do lugar era a minha chefa de um serviço retrasado que estava fazendo ali não sei o que. Despedi-me dela e fui embora. Assim que sai o cenário, como todo bom sonho, mudou radicalmente e ao invés de aparecer na av.Paulista, a casa estava em um bosque que parecia a Inglaterra dos filmes. Durante uma conversa, foi dito que era Lisboa. E de onde estávamos precisávamos de um carro para nos levar à cidade. Então sentamos no gramado que tinha na frente esperando um carro que ia nos levar de volta. Não me lembro do assunto que conversávamos, mas eu fiz duas piadas de português dizendo “ora, pois” que todo mundo se mijou de rir. Era realmente engraçada, mas não me lembro nada. Finalmente acordei.

Momento terror: No meu sonho eu estava contando a piada com uma amiga e estávamos rindo. O sonho foi interrompido na metade, nesta parte. Abri os olhos e vi um vulto andando no meu quarto. Não sei se foi resquício do sonho na realidade ou se vi realmente um espírito. Era uma menina muito parecida com o filme O Grito, com os cabelos na face e uma camisola branca. Ela não tinha os pés e estava flutuando da canela pra cima, Quando a vi, ela estava atravessando meu quarto, mas não na minha direção e sim para o outro lado. E numa fração de segundos desapareceu. Não fiquei nem um pouco com medo, mas achei muito legal de ter visto algo assim.