segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Elevador

Hoje presenciei uma cena um pouco desagradável ao chegar no serviço, já logo pela manhã, quando um cliente chegou já estressado no prédio. Todos enfrentam problemas na sua vida particular, mas para um convívio agradável entre as pessoas é necessário que todos se respeitem e deixem seu problemas pessoais em casa.

Para entrar em um prédio, devemos colocar o crachá no peito, virado para frente, para que os outros funcionários reconheçam que você é um funcionário ou uma pessoa autorizada a entrar. É o mínimo de respeito que se espera de alguém que está entrando. Os guardas e ascensoristas são pagos para fiscalizar e cumprir as regras do local, aliás são mal pagos para isto e não merecem ser desprezados. Este senhor que chegou no prédio já chegou nervoso com alguma coisa que só se referia a ele e mais ninguém que estava esperando o elevador.

Antes das portas do elevador abrirem, o guarda que estava do outro lado já o alertou perguntando se ele tinha feito o cadastro e retirado o crachá para poder subir. Este homem, com raiva, pegou o crachá e mostrou para o guarda de forma rude e com desprezo para logo guardar em seu bolso da camisa. O guarda novamente informou que o crachá deve ser usado e não guardado no bolso, mas ele ignorou. Só isso já causa um certo mal estar com as outras pessoas que estão na fila aguardando pacientemente sua vez.

Todos saem de suas casas para trabalhar porque precisam. Acordam cedo, pegam um transporte cansativo para ir ao trabalho e com resignação entrar tentando dar o melhor de si no serviço. Mas nem por isso vamos descontar nossas frustrações em outros mesmo que desconhecidos. O respeito deve ser uma prerrogativa para vivermos em sociedade.

Quando as portas abriram, a ascensorista viu e também solicitou que ele colocasse o crachá senão não estava autorizado a entrar. Ele entrou bruscamente e não fez o que foi pedido. Pra que insistir numa situação destas? O que passa na cabeça de um cidadão desses? Ele acha que colocar o crachá é uma birra contra ele, um ataque pessoal, uma demonstração de arrogância e uma obrigação tola. Acha que o guarda quer crescer pra cima dele que é uma pessoa mais importante só porque tem uma renda maior. Acha que é o dono do mundo e os outros são reles mortais que estão na terra para servi-lo. Já fiquei com raiva deste indivíduo esperando um barraco daqueles antes mesmo de entrar no serviço.

Quando o guarda se aproximou no elevador para insistir com a obrigação dele, o homem finalmente pegou o crachá e colocou onde deveria ter posto desde o primeiro momento. Tudo pareceu se acalmar logo depois, com o guarda voltando ao seu lugar e a ascensorista apertando os botões dos andares dos passageiros. Quando a porta se fechou ele começou a resmungar dizendo que era um absurdo a situação, que aquilo era uma besteira e bla,bla,bla. Estou cheio de ouvir esse tipo de reclamação nas ruas onde a pessoa se acha o dono da verdade e ainda quer insistir para que a outra pessoa do lado dele concorde com isto. Neste momento voltei a colocar os fones de ouvido que tinha e liguei uma música para ignorar o idiota. Chegou a seu andar e ele saiu apressado para resolver seu problema. Assim que se fechou a porta, todos fizeram aquele gesto de não com a cabeça e olhamos uns para os outros dando uma risadinha cúmplice como se concordássemos que o cara era um verdadeiro idiota.

O dia é uma reunião de vários pequenos atos como este. A reunião de todos dirão se o seu dia foi bom ou mal. Por que não nos esforçamos para que tenha mais bons momentos do que ruins? Um pequeno esforço para que o problema se resolva é necessário. Gente que explode por qualquer coisa realmente incomoda.

Um comentário:

  1. Ai que cara idiota. Infelizmente existem pessoas como esse cidadão que descontam suas frustrações em quem não merece.
    Big Beijos

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