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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Beatles - Please Please Me

Tudo o que conheço dos Beatles de termos musicais são as coletâneas e as principais músicas mesmo, nunca me aprofundei muito no material. Sempre ouvi falar sobre a evolução do seu som e das composições de Lennon/McCartney, então resolvi ouvir suas músicas em ordem cronológica e conhecer as músicas mais obscuras que muitas vezes são melhores que as famosas.

Claro que eu sei que os Beatles foram a boyband dos anos 60 assim como muitas bandas condenáveis são hoje em dia, com a diferença é que eles tinham talento. A forma de apresentação era pra conquistar a atenção da mulherada mesmo, mas desta vez prestei atenção nas músicas e fiquei impressionado. Absolutamente todas as músicas falam de amor, de um cara apaixonado por uma mulher e de que foi chutão e que está chorando, resumindo um disco bem grudento nas letras apesar de ser rock.

O que traz uma discussão que tive com uma amiga sobre como avaliamos se uma banda é boa ou não criticando suas letras. Às vezes falamos mal de bandas brasileiras de Axé ou samba em que as letras só falam de amor e estar apaixonado, mas esquecemos que outras bandas consideradas boas falam da mesma coisa em tempos diferentes. O problema se resume ao gosto musical e cada um e não que uma é melhor que a outra. É por causa dessas músicas que vemos porque eles viraram febre na época e as mulheres gritavam em seus shows.

Já as melodias são boas, mas elas têm aquela roupagem dos anos 50/60 e os Beatles foram influenciados por cantores norte-americanos de blues e rock. As músicas têm aquela roupagem da época e por causa da limitação do vinil, nenhuma das 14 músicas tem mais de 2 minutos de duração, feita para se tocar no rádio, coisa rápida.

Outro detalhe interessante é a utilização de músicas de outros compositores, covers. Metade do álbum não foram eles que compuseram. Entretanto as músicas estão bem próximas de suas canções originais. Dessas a melhor é Twist and Shout, que foi eternizada no filme “Curtindo a vida adoidado”.

“Misery” é o tipo de música de corno, pra chorar por nada dar certo com o cara. Se fosse traduzida pro português, poderia muito bem ser adaptada para uma dupla sertaneja. Na verdade tem muito a ver com meu estado de espírito agora. “Anna” é legal para mandar para uma amiga que se chama Ana. Gosto de músicas que tem uma cadencia mais lenta, diferente das outras mais rapidinhas. As melhores do disco, em minha opinião, são essas duas que citei mais a Twist and Shout e A Taste of Honey, que é uma levada bem diferente de todo o resto do disco. Das quatro que eu mais gostei, 3 são covers de outras bandas e uma o John Lennon tinham composto pra dar pra cantora Helen Shapiro, que recusou. Até agora não conheci realmente os Beatles de verdade.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

4º Iron Maiden Run – Run to the Hills

De volta às ruas pra correr ouvindo o bom e velho Iron Maiden. Hoje, The Number of the Beast, um álbum de 1982 que fez história e é considerado o melhor de todos por muita gente, inclusive eu. As músicas sofreram grandes mudanças em relação ao tempo de Di’anno, uma evolução para se encaixar na voz do novo vocalista Bruce Dickinson, coisa que veríamos novamente do Blaze Bayley. Mas isto é uma história para outro dia.

A preguiça era imensa e eu já tinha protelado muito tempo. Por causa disto, resolvi enfrentar logo e correr, colocando meus planos em ação. O sol estava rachando, neste verão infernal, já era 10 a.m., mas ou eu corria esta hora ou não corria mais. Melhor tarde que nunca.

O disco The Number of The Beast deve ser o que eu mais ouvi na vida, fazendo com que eu saiba letras das músicas do álbum de cor. O problema é cantar correndo, coisa que ainda não tenho fôlego pra fazer. Depois da experiência de uma corrida de rua com um álbum tão conhecido por mim, cheguei à conclusão que para estes tipos de discos devemos colocar no modo ramdom para embaralhar a seleção das músicas. Dá um pouco de surpresa de qual vem em seguida e muda um o cenário. Mas mesmo assim é uma excelente seleção para corridas. O único problema é que ele é extremamente curto, apenas 40 minutos. Se você pretende ouvi-lo durante uma corrida de 10 km, ou aceite o fato que ouvirá as músicas pelo menos duas vezes ou inclua novas faixas para completar o percurso. Como a minha proposta é um álbum por corrida, aceitei o fato de ouvi-lo duas vezes.

O disco começa com uma porrada, Invaders, que fala sobre uma batalha entre Vikings e Saxões, na qual os Vikings saíram vitoriosos. As letras sobre guerra se tornarão muito comuns na carreira da banda. Essa é pra acordar mesmo e dar um ânimo no início da corrida.

Logo depois vem Children of the Dammed, uma balada excelente que não nos faz perder o ritmo. Outro fato que se tornará recorrente é a inspiração de filme e livros nas letras da banda. Esta se inspirou num filme de 1960 onde crianças detém poderes paranormais. Não vi este, mas assisti o remake do John Carpenter de 1995 que é excelente. Mais uma música baseada em filme é The Number of the Beast, inspirada em A Profecia, que eu vi quando criança e quase me caguei de medo. Não sei se produz o mesmo efeito hoje, mas é um clássico assim com a música.

A minha degustação das músicas era eventualmente atrapalhada por causa das inúmeras pessoas que lotaram a pista de caminhada e andavam sempre em dupla ou trio, impedindo minha passagem. Eu tinha que pular várias vezes pro meio da rua pra ultrapassá-las, pois não se tocavam que tinha gente mais rápida que eles. Até entendo, mas não aceito. Fui criado com um mínimo de respeito pelo espaço dos outros e gostaria de receber o mesmo tratamento, mas infelizmente isto não é possível. Teve um cara que atravessou a rua e entrou bem na minha frente vendo que eu estava correndo, me fazendo frear e interromper meu percurso, então e voltei a correr. Logo à frente vejo ele correndo mais rápido que eu e me ultrapassando, até ai tudo bem, que ele vá na paz. Mas depois de me passar uns três metros ele começa a correr mais devagar bem no meio do caminho, me atrapalhando de novo. Parece perseguição. Lá vai eu pro meio da rua de novo.

As letras das músicas é um ponto forte do Iron Maiden e as minhas duas preferidas do disco dão as seguintes: The Prisioner apesar de falar sobre uma série de televisão de mesmo nome me lembrou bastante do filme Thx 1138 pelo fato dos prisioneiros receberem números no lugar dos nomes. 22 Accadia Avenue fala sobre a ida dos caras da banda num puteiro, exatamente na Avenida Accania número 22. O legal é que a letra debate a situação da prostituta Charlotte, não condenando nem elogiando.

Run to the Hills é a música chave pra corrida por falar em… correr, claro. Além da música ser boa, a letra é interessantíssima que fala sobre a invasão da Grã-Bretanha na América e do massacre que eles fizeram em relação aos índios. A primeira estrofe da letra é focada no ponto de vista dos índios, enquanto o resto é sob o ponto de vista dos ingleses. Enquanto o seu início é de desespero e tristeza por ver suas terras invadidas e seus familiares mortos, o final é glorioso, com grandes soldados trazendo o progresso para terras sem lei.

Todo álbum do Iron Maiden tem uma música menos legal, nenhum é perfeito, nem este. Eu odiava a música Gangland antigamente e sempre pulava sua audição. Mas com o tempo fui percebendo que ela é boa, apenas a introdução na bateria que é fraca. Mesmo assim ainda permanece como a pior do disco. E o final vem Hallowed be thy name, considerada por muitos a melhor música da banda. Não sei se é a melhor, coisa muito difícil de dizer para um fã, mas com certeza é uma das melhores.

Apesar de ser o melhor álbum do Iron Maiden, não achei muito bom pra uma corrida, principalmente pelo tempo curto das faixas e porque eu já tinha ouvido demais as músicas. Acho que elas se dariam melhor numa coletânea e não apenas o álbum. Enfim, é minha opinião.

Percurso City América - http://t.co/5ZKVwKwKIM

- Quilometragem: 11,55 km
- Tempo: 1:06:36
- Ritmo médio: 5:46
- Calorias gastas: 985

- Quilometragem total: 41,55 km
- Tempo total: 4:06:28
- Ritmo médio total : 5:54
- Calorias gastas total: 3.459

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

3º Iron Maiden Run – Paul Di’Anno Days

A Terceira corrida que fiz em homenagem ao Iron Maiden foi na esteira mesmo. No dia anterior havia chovido muito em São Paulo, como quase toda tarde de janeiro, e fiquei com medo de chover durante minha corrida e danificar meu celular. Então fui na segurança do ambiente fechado e testar um aplicativo novo. Depois dos dois primeiros álbuns, esta corrida foi pra fazer um fechamento da primeira fase do Iron Maiden com os vocais do Paul Di’Anno e fazer um setlist de melhores músicas desta época para uma corrida de rua. Foi algo muito difícil de se fazer já que praticamente todas as músicas são boas.

Ouvi falar que o Keep Run era o melhor aplicativo para registro de corridas indoor, na esteira. Fiquei curioso de como isto aconteceria. Um aplicativo, através do GPS, marca distância e tempo de duração, fazendo todos seus cálculos baseados nestes dados. Como que ele marcaria isto parado numa esteira. Imaginei que ele utilizaria o pelo de estar subindo e descendo como parâmetro de passadas e ai sim calcular a distância. Tive uma decepção imensa. Iniciei a corrida normalmente como faço outdoor e depois de 10 minutos correndo recebo a mensagem que fiz zero metros de distância. Ou o aparelho não funciona ou eu não soube configurar direito. Desliguei imediatamente pra não ficar recebendo essa mensagem desanimadora toda hora e me concentrei na corrida que estava fazendo. Pelo menos o painel da esteira traria alguns dados a serem registrados.

Na rua consigo atingir a meta de 10km entre 55 minutos e uma hora. Mas na esteira nunca consegui atingir esta marca. Como um ambiente fechado é mais fácil, colocava uma inclinação de nível 5 para causar uma resistência grande e por causa disto nunca passei de 8,5km percorridos mesmo período de uma hora. Desta vez, como teste, diminui a inclinação para nível 2 para ver se conseguiria a mesma distância da rua. No final só atingi 9,27km, então acho que a diferença de esteira pra rua não é tão grande assim quanto eu imaginava. Na próxima vez vou correr sem inclinação nenhuma.

Para a trilha sonora, coloquei todas as músicas dos dois primeiros álbuns mais bonus track em modo shuffle/ramdom para escolher a ordem aleaória. A primeira foi Burning Ambition que me trouxe uma nostalgia danada da época do colegial, quando eu comprei este cd e ouvia diariamente. Foi o relançamento de toda a discografia do Iron até então e eu comprei alguns nesta leva. Nesta lista, cheguei à conclusão de que Prodigal Son deve ser exterminada da face da terra, caiu duas vezes no ramdom. Descobri que os dois discos somados dão pouco mais de uma hora de música, muito pouco, quase não precisei escolher as músicas. Antigamente os álbuns eram limitados pelo tamanho do vinil que comportava meros quarenta minutos, então foi preciso cortar só três músicas para dar uma hora, as três mais lentas.

No final terminei sentindo prazer, um calor no corpo e sensação boa de dever cumprido. Deve ser isto a tal da endorfina. Não estava cansado nem com dor. Parece que o corpo estava em perfeito estado e pronto pra mais 10 km. Além da sensação no corpo físico tinha a satisfação de ter vencido o fantasma da preguiça e de ter posto o corpo em movimento. Nada melhor do que terminar, olhar pra traz e perceber que acabou de correr esta grande distancia. O dia está feito.

Set list recomendado para uma corrida de uma hora com o tema Paul Di’Anno Days, na ordem:
1."The Ides of March"
2."Wrathchild"
3."Prowler"
4."Running Free"
5."Murders in the Rue Morgue"
6."Charlotte the Harlot"
7."Iron Maiden"
8."Transylvania"
9." Burning Ambition"
10."Another Life"
11."Genghis Khan"
12."Innocent Exile"
13."Killers"
14."Purgatory"
15."Twilight Zone"
16."Phantom of the Opera"

- Quilometragem: 10,5 km
- Tempo: 1:05:59
- Ritmo médio: 6:17
- Calorias gastas: 836

- Quilometragem total: 30 km
- Tempo total: 2:59:52
- Ritmo médio total : 6:02
- Calorias gastas total: 2.474

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

2º Iron Maiden Run – Scream for Mercy

Hoje acordei atrasado, preguiça de levantar imediatamente quando o despertador tocou, resolvi dormir mais cinco minutos o que se transformou em meia hora. Então minha ida à academia foi comprometida. Como estava no pique de não me acomodar e continuar com os exercícios de início do ano, resolvi dar prosseguimento ao meu projeto 2014 de corridas com a trilha sonora do Iron Maiden. Desta vez aumentando a distancia para alcançar minha meta principal de 10km. Não tinha planejado realizar outra corrida logo no dia seguinte, mas a situação faz a oportunidade e logo no começo da corrida senti um pouco de cansaço nos músculos da coxa. Depois de um tempo fui me acostumando.

Nesta segunda corrida peguei o álbum Killers, de 1981. Disco melhor produzido do que o primeiro e mais completo. Deve ser o álbum mais rock’n’roll do Maiden e eu me arrisco a dizer que é um hard rock mais rapidinho. O guitarrista Dennis Stratton foi demitido e contrataram o Adrian Smith para fazer as guitarras solos. Stratton tinha quase o dobro dos outros “moleques” da banda e não se encaixava no estilo deles. Este álbum também ficou conhecido por ter sido o último do vocalista Paul Di’anno, que foi demitido por abusar muito do álcool e das drogas, pondo as apresentações em risco.

O álbum começa com Ides of March, bem rapidinha mas boa para início dos negócios. Neste momento quando comecei o trote, vi meu vizinho no caminho me cumprimentando e também correndo, mas para pegar o ônibus que estava passando. De certa forma tenho sorte de entrar no trabalho um pouco mais tarde aproveitando o fato de eu ter mais disposição para exercícios de manhã.

O Killers é excelente para uma corrida, igual ao antecessor. Quase todas as músicas são ótimas e nem precisamos escolher as melhores, elas se completam. A exceção é “Prodigal Son”, que deve ser a pior composição do Steve Harris em toda a história. É uma música horrorosa! Tirando ela o álbum é perfeito, mas pequeno, apenas 41 minutos no total. Pretendo fazer uma seleção das melhores músicas do Iron na era Paul Di’anno para uma corrida de uma hora, perfeita para os 10km.

Onde eu corro, próximo do Parque São Domingos e do Parque de Toronto, no City América, construíram uma pista de caminhada de aproximadamente 3 quilômetros de comprimento atendendo uma reivindicação antiga dos moradores da região que necessitavam de um lugar para praticar seus exercícios. Mas a largura da pista é de apenas dois metros, cabendo duas pessoas lado a lado. Como a demanda era reprimida, a quantidade de pessoas é muito grande atrapalhando aqueles que querem passar, principalmente os corredores como eu que são obrigados a ir para a rua na hora da ultrapassagem. Percebi que a maioria que comparece ao local são idosos e gordinhos. Aparentemente o ser humano só se preocupa com sua capacidade física quando começam os problemas da idade ou obesidade, uma pena.

A melhor música do disco para uma corrida é, sem dúvida, “Purgatory”. Começou a tocar no final e me deu um gás mesmo cansado. As outras que merecem citar são: Killers, Twilight Zone, Women in Uniform, Another Life, Innocent Exile e Genghis Khan (outra excelente música instrumental). A Murders in the rue Morgue é baseada em um conto de Edgard Allan Poe que conta a história de um cara que encontra uma mulher morta na rua e é confundido com o assassino, sendo perseguido pela população local.

- Quilometragem: 10,4 km
- Tempo: 1:04:07
- Ritmo médio: 6:07
- Calorias gastas: 873

- Quilometragem total: 19,5 km
- Tempo total: 1:53:53
- Ritmo médio total : 5:47
- Calorias gastas total: 1.638

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

1º Iron Maiden Run - Running Free

Resolvi utilizar as corridas de 2014 para rever meus álbuns antigos que há tempos não ouvia. Percebi que escutar podcast durante a corrida não funciona. Numa caminhada tudo bem, mas o esforço desprendido e a concentração das passadas fazem a gente se perder na conversa. Música é muito melhor. No final de 2013 eu fiz testes com uma seleção particular de Black Sabbath e foram 100% aprovado por mim. Uni duas coisas que me interessava: a primeira é criar seleções de músicas para as futuras corridas e ao mesmo tempo ouvir álbuns antigos de bandas que curto.

Para iniciar esta série escolhi o Iron Maiden, com seu álbum de estréia auto intitulado. Os primórdios do Iron são bastante influenciados pelo movimento punk dos anos 70 e pelo heavy metal. Ele incorpora as duas vertentes produzindo um novo estilo de metal mais rápido sendo protagonista de um movimento britânico chamado NWBOHM (New Wave British of Heavy Metal). Ao iniciar acorrida, logo na primeira música, a gente percebe que são excelentes para uma corrida por serem mais rápidas e diretas, diferente do estilo Iron contemporâneo que vai desenvolver.

Prowler tem um riff ótimo pra dar aquele impulso e animo nos primeiros metros, enchendo o coração de animo e alegria em estar vivo e com saúde. Nada melhor para uma primeira música. Seguem em mesma sintonia a Iron Maiden, com um compasso e batida para acompanhar as passadas do corredor. Running Free foi feita pra este esporte, não penas pelo estilo da melodia como pela letra, deve estar no playlist de todo corredor.

Acho que dois quilômetros depois de partir encontro uma senhora parada na calçada. Eu reduzo um pouco, quase parando, para ultrapassá-la com cuidado quando ela levanta a mão me chamando a atenção e falando comigo. Ao parar e tirar os fones de ouvido, ela me pede para ajudá-la a atravessar a rua. Fiquei comovido e solidário neste momento. Dei a mão para ela e acompanhei sua travessia. Interrompi o treino, mas por um bom motivo. Sempre nesses momentos me dá uma tristeza e me deixa melancólico por um bom tempo, pois ela é uma senhora idosa e frágil que precisa de cuidados e ajuda de outros e sei que a minha hora chegará um dia que eu queira quer não. A velhice é inexorável e nosso corpo começa a se deteriorar até morrer se nada acontecer antes. A vida é triste e temos que aproveitar enquanto temos saúde, tudo tende a piorar. Enfim.

Logo em seguida tocou Transilvânia, que para minha surpresa se tornou a melhor música do dia. Ela é somente instrumental, mas além de um ritmo bom para correr ela tem bastante técnica na sua composição. Nem lembrava direito dela e com certeza entrará numa futura coletânea de corridas. Sanctuary e Charlotte the Harlot continuam com o mesmo ritmo e própria para esta corrida.

Músicas lentas, em tese, são ruins para correr. Não é regra, pois já corri Black Sabbath lento, blues e até new age e não foram ruins. Depende muito da música. A Strange World é lenta, mas num sentido ruim, não se encaixou na minha corrida e eu aconselho a eliminá-la da sua lista. Já outra do mesmo álbum que é um pouco lenta e um pouco rápida é a excelente Remember Tomorrow que não tem o mesmo problema. Apesar de suas partes lentas, não deixa o ritmo cair acho que devido à melodia tatuar no seu cérebro e não sair mais.

É um álbum pequeno, como a maioria dos discos de antigamente que eram limitados ao tamanho do vinil. Então aconselho que calculem a duração do percurso que pretendem percorrer com a duração da soma das músicas da sua lista para não terem que ouvia as mesmas músicas duas vezes. Se bem que, por outro lado, é bom para uma audição mais completa.

Como ainda estou testando novos lugares para praticar a atividade, não sei quantos quilômetros estou marcando, mas com o tempo vou melhorando os percursos. A idéia é correr pelo menos 10 km, nesta errei por um, mas chegarei lá.

- Quilometragem: 9,1 km
- Tempo: 49:46
- Ritmo médio: 5:27
- Calorias gastas: 765

sábado, 19 de outubro de 2013

Alternativo contra pop

Fui numa noite de bandas alternativas semana passada, que tocou estilos diferentes como rock, ska e punk. Uma das bandas era muito boa e achei parecida com o Raimundos mais underground. Já a segunda banda era uma tentativa de ser mais comercial unindo outros instrumentos de sopro no rock e lembrou uma fase mais chata do Skank. Não podemos deixar de pensar que os músicos também querem ganhar dinheiro fazendo música própria sem covers.

Deve ser uma coisa muito difícil de fazer, tocar músicas próprias, desconhecidas, para uma plateia impaciente e ávida por sucessos. Mesmo que a música seja boa, normalmente a população comum não gosta muito de ouvir música que não conhece, muito menos vindo de um artista que ela nunca viu. Só quem é ávido por descobrir novos sons sendo feitos no momento ou daquele que simplesmente gosta de uma boa música independente de onde venha devem gostar. Confesso que eu não pago ingresso pra ver uma banda desconhecida assim do nada. Pra ar meu dinheiro, eu tenho que estar muito afim dever aquele show e não é o caso. Preciso conhecer a banda de antemão e saber se realmente quero vê-los ao vivo. Eu disponibilizarei tempo e dinheiro numa coisa que nunca vi, então preciso me preparar antes. É uma dica minha para as bandas iniciantes: Espalhem sua música pela internet. MP3 de graça e vídeos no youtube. Quando mais conhecida uma banda se torna, mais interesse proporcionará e ai sim pode gerar nas pessoas interesse em acompanhá-los. Venda de cd é passado. Esqueça ganhar dinheiro com venda da sua música, pelo menos no princípio. Concentre-se em fazer shows.

Eu estava curtindo a banda quando o baixista, entre uma música e outra, solta a seguinte frase: “Obrigado a todos pela presença. É muito bom ver gente que apoia as bandas iniciantes e não fica na modinha do show do Black Sabbath”. Senti-me um pouco atingido nesta hora por ter ido ao show citado, mas nem um pouco culpado já que estava ali também assistindo o show deles. É como aquela frase “uma coisa é uma coisa e a outra coisa é a outra coisa”. São dois shows de rock sim, mas com graus de importância diferentes. Até entendo a frustração deles de ver um show mais famoso tomar lugar e atrair mais público de o deles, mas não dá pra culpar o rico, o mais famoso pelos seus próprios problemas. Fazendo uma analogia, é a mesma coisa do pobre culpar e desprezar o rico por ser rico. Caráter não é medido por classe social. E som bom não é sinônimo de popularidade e de quantidade de ingressos vendidos. Luan Santana lota show todo dia e é uma bosta, em minha opinião, claro.

Sei que existe muito moleque que foi ao show do Sabbath porque é moda, porque curte metal e disseram que uma banda gringa tava vindo pro Brasil e pagou o ingresso com carteirinha de estudante e foi bater cabeça lá na pista. Eu fui porque eles são os pais do meu estilo preferido de música, os criadores. E provavelmente é a última vez que vejo ao vivo já que os integrantes devem ter quase setenta anos. Era uma oportunidade única para acompanhá-los ao vivo e era uma situação totalmente diferente esta banda iniciante que faria um show de graça para promover suas composições pessoais.

Claro que não tinha nem 0,1% das pessoas que foram ver o show mainstream ali. Devia ter, no máximo, umas 50 pessoas acompanhando o som deles. Não é apenas culpa da banda. O evento é muito mal divulgado e eu que costumo procurar coisas boas pra ir só descobri que aconteceria o evento uns dois dias de antecedência. O Black Sabbath eu se que vai acontecer o show desde o início do ano. Outra dica para iniciantes: faça um site com informações da banda, histórico, arquivos de música, vídeos, e principalmente agenda de shows. Coloque o máximo de detalhes. Eu procurei saber um pouco sobre a banda e não achava nada na rede. Assim não dá pra culpar o público de não ter prestigiado este momento.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Black Sabbath – Bastidores

Sai do serviço mais cedo, claro depois de ter avisado minha chefe com umas duas semanas de antecedência. A ideia era chegar o quanto antes pra pegar um lugar o mais próximo do palco e sem muvuca, tranquilo e sem correria. Encontrei meu amigo, parceiro de shows, e seguimos pelo metrô. No jornal do dia era orientado que o público descesse na estação Santana, mas era uma burrice fazer isto já que a estação Carandiru era bem mais perto do Campo de Marte. Os organizadores devem ter divulgado Santana pra dividir os fãs em duas estações, mas os mais ligados desceram realmente no Carandiru.

Gente de preto que não acabava mais. Da estação saia aquele grupo de corvos em manada atravessando a Avenida Cruzeiro do Sul forçando o transito parar, mesmo não havendo semáforo ou faixa e pedestre. Na rua que liga ao Campo de Marte existiam diversos vendedores ambulantes com bebidas e camisetas, como de praxe. Mas o que me surpreendeu foi a qualidade da venda. Era só cerveja Heineken, Budweiser e Stella Artois. Em evento povão, geralmente vemos Schin, Brahma e Skol no máximo. Será que eles pensaram que num show do Sabbath teria gente com um gosto mais refinado? Comprei umas Stellas só pra marcar presença, mas já seguimos pro evento. Vontade de ir ao banheiro no meio do show não dá né, principalmente um desse tipo.

Enquanto degustávamos a cerveja apareceu um colombiano do nada que disse ter vindo ao Brasil apenas para assistir o show e estava vendendo cartões da banda pra ajudá-lo a voltar pra casa. Argumento de venda que pode ou não ser verdade, mas não estava com a mínima vontade de gastar dinheiro com aquilo e recusamos apesar da insistência. Vimos sair resmungando e resolvemos nos dirigir direto pra entrada. Outra coisa idiota, que irrita muito e quase sempre acontece em shows de rock e entrada de estádio de futebol é a colocação de grades obrigando a formar uma fila bem longe da entrada. Até entendo o motivo, pra não virar muvuca e atrapalhar o transito, mas é frustrante estar a apenas alguns passos e sermos obrigados a deslocar uns 200 metros à esquerda e voltar só pra seguir o sentido da fila. Estava bem tranquilo no horário que cheguei, sem qualquer problema.

O Campo de Marte é um lugar bem aberto e bom para se ter um show com grande quantidade de gente. Os banheiros ficavam logo no começo da entrada. Gostei porque eram bem amplos e rápidos de usar, feitos para não perder tempo. Ponto positivo. O negativo é que este era o único em todo o local e ficava bem longe do palco. Se a gente quisesse voltar, tinha que perder metade do show só pra isto. Não ingeri mais nenhum líquido a partir deste momento só pra não ter que voltar.

Comida dentro era um absurdo de caro, claro. Copo de cerveja R$8,00. Um cone de batata frita saia por R$12,00. Tinha um gordão do meu lado que deve ter pegado uns 3 desses fora várias cervejas. Se ele tinha tanta grana assim, me pergunto por que não economizou e comprou uma entrada vip? Enfim. Apesar de grande ele era cercado de grades de contenção, nos obrigando a dar uma puta volta do espaço só pra chegar mais próximo no local. No meio era mais cheio e nos cantos mais vazios. Então nos posicionamos do lado direito e colado numa grade. Parecia o local perfeito, mas a noite seria longa. Os telões espalhados pelo local tinham uma imagem perfeita, muito nítida. Sem dúvida HD. A visão do palco também era muito boa, diferente da que eu tinha experimentado no show do Ozzy no estacionamento do Anhembi.

Sempre antes desses eventos os organizadores costumam tocar umas músicas de rock pra tornar o ambiente mais parecido com o que vamos enfrentar. Em outros shows que fui, ouvi bandas de todo tipo e Metallica é sempre bem recebido pelo público. Neste dia eles escolheram umas músicas do AC/DC. Foi ótimo. O problema é que parece terem trazido apenas UM cd. Então ficávamos ouvindo as mesmas músicas em um loop infinito sem parar. Comecei a ficar com raiva de ouvir pela décima vez Back in Black, Whole Lotta Rosie ou Highway to Hell. Custava terem trazido mais alguns CDs de outras bandas ou ligarem na KissFm ou 89Fm?

Além da música de fundo de vez em quando eles ligavam o telão pra passar um vídeo promocional do evento. Assim que ligavam as luzes a galera já se agitava pensando ser o início das atividades da noite, mas faltavam ainda algumas horas até o primeiro show do Megadeth. Novatos! No vídeo eles apresentavam os locais de saída de emergência (que estavam todos fechados quando passei do lado), banheiros na puta que pariu e 500 bares caros espalhados em todo o lugar (isto eles não economizaram). Ai começou as propagandas. Passaram tantas vezes este maldito vídeo que o público começou a ficar com raiva dos anunciantes. Será que a Sky não se tocou que bandinhas pop/teen em um comercial sendo exibidas para um público que curte metal não é uma boa publicidade? Se eu estou no departamento de marketing deles, diria na hora pra contratarem o Sepultura pra mostrar sua marca e usar a propaganda neste evento. Mas não. Então começaram as zoeiras. Um cara gritava pra todo mundo ouvir que a Sky era uma bosta e quem todo mundo assinasse a Net. Era só começar a propaganda de novo pro público dar aquele “ahhhhh não” de desespero e tristeza. Tenho certeza que depois daquela noite muita gente saiu odiando a Sky.

Uma parte boa do evento foi a antecipação das bandas. O Megadeth entrou com alguns minutos de antecedência e o Black Sabbath entrou meia hora antes. O show terminou as 23h, possibilitando que o público conseguisse pegar o metrô. Eu já fui preparado pra sair depois da meia noite, como sempre acontece nesses eventos. A saída do local foi muito mal planejada. Ficou claro que eles pensaram bem na chegada, mas esqueceram da saída. Eram 77 mil pessoas saindo em um funil, já que a porta de saída era de apenas alguns metros. Depois que o público deixava o local, caia imediatamente na av. Santos Dumont. Imagina o mar (não, o tsunami) de gente invadindo a avenida e as ruas adjacentes. Deu até do dos carros ilhados no meio do público. Eles devem ter passado muito tempo ali. Imagina toda essa galera indo para o metro mais próximo, o do Carandiru? Travou, claro. Impossível e entrar. Resolvemos andar até o próximo. Levou pelo menos meia hora, mas conseguimos finalmente chegar. Estava tranquilo e fácil. Se houvesse um pouco mais de organização, todos tinham conseguido embarcar com tranquilidade. Por causa desta caminhada noturna pegamos o último trem que saia da estação Luz e fomos direto pra casa desmaiar, depois de 6 horas de pé e pulando.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Black Sabbath - São Paulo - 11/10/2013

Nunca imaginei que estaria escrevendo estas linhas já que achava impossível assistir a este show histórico, com a reunião da banda original do Black Sabbath, pai do metal. Eu sei que o baterista Bill Ward não veio, mas só de ter o frontline com o trio original já vale qualquer ingresso. É uma coisa que podemos colocar naquele caderninho de conquistas que temos na vida: presenciar uma apresentação do Black Sabbath: Checked. Aliás, tenho na mesma lista de desejos a ida a um show do Heaven’n’Hell, banda que Tony Iommi formou com a formação do Black Sabbath com o Dio, logo tenho o conjunto completo de Ozzy + Dio. É um capítulo da minha vida já preenchido e me sinto grato aos céus por esta oportunidade.

A banda, seguindo o exemplo que deu em Porto Alegre, entrou com quase meia hora de antecedência do horário marcado. Acho que foram acordar o Ozzy, que estava descansando ai o bicho acordou animadão, cheirou uma carreira e correu pro palco. Do jeito que ele se animou e agitou a galera, nem parecia que tinha 64 anos. A banda toda estava em boa forma, com muita vontade de tocar pra gente. É difícil dizer, mas acho que o público sente esta energia vinda do palco. Eu senti que eles estavam dando tudo de si ali. Sei que é profissionalismo e estavam sendo muito bem pagos para tocar pra gente, mas eu percebi uma entrega de todos os integrantes em fornecer um show digno do nome Black Sabbath e acho que isto foi entregue com maestria.

O começo com War Pigs não poderia ter sido melhor. Só o primeiro acorde grave da guitarra do Iommi já fez o chão tremer e dar aquele frio na barriga. O som estava excelente, acho que usaram o coitado do Megadeth pra ficar ajustando as caixas acústicas. Ao subir as cortinas aparece o Ozzy malucão como sempre e a banda em formação clássica do jeito que a gente sempre sonhou vendo os shows de 1968. Viajei no tempo naquele momento e juro que vi a mesma banda dos primórdios de quando eram apenas garotos de Birmingham tentando fazer um som diferente pra época e com letras obscuras. Quem diria que mais de 50 anos eles estariam repetindo as mesmas músicas pra 77 mil paulistas ensandecidos.

Juro que eu tentei gravar alguma coisa pra ficar pra posteridade. Mas isto se tornou praticamente impossível não só porque o povo ficava empurrando e pulando, coisa que atrapalhava a gravação e tinha o perigo de derrubar meu celular e o mesmo ser pisoteado e perdido pra sempre, mas porque eu também queria aproveitar o show da melhor forma. Depois de War Pigs eu resolvi gravar a música seguinte. Mas qual foi minha surpresa quando Iommi começou o riff de Into the Void mais lento do que o normal fazendo o som reverberar nas gigantes caixas acústicas. Acho que se tivesse um copo de vidro ali ele tinha se quebrado imediatamente. Na hora desliguei meu celular e entrei em estado de completa hipnose e não acreditando no que estava vendo. Into the Void é minha música preferida da banda principalmente por seus riffs fantásticos que espero em um futuro não muito longe estar tocando em minha guitarra ainda não comprada. A música foi tocada a perfeição do jeito que eu queria e sonhava.

Era muito engraçado o Ozzy colocando a mão no ouvido gritando para o pessoal “I can’t hear you”. A galera grita e ele diz “louder”. Mais gritos. E ele repete “louder” umas 10 vezes. Acho que eu sai rouco e com uma dor de garganta forte, fora a dor nas costas de ter ficado praticamente 6 horas de pé, pulando e lutando contra o empurra empurra. Os telões passavam imagens que faziam relações com as músicas tocadas e o set list se baseou nos primeiros quatro discos, coisa que todo fã quer.

Depois de Under the Sun eles tocaram Snowblid, outra música que junto de Into the Void tem riffs fortes e pesados, que embarcamos direto no clima da música. Sabbath é isso, é aquele peso da guitarra com um riff poderoso e constante, deixando o corpo ser levado no ritmo da melodia e a mente coletiva das pessoas entrarem na mesma sintonia das batidas da bateria e do baixo, com a voz cortante e aguda do Ozzy pra dar aquela quebrada necessária na gravidade do som.

Já as músicas do Thirteen, novo disco da banda se encaixaram perfeitamente nas músicas antigas. Quando saiu, eu ouvi uma vez pra matar a curiosidade, mas não ouvi mais. Só peguei para ouvi-lo com cuidado recentemente e percebi que elas têm muita qualidade, chegando a ser tão bom quanto à primeira fase da banda dos anos 70. Age of Reason e principalmente End of the Beginning tem tudo o que o Sabbath sempre fez de melhor e não decepciona os fãs. Normalmente quando tem show de bandas bem conhecidas com músicas já fixadas na mente, este momento do show onde apresentam o novo material é sempre o mais chato e entediante, a barrida do evento. Mas neste caso eu encarei com mais um clássico da banda, este disco já nasceu clássico em minha opinião. É só ouvir os acordes lentos de End of the Beginning pra saber o que eu estou falando, quem conhece a banda e curte não pode dizer que aquele peso não é próprio deles, já nasceu com eles.

Na música Behind the Walls of Sleep jogaram umas luzes coloridas no fundo do palco fazendo o cenário lembrar muito aqueles efeitos toscos dos clipes da banda em Paranoid e Iron Man, novamente nos transportando ao passado e ao que a banda sempre foi. Os primeiros acordes de N.I.B. executados a maestria por Geezer Butler prenunciaram mais um clássico que não poderia deixar de tocar, uma das obrigações da banda em um show recheado de clássicos. Aliás, em matéria de performance ninguém deveu nada, todos tocaram e fizeram performances memoráveis.

Uma das minhas interrogações era o baterista que eu não conhecia. Bill Ward, original, não embarcou no reunion. O Brad Wilk, do Rage Against the Machine gravou o último disco, mas não veio nesta turnê. Então chamaram o Tommy Clufetos, que faz parte da banda do Ozzy. A performance dele é fantástica, digna dos grandes bateristas de metal. Chamou-me a atenção desde a primeira música tocada, do jeito que ele tocava com energia. Existem shows em que o baterista fica praticamente escondido atrás do instrumento e a gente só imagina que ele está lá tocando. Mas neste caso a bateria era bem aberta e visível e dava pra conferir cada batida que ele dava. Toda a estrutura era simples, como se fosse um show há 50 anos, apenas com os instrumentos e com os integrantes em sua posição.

O momento mais forte e especial da noite foi a execução da música Black Sabbath. É indescritível a sensação que deu, só estando lá pra saber. Todas as luzes se apagaram e ficou apenas o símbolo em vermelho, com aquele barulho de chuva no fundo. Eu até desejei que chovesse naquele momento pra deixar o clima perfeito. Então diferente das outras músicas onde apareciam imagens aleatórias, neste caso apareceu apenas o logo da banda parecido com o do disco Master of Reality só que meio embaçado. Naquele momento eu tive certeza de ter viajado no tempo. Os acordes da guitarra eram seguidos em coro por todo o público quase como numa missa satânica, todos sabem que a letra fala sobre o demônio, mas é apenas uma letra e não tem nada a ver com a filosofia da banda. E a risadinha maléfica do Ozzy? Foi um momento muito especial. E eles não precisam nem de fumaça de gelo seco nem de pinturas no rosto ou de fantasias pra dar aquele peso no ambiente.

Tem coisas que ganham o público. O Ozzy é carismático e acho que as coisas que ele faz são genuínas e não é pensado. Que ele tem o cérebro fritado assim como o Keith Richards todo mundo sabe, então alguns comportamentos dele com ficar com aquela cara de perdido e sem saber o que fazer enquanto o Iommi está fazendo um solo já são esperadas e compreendidas, e até um pouco engraçadas, mas nada ridículo. Em outro solo de guitarra ele literalmente se ajoelhou e reverenciou ao colega Tony e ao Butler. Só isso já joga todo o público pro seu lado. Fora as interações com o público que são muito engraçadas. E logo após a música God is Dead ele diz God bless you all. Mais louco que isso impossível.

Paranoid veio pra coroar a noite. Antes eles deram uma palhinha do riff de Sabbath Bloddy Sabbath, talvez a única grande falta no repertório da noite e que merecia ser tocada na íntegra. Mas também se fossem incluir as que faltaram o show ia ter 5 horas. Só de ter durado 2 horas eu já fico feliz, pois os vovôs agüentaram firmes durante toda a performance.

Checked!

sábado, 12 de outubro de 2013

Megadeth em São Paulo 11/10/2013

Excelente escolha para uma banda de abertura na turnê do Black Sabbath no Brasil. Normalmente esses organizadores insistem em colocar bandinhas idiotas novas ou desconhecidas para abrir o show de uma grande banda. Neste caso colocaram uma grande banda de respeito no mundo do metal. Eu já tinha assistido à apresentação deles na comemoração de 20 anos do álbum Rest in Peace, mas gostei muito deste show também. O set list foi honesto e colocaram realmente as melhores músicas da banda, as "carnes de vaca" como meu amigo disse. Claro que os fãs sempre dirão que faltou uma e outra de sua preferência. Mas para fazer um show de apenas uma hora, é preferível que coloque aquelas obrigatórias e uma ou outra surpresa e fechar a conta. Foi o que eles fizeram.

Uma coisa bem diferente do show anterior que eu vi e deste foram os efeitos dos leds atrás da banda. A tecnologia dos telões foi acima da minha expectativa e fiquei bem impressionado com a qualidade das imagens e dos vídeos que passavam. Parecia coisa de primeiro mundo mesmo e a banda estava bem animada.

Mas um ponto fraco no show do Megadeth foi a qualidade do som. Começou muito baixo, quase não dava pra ouvir o Dave Mustaine cantando e nem diferenciar as guitarras do baixo. As três primeiras músicas tinham até um som meio abafado no fundo, estava muito ruim mesmo. Já a partir da quarta música as coisas se acertaram e o som ficou decente. Tem músicas que não dá pra enjoar como Hangar 18, Wake Up Dead e Holy Wars, minhas preferidas.

Uma coisa que não teve no show anterior que eu havia visto e que teve neste foi a aparição do Vic Rattlehead no meio da apresentação, não me lembro que qual música aconteceu. Assim como o Eddie do Iron Maiden, ele entro, deu uma voltinha, acenou pra galera e já foi embora. Achei bem cópia do Maiden. Na verdade o conceito do Vic é a mesma, de aparecer em praticamente todas as capas dos discos, mas eu nunca tinha visto ele entrar no palco. Só que não é tão elaborado quanto o Eddie, é só um cara com a máscara de Vic e um terno estilo Rest in Peace.

Segue o set list.

(Prince of Darkness)
Hangar 18
Wake Up Dead
In My Darkest Hour
She-Wolf
Sweating Bullets
Kingmaker
Tornado of Souls
Symphony of Destruction
Peace Sells
Holy Wars... The Punishment Due
Silent Scorn
My Way (Sid Vicious song)