segunda-feira, 29 de abril de 2013

Vida Perdida – Jaycee Dugard

Livro de memórias da menina seqüestrada em 1991 que ficou 18 anos em cativeiro sendo seguidamente estuprada por Phillip nos Estados Unidos. Eu já tinha ouvido falar no caso, mas foi uma notícia passageira que nunca mais vi alguém comentar. Minha irmã me emprestou o livro e pude conhecer melhor a história, Na época disseram que ela ficava no quintal do casal de seqüestradores e fiquei curioso de porque ela não fugia já que estava no quintal. Lendo suas descrições se tornou claro que não é um quintal normal que conhecemos. Ele estava nos fundos da casa principal e era cercado de altos muros, sendo que ela só passava alguns momentos e permanecia mais dentro de dois cômodos gradeados.

Jaycee tinha 11 anos quando foi seqüestrada pelo á condenado por estupro Phillip, que vivia sob condicional da justiça. Além do horror em permanecer presa, gradeada, algemada e vivendo em condições subumanas sem banheiro, água e condições básicas de conforto ela foi severamente estuprada várias e várias vezes. No livro ela descreve algumas noites que chamava de “maratonas” onde Phillip tomava drogas para se manter acordado durante várias horas e passava muito tempo realizando as mais diversas fantasias sexuais e masoquistas na pobre menina. Jaycee não é tão descritiva nesses momentos, mas ela fala de um modo geral que faz a gente entender o horror que deve ter sido. Ela chegou a ter dois filhos de Phillip no cativeiro sendo que ele mesmo fez o parto.

Com o tempo ele foi diminuindo rigor na vigilância dela deixando-a andar pelos dois cômodos onde ela era presa e teve chances de usar a internet para ensinar suas filhas. Assim como me perguntava antes me pergunto agora porque ela não procurou ajuda ou de alguma forma tentou chamar a atenção de outros. Ela diz que tinha muito medo da reação dos seqüestradores caso fizesse e ser punida muito mais do que já era. O medo foi um sentimento fortíssimo para incapacitar qualquer reação que tivesse.

O seqüestrador teve muita sorte em escolher Jaycee. Ela era uma menina independente que ia para a escola caminhando sozinha durante longa distância, forçada pelo padrasto que não ligava muito. Ela era tímida e retraída, fazendo a assimilação a um novo mundo enjaulado ser mais fácil e ter menos resistência. Outra que ela era uma menina muito dócil e carinhosa, visível pela sua escrita, fazendo com que desenvolvesse aquela síndrome de Estocolmo, onde o seqüestrado desenvolve afeição pelo seqüestrador. Ela era sempre manipulada psicologicamente para aceitar aquela situação e tentar ajudar Phillip. Ela achava que eles até eram boas pessoas que faziam algumas maldades.

Apesar de tudo ela foi forte para seguir vivendo, agüentar todo o sofrimento, encarar a vida com otimismo tentando superar os problemas, passou por tudo com resignação. Se for pensar do modo espírita em encarar a vida, pode-se dizer que pagou os pecados que poderiam ter tido em outra vida com dignidade.

Mesmo sabendo que ela foi pega ainda quando criança e nesta idade elas não tem muita iniciativa ou uma mente preparada pra tomar ações de fuga, dá raiva em ler algumas partes da história onde ela trata bem seus algozes e até os defende. Eu faria diferente. Ela teve milhares de chances de por um fim naquilo e se acovardou. Apesar de que apontar o dedo e criticar os outros de longe é fácil. Queria ver se eu teria toda essa coragem na mesma posição.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Marido à caça

Vou relatar mais um sonho que tive. Eu estava dormindo da vida real e também estava dormindo no sonho. Quando acordei no sonho, estava deitado no meio numa avenida atrás da minha casa. Levantei-me um pouco e olhei para os lados um tanto quanto perdidos e percebi que meu pai também estava ao meu lado deitado na mesma posição que eu e ele também despertou na mesma hora. O mundo estava parado, não ventava, estava silencioso e não passava nenhum carro graças a Deus, senão já tinha nos atropelado.

Uma mulher de repente aparece correndo vindo ao nosso encontro pelo lado esquerdo e descendo a avenida. Ela está vestida de branco e está em desespero. Quando nos encontra ela relata sua história que não me lembro muito bem. A única coisa que ficou na minha memória foi que ela estava sendo maltratada pelo seu marido e que tinha escapado em um momento oportuno. Agora ela queria fugir dali, das garras de seu companheiro violento. Quando terminou o relato, voltou a descer por esta avenida correndo em direção à estação de trem que estava a apenas 10 minutos dali.

Depois de transcorrido um tempo imensurável, aparece um cara vindo da mesma direção que aquela mulher tinha aparecido, portando uma faca nas mãos e procurando alguma coisa. Obviamente deveria ser aquela mulher fugindo. Ao se aproximar de nós ele nos perguntou se vimos uma mulher correndo por aqui. Imediatamente, sem pensar nas conseqüências do que estava fazendo, apontei em direção à estação informando-o que ela havia ido para lá. Ele agradeceu e seguiu em frente. Logo depois olhei para meu pai e disse que eu devia estar louco por ter indicado o caminho correto. Pensei “Que burrada que eu fiz! Tenho que evitar uma tragédia.”

Na hora me levantei e informei ao meu pai que iria até o trem tentar localizar a moça e informá-la sobre o perigo que estava tendo, pois seu marido estava bem ali a sua procura. Quando cheguei à estação, a situação era irreal. O trem parecia com aqueles trens bala europeu com leitos que usam para viajar de um país para outro. E em um deles estava tendo uma festa a fantasia. Nesta hora meu subconsciente usou a memória de um filme que assisti na minha juventude para criar o novo cenário. O filme é Trocando as Bolas, com Eddie Murphy. Eu procurei com o máximo de esforço tentando olhar para o rosto das pessoas que em muitas vezes tinha máscaras, vendo se reconhecia a mulher em fuga. Ao mesmo tempo estava com medo de me deparar com o marido violento e ele já ter achado a antes. A culpa seria minha caso ele tivesse sucesso. E acabou neste ponto.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estratégia do Camelô

Todos os dias eu pego o trem na estação do meu bairro pra ir ao centro de São Paulo onde trabalho. Todos os dias têm esse pessoal chato que vende tranqueiras, comes e bebes no vagão de trem ilegalmente. É durante o transporte diário que ponho minha leitura de livros em dia e quando eles começam a gritar seus produtos e preços supostamente baixos atrapalha muito minha concentração. Geralmente a deixo pronto meu mp3 pronto pra quando for importunado, colocar os fones de ouvido e ligar um rock algo o suficiente para abafar a gritaria. Eles vendem porque tem gente que compra. Essas pessoas que financiam o desconforto do trem.

Teve um dia que achei interessante o modus operandi de uma dupla de camelos que entraram no vagão. Normalmente entram fingindo ser um passageiro normal para não serem pegos pelos guardas e quando ele começa a andar eles tiram os produtos da bolsa e expõe ao público. Os camelôs são como motoboys, são mais ou menos unidos e um ajuda o outro a evitar a segurança dos trens. Cada um deles grita com o outro avisando onde vão ocorrer as fiscalizações, em que estação tem mais guardas prontos pra desmascarar algum, e etc. Neste dia um camelo começou a falar com o outro no mesmo vagão bem alto já me atrapalhando na minha leitura normal.

Um comentava com o outro que parece que tinha um guarda na próxima estação, a final, e que estava complicado. O outro respondeu que era uma droga, que esses guardas eram uns safados e que estavam tirando o sustento deles. Em seguida o primeiro começou a anunciar seus produtos aos passageiros avisando que na próxima estação iriam ter vários seguranças esperando por eles para confiscar o produto que estavam vendendo. Ele dizia “Já está tudo perdido mesmo, então estou vendendo pela metade do preço pra quem quiser. Estou me desfazendo desses produtos por menos do preço de custo. Ajudem-me a me livrar de tudo isto pra que não fique com os seguranças da próxima estação”.

Claro que vendeu bastante, mão não tudo o que eles tinham. Até parei pra prestar atenção a este esquema. Quando faltaram alguns metros pra composição chegar à estação eles pararam de anunciar, guardaram seus produtos e fingiram que estava tudo na maior normalidade. Puro golpe estratégico, dizer que eles estavam desesperados pra vender, que estavam vendendo abaixo do preço e que os clientes deveriam comprar imediatamente sem pensar antes que o trem chegasse à próxima estação. Embutiu uma sensação de urgência.

Fiquei com uma raiva desses caras que enganaram uns poucos consumidores bestas. Mas depois de um tempo pensei bem e percebi que eles foram até que inteligentes. São estratégias assim que muitos lojistas que exercem sua profissão legalmente agem. Não é privilégio dos ambulantes.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Papel desempenhado numa relação amorosa

Quando conhecemos e gostamos de alguém e finalmente quando caímos de amores pelo pretendente, mudamos nosso comportamento radicalmente. Quase sempre representamos algum personagem, poucas pessoas são elas mesmas tão abertamente.

Eu ouvi isto e concordei. Quando estamos saindo com alguma namorada ou namorado, não somos nós mesmos. Representamos um papel, vestimos uma carapuça para sermos aceitáveis e adequados à posição de companheiro ao seu lado. Rimos das piadas idiotas e comentamos sobre coisas que não nos interessa para que sejamos amados. A necessidade de afeto é intrínseca e temos a sensação que se não nos comportarmos de determinado jeito, o sexo oposto não se interessará por nós e nos deixará. Somos atores da vida real. São aquelas pequenas mentirinhas do dia a dia que todo mundo faz como “você está bonita hoje”, “está magra”, etc.

A situação muda com o avanço da relação. Quanto mais tempo e mais intimidade, a pessoa vai se apaixonando ainda mais, se entregando. As barreiras emocionais que temos num primeiro momento vão caindo de acordo com o crescimento da confiança. Tem coisas que não contamos para qualquer um, só para aqueles que interessam. Quanto mais barreiras são baixadas, mais a mercê estamos da outra pessoa. As barreiras servem para nos proteger. Se baixamos as barreiras, ficamos vulneráveis a qualquer ataque ou carinho da outra pessoa e é ai que sofremos ou amamos completamente.

Acho que quando estamos plenamente apaixonados regredimos a idade mental da criança, pois todos temos uma criança interior que necessita de amor. É por isso que Freud é tão importante, ele já previa isto. O primeiro amor de uma pessoa é para com sua mãe. Temos confiança total e um amor incondicional com a progenitora que nunca se repetirá. Quando encontramos um parceiro que amamos, o nível de comportamento se aproxima do amor que tinha com a mãe. Não carnal, óbvio, mas afetivo. Tornamos-nos tão dependentes da outra pessoa assim como éramos quando criança com a mãe que não vemos o resto da vida sem aquela companheira do nosso lado. É nessa fase que mulheres ficam chorando quando recebem algum desagrado do parceiro e quando um cara decide assassinar a parceira quando leva um fora. São casos extremos, mas acho que todo mundo passa por isso, desilusão amorosa.

No momento que somos realmente nós mesmos são os momentos que somos mais vulneráveis e indefesos.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dan Brown

Acabei de ler o único livro do Dan Brown que eu ainda não tinha lido: Ponto de Impacto. Agora já li todos os livros do autor e posso dar um parecer sobre sua obra tão vendida e criticada ao mesmo tempo. Não li na ordem da publicação e sim na disponibilidade.

O primeiro que li foi o tão aclamado Código da Vinci, o quarto livro dele. Até então eu não o conhecia e meu tio trouxe para meu pai ler, dizendo que era ótimo. Logo me interessei e assim que meu pai terminou a leitura eu aproveitei e li também antes de devolvê-lo. Achei muito interessante principalmente pelas informações sobre as obras de arte de Leonardo da Vinci e algumas informações sobre a França. Além da história policial, havia uma pesquisa feita pelo autor sobre algo interessante como o grande acelerador de partículas. E, claro, a maior história do livro é o fato dele defender que Maria Madalena, a prostituta da bíblia, foi realmente esposa de Jesus Cristo e que teve filhos e descendentes. Por mais polêmico que seja, isto não é uma idéia original do autor. Pesquisei e esta teoria á era bem conhecida e antiga. Ele fez uma boa pesquisa sobre essas coisas e criou a história com grupos secretos em torno como os Iluminati, Priorado de Sião e outros grupos religiosos importantes. Gostei muito na época.

A partir do segundo livro que li, percebi que o autor tem um manual para a escrita. Todos os livros dele têm uma estrutura fixa bem clara, onde tem um sempre um casal de heróis, organizações secretas, um plot-twist onde o verdadeiro vilão é desvendado e outros fatos repetidos que são apresentados em todos os livros do mesmo jeito. Ou seja, ele tem uma fórmula de sucesso na mão, cria a história e encaixa nesta estrutura fixa. Acho que ele deve ter feito curso de roteiros.

O segundo livro que li foi Anos e Demônios, que foi o segundo livro lançado por ele e a história se passa antes dos acontecimentos de Código da Vinci. Foi à estréia de seu personagem mais famoso, Robert Langdom, representado no cinema pelo Tom Hanks. Achei este livro melhor do que o anterior. A história se passa em Roma e existe uma conspiração na escolha do próximo papa. Além da história, o autor novamente apresenta várias curiosidades dos locais artísticos da cidade, a idéia da antimatéria e o processo de escolha do papa.

O terceiro livro que li foi o terceiro livro da trilogia com Robert Langdom e o último a ser publicado em 2009, o Símbolo Perdido. Até agora é o meu preferido por ter abordado um assunto que me interessava bastante, a maçonaria. Durante a história é explicado várias das curiosidades sobre este grupo de pessoas e de como eles influenciaram a história norte-americana e a construção de Washington. É explicado como funciona a organização, os símbolos, os 33 níveis, as pirâmides, etc. Gostei muito.

Logo depois vi que os dois livros que ainda não tinha lido estavam disponíveis na biblioteca do meu serviço. Então primeiro li a Fortaleza Digital, seu livro de estréia e o primeiro dele que não gostei. A estrutura é a mesma, mas a pesquisa dele foi mal feita. O ponto principal foi sobre tecnologia e a maioria das coisas que ele joga nas páginas como curiosidade eu já mais ou menos sabia. Então terminei o livro sem aprender nada de muito relevante, ao contrário do que aconteceu com os outros livros. Agora, finalmente, li seu terceiro livro publicado: A Fortaleza Digital. Ele fala de um acontecimento espacial, a queda de um meteorito e de possível vida alienígena. Mas claro que haverá uma conspiração envolvendo a Nasa e o governo federal. Achei muito interessante as coisas que ele diz sobre a tecnologia da NASA e do exército. Na primeira página do livro ele comenta que todas essas tecnologias são verdadeiras. Então ficamos impressionados e um tanto descrentes, pois são coisas muito avançadas que até hoje nunca ouvi falar. Mas como ele se baseia em muita pesquisa, qualquer dia vou procurar na internet um pouco das coisas que ele cita no livro.

Então se alguém quiser ler um livro de Dan Brown, aqui vai meu ranking dos melhores:

1 – O Símbolo Perdido
2 – Anjos de Demônios
3 – Ponto de Impacto
4 – O Código da Vinci
5 – Fortaleza Digital

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Perseguição

Trombadinhas e assaltos nas ruas estão cada vez mais comuns. Temos que estar sempre alerta, os bandidos geralmente escolhem as vitimas mais “perdidas” e sem noção e estão olhando para o céu ou sem cuidado nenhum com seus pertences. Os atentos vêem as mudanças de comportamento ao seu redor. Acho que isto só se aplica em cidades grandes metropolitanas violentas como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e outras.

Depois de já ser assaltado e ver muitas situações parecidas, passei a desenvolver algumas técnicas para tentar prever o bote dos bandidos. Técnicas que a gente vai aperfeiçoando com o passar dos tempos, sempre as renovando. E quanto mais valor carrego, mais presto atenção ao meu redor e mais percebo coisas que era melhor não ter visto. Muitas vezes não sei se o movimento de um cara foi para se preparar para um assalto ou se foi imaginação minha que está pensando nisto mesmo.

Hoje aconteceu um caso desses. Eu estava fazendo minha caminhada diária normalmente, mas desta vez resolvi fazer um caminho diferente pra varia um pouco. O mesmo caminho todo dia às vezes enjoa. Sempre carrego meu celular com GPS pra registar toda a minha caminhada do ponto A ao B. Além de me mostrar todo o percurso que fiz, ele mostra tempo de caminhada, quilometragem, gasto calórico e outras informações interessantes. Agora este aplicativo! Não sei como vivia antes sem ele. Não posso perdê-lo.

Então, eu estava fazendo este novo caminho tranqüilamente, mas sempre alerta tentando observar o comportamento das pessoas ao meu redor e tentar descobrir se alguém está com más intenções. Uma hora passou dois moleques com um jeito estranho de bicicleta do meu lado e um deles olhou de um modo diferente pra mim. Incomodei-me com isto e fiquei olhando com o canto do olho pra onde eles iam. Foram embora, então relaxei. Talvez estivessem olhando a camisa do Corinthians que eu estava usando.

Passou alguns minutos e quando olho para trás, vejo os mesmos moleques de bicicleta voltando. Meu alerta de aranha começou a apitar e previ um ataque dos mesmos que devem ter me olhado e pensado em me assaltar. Na hora pensei nas minhas alternativas e vi um grupo de pessoas vindo na direção contrária e imediatamente me juntei a eles. Os dois moleques passaram novamente ao lado e aquele que me olhada, continuou me olhando. Eles foram embora, mas não fiquei mais tranqüilo. Fiquei imaginando que eles iam dar um eito de voltar e me emboscar.

Cancelei imediatamente minha caminhada e resolvi apertar o passo de volta pra casa. Neste meio tempo fui olhando para trás pra ver se eles voltavam. Olhei também para outras ruas pensando se eles iriam dar a volta e atacar pela frente. A mente começou a criar N situações de ataque e consegui chegar em casa são e salvo. Mas até agora não sei se eles realmente estavam atrás de mim ou não. Foi estranho eles passarem duas vezes olhando pra mim. Mas também não quer dizer nada. Quem sabe não foi coisa da minha imaginação.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Tratando Mal

Existe uma teoria que mulher gosta mesmo de um canalha. Claro que ela não quer ser traída, mas todo o comportamento de um cafajeste é muito atrativo para a mulher. Os cara que tratam bem as mulheres e são fieis geralmente perdem terreno. Eu sou ouvinte do Pânico na Jovem Pan e em seu quadro existe uma participante que se chama Amanda Ramalho. Ela é bem desbocada, fala o que pensa e não tem inibição pra falar que alguém não presta na cara dele. Alguns dias o Emílio e os participantes costumam conversar com ela no ar sobre suas preferências e ela sempre diz que prefere os canalhas, que é bom ser maltratada de vez em quando. Ser mulher de malandro parece ser inato e elas mudam com a idade, educação ou experiência.

Sonhei hoje que eu tive um caso com a Amanda. A gente estava saindo junto e aparentemente estávamos namorando. Mas acho que este programa que ouvi sobre ela gostar de ser maltratada ficou na minha cabeça e comecei a me preocupar em perdê-la. A gente estava muito bem juntos e eu a tratava bem, mas fiquei pensando se ela não iria se enjoar de mim. Então um dia quando estávamos no apartamento dela, comecei a tratá-la mal e brigar. Neste momento o Carioca, personagem do Pânico, entrou e ficou assustado com o nosso comportamento. Até então ele não me conhecia e só sabia que a amiga dele estava saindo com um novo cara. Quando ele viu nosso quebra pau achou estranho, com toda justiça.

Então me toquei que eu estava exagerando. Puxei o freio de mal e diminui a dose, mas é difícil saber o quanto de maldade e bondade tem que ter em uma situação. Pra um canalha, tratar mal um pouquinho e tratar bem outro tanto deve ser a coisa mais normal e natural do mundo. Mas pra um cara que tem o costume de tratar bem sempre não é natural. O sonho foi bem simples e rápido, mas depois que acordei fiquei pensando na situação das mulheres que gostam desse tipo de cara.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Carioca X Jô Soares

Sei que já passou muito tempo da briguinha que ocorreu entre o Jô Soares e o Carioca, mas resolvi dar minha opinião sobre o assunto depois de rever a o vídeo do episódio no youtube. Pra quem não sabe do que se trata, o integrante do programa Pânico fazia um quadro humorístico, o Jô Suado, onde imitava o gordo. Em uma noite de autógrafos, o Carioca foi de encontro do apresentador da Globo, mas foi ignorado por ele. O Jô se recusou a dar a entrevista e saiu ignorando seus apelos. Claro que o Pânico fez uma novela do caso.

O Carioca depois deste fato se sentiu desprezado pelo ídolo e decidiu encerrar o quadro. De acordo com ele, a imitação era uma homenagem ao seu ídolo e uma forma de homenageá-lo. O fato de ele ignorar completamente foi muito mal visto pelo pessoal do programa principalmente pelo imitador que não via mais sentido em homenagear alguém que te despreza. Eu concordei com o Carioca na época, foi muita falta de educação do gordo. Não estava nada dar uma parada e conversar por 5 minutos. Só esta atitude já bastaria.

O Pânico é conhecido por incomodar os famosos. Em um segundo pensamento, conclui que o Jô também tem razão no ponto de vista dele. Ninguém é obrigado a fazer nada que não queira. Se ele não está a fim de conversar com o Carioca, não é obrigado. Ele tem o direito de ser grosso também. Eu mesmo, se aquele chato do Vesgo aparecesse na minha frente querendo fazer gracinha comigo, recusaria. O Jô deve ter pensado a mesma coisa. Esse chato do Carioca vem me encher o saco, não quero falar com este chato. Ele tem esse direito. Mas cada um acate as conseqüências de ser grosso.

Outro dia o Jô Soares deu uma entrevista do Roda Viva muito boa onde comentava seu novo livro e outros assuntos da sua vida. Uma das entrevistadas chegou a perguntar sobre o caso. Ele disse que gosta da imitação do Carioca e até disse pra ele continuar fazendo, mas que não poderia ter parado para dar uma entrevista porque isto seria deselegante com a Globo que estava fazendo uma cobertura especial com ele e que o estava ajudando na divulgação da obra.

Esta sua explicação não foi totalmente convincente pra mim. Se a Globo tivesse proibido, eu entenderia, já que ele é funcionário da mesma deve prestar contas ao seu chefe, á que recebe salário da mesma. Mas ele disse que a iniciativa era dele mesmo que queria passar uma boa imagem parar eles mostrando-se grato pela cobertura jornalística de sua obra. Ele entendeu que isto seria uma espécie de traição. Discordo. Primeiro que na época o Pânico era da Redetv, uma emissora minúscula e irrisória. Não tem importância nenhuma. Segundo que 5 minutos do tempo dele não é nada. Às vezes a gente gasta 5 minutos esperando o elevador chegar. O que custa responder umas 3 perguntas? Seria uma demonstração elegante e educada. Daria boa imagem a ele e também à TV Globo. Ele ainda poderia até fazer um merchan da Globo na emissora concorrente. Todo mundo só tinha a ganhar com esses 5 minutos. Ao invés disto só ele saiu meio queimado da discussão.

Não é de hoje que ele não gosta do Pânico. Há muito tempo atrás o Pânico tinha a brincadeira da sandália da humildade onde falava pros famosos calçá-la. Lembro que o Jô era contra, pois virava a sandália da humilhação quando eles forçavam os outros a usar. Concordei com esta opinião, às vezes o Pânico é um saco mesmo. Mas esta atitude do Jô foi excesso de estrelismo e arrogância em minha opinião.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Diferentes Mídias

Eu não sou tão fã assim, mas gosto de algumas obras em quadrinhos e animes. Não são todos, pois tem muita coisa bobilda e infantilóide. Mas têm algumas obras que são verdadeiras obras de arte. Pra mim o mais importante é a história em si. Se a história for boa, não importa como será me apresentado. Existem diferentes mídias para representar uma peça. Teatro, cinema, televisão, Anime, Histórias em quadrinhos, música, livros, pinturas, etc. Todo tipo de mídia é importante.

Às vezes fico triste em ouvir das pessoas que elas não gostam de anime sem ter assistido ao seriado do qual estou falando. É preconceito de a pessoa dizer simplesmente que não gosta de anime e ponto final. Nem viu. Muitos me dizem que história em quadrinhos é coisa de criança. Muitas sim, mas existem histórias em quadrinhos para adultos que contém histórias muito interessantes como Gen Pés Descalços onde um sobrevivente de Hiroshima depois de adulto se torna desenhista e conta a história do Japão através dos olhos de uma criança. Ou Fracasso de Público onde apresenta a história de algumas pessoas que vivem em Nova York e seus problemas do dia a dia. História em Quadrinhos no Brasil é sinônimo de gibi da Mônica, para os leigos. Não os culpo por não saberem, mas me entristeço por não quererem conhecer. Do mesmo modo são os animes. A história e o modo de contar de Death Note é sensacional. Daria um grande filme life-action. Eu contei para meu irmão e disse pra ele assistir. Ele assistiu? Não. Não se interessou por um anime. Não sabe o que está perdendo.

Nem toda história funciona bem em qualquer mídia. Tem histórias que são sensacionais em uma e sem graça em outras. Por exemplo, o livro O Caçador de Pipas. É um dos melhores livros que li, até chorei em algumas partes, sensacional. Ele foi adaptado para o cinema, outra mídia, e corri para assistir. Muito sem graça! O roteirista não tem culpa, pois tudo o que está no livro está no filme, não cortaram quase nada. Mas o filme não tem alma nenhuma. Todo o sentimento está no livro. Fiquei sabendo que a história foi adaptada para os quadrinhos. Não li. Depois da decepção do cinema, resolvi nem ver os quadrinhos.

Outra história que foi contada em várias mídias é O Mochileiro das Galáxias. Originalmente era um programa de rádio na Inglaterra. Depois foi adaptada para os livros, por Douglas Adams, onde alcançou grande sucesso. Na década passada foi adaptada para o cinema, onde recebeu algumas críticas. Eu gostei do filme, mas reconheço que não é exatamente o que eu esperava. Acho que daria uma ótima série de televisão, pois é escrito em forma de episódios e não uma história só.

Com tudo isso, recomendo que busquem boas histórias, independente da mídia. E de preferência onde fez mais sucesso. Nem toda adaptação é bem sucedida.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Bebida ao volante

Ás vezes somos falsos moralistas e criticamos os outros quando deveríamos olhar para os próprios pés. Não quer dizer que não devemos cobrar os outros a fazer o certo, mas temos que dar o exemplo acima de tudo. Acho um absurdo as pessoas andarem bêbadas com os carros com o perigo de matarem inocentes nas ruas. Vários amigos ficam olhando seus celulares e checando os pontos de fiscalização antes de saírem do bar. Critico, mas eu confesso que no passado já sai de uma balada alcoolizado. Nunca mais fiz isto, mas no dia até teve uma explicação.

Eu estava saindo há pouco tempo com uma moça e tínhamos começado a namorar naquela época. A sua família era bem conservadora e protetora e não gostava que ela se envolvesse com qualquer um. Eu teria um dia um encontro tenso com eles e fui aprovado, mas antes passei por outro teste de ferro, a imã dela. Marcamos de ir numa casa noturna e convidamos sua irmã para ir conosco. Minha namorada já tinha me alertado que ela era um pouco severa, mas fui preparado pra ser a pessoa mais agradável possível, tentando fazê-la se sentir bem e me achar um cara legal.

Ela era esnobe e dizia ter um namorado riquíssimo que só ia a lugares finos e não com a nossa gentalha. Ela era lindíssima, mas olhava para as pessoas como se elas fossem insetos a serem esmagados. Ignorei tudo isso e a tratei como a minha melhor amiga, como se fossemos irmãos. Quando a conheci, ela esticou a mão como se fosse cumprimentar uma ratazana, meio com nojo. Ignorei sua mão e a abracei dando um beijo no rosto. Eu queria quebrar aquela tensão e fazer um tratamento mais próximo entre nós, sem falso formalismo, pelo menos da minha parte.

A balada tinha uma consumação mínima que na época dava pra beber uns 7 chopps. Chegamos ao lugar umas 22h e perguntei para minha namorada a que horas elas estavam planejando ir embora. Ela disse que umas 4h ou 5h. Então pensei: “Se eu beber até á meia noite, até as 5h já vai ter saído do corpo e não terei problemas em dirigir”. Assim que chegamos comecei a entornar o caneco e curtir o local com as duas. Acho que bebi os 7 chopps até umas 23h30 e pensei: “pronto, to legal, agora não vou mais tocar em nenhuma bebida até o final”.

Quando deu meia noite a minha namorada vira pra mim e me diz: “Minha irmã quer ir embora agora”. Pensei: “fudeu”. Tudo o que planejei não deu certo. Tentei argumentar com minha namorada pra convencê-a a ficar um pouco mais, mas ela foi irredutível. Então saímos do lugar e eu estava bem preocupado já que tinha acabado de virar 7 copos. Fiquei respirando fundo e tentando me localizar. Quando chegamos ao estacionamento, cadê a chave do carro? Não achava de jeito nenhum! Procurei em todos os bolsos. Eu devia estar muito ruim mesmo. Mas de repente achei em um bolso secreto na minha jaqueta que eu devia ter posto lá por ser mais seguro. Quando saímos com o carro fui virando na contra mão! Meu Deus, da vergonha só de lembrar. Tiveram que me avisar a direção correta da via.

Apesar deste início incerto, o resto do caminho até a casa delas foi normal, sem nenhum incidente. Acho que este choque inicial fez meu fígado quebrar toda a glicose no sangue e me tornou sóbrio rapidamente. Desovei as duas na casa delas sem muito entusiasmo por ter minha balada repentinamente destruída e fui pra casa. Dirigi bêbado! Quem sou eu pra reclamar dos outros? Mas desde então nunca mais repeti o meu erro e já faz 10 anos do fato. Acho que eu posso sim reclamar do pessoal que bebe e não está nem ai pra isto.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Batida Policial

Neste final de semana fiz uma viagem onde percorri uma das rodovias de São Paulo. Em dois locais diferentes desta rodovia havia policiais fiscalizando alguns carros de passagem. Quando vamos nos aproximando, começam a surgir grandes cones de sinalização utilizados para obras ou para alertar os motoristas a desviarem o caminho. Neste caso eles usavam os cones para afunilar o transito e diminuir as 4 faixas em apenas uma onde poderia olhar melhor. É um saco quando isto acontece, pois o transito já não é perfeito quando está livre, ainda mais quando diminui para apenas uma faixa. Temos que reduzir drasticamente a velocidade e enfrentar um mini-congestionamento criado pelos policiais. Tudo bem que é por uma boa causa, fiscalizar e punir os contraventores, mas causa desconforto nos demais motoristas honestos.

Enfim, como eu tenho todos os documentos em dia e tudo certo, passei tranqüilo. Nunca fui parado por um policial para apresentar os documentos. Claro que a lei de Murphy só vai fazer um policial me parar quando existir algo de errado com o carro, senão não para. Os carros que são parados não devem ser nem 1% dos veículos que trafegam nas rodovias. Deve ser muito azar ser parado por um deles.

Mesmo assim meu pai já foi parado em uma dessas blitz na rodovia. Acho que eu tinha aproximadamente 5 anos de idade e me lembro muito bem como foi, claro que num olhar de uma criança. Íamos para Vinhedo, cidade 50km da capital paulista, toda a família no carro. Quando o policial mandou meu pai encostar eu fiquei preocupado. O que a polícia queria da gente? Nós não fizemos nada. O que vai acontecer? Minha mãe me acalmou e disse que ele só estava verificando, mas eu sentia que não estava assim tão tranqüilo. Nunca tinha tido nenhuma experiência com a polícia. Eu sabia que eles existiam, mas não tive nenhum tipo de contato. Tudo o que eu sabia era o que eu via no seriado Chip’s.

Eu vi o guarda rodoviário pedindo os documentos e meu pai os entregando. Ele ficou verificando e olhou dentro do carro para cada um dos ocupantes. Senti-me sendo examinado e torcendo pra ele não enxergar algo de errado. Parecia que tínhamos cometido algum crime e tentando esconder. O guarda devolveu os documentos e seguimos viagem. Achei muito emocionante a experiência. Pode parecer uma coisa besta, mas foi o ponto mais emocionante do meu dia. Fiquei imaginando o que iria acontecer se meu pai tivesse algo errado. Li na carteira de motorista do meu pai que era obrigatório o uso dos óculos. E se ele estivesse sem? Será que ele seria preso? Iam levar o carro? E a gente? A mente de uma criança começa a fantasiar.

Claro que de volta pra São Paulo eu contei para meus amiguinhos da escola que fomos parados pela polícia, imaginando em minha mente algum filme policial, como se fossemos fora-da-lei. Cuidado com a gente!