sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Intocáveis

Filme blockbuster Frances que está fazendo um grande sucesso nos cinemas. Foi o filme mais assistido da França de todos os tempos. Provavelmente vai concorrer ao Oscar, apesar de não merecê-lo. Eu tinha que ver depois de ser indicado por vários amigos. A história do filme acho que todo mundo já saca depois de assistir ao trailer, onde um enfermeiro estranho acaba sendo responsável por um tetraplégico e a união dos dois gera uma ótima amizade. Não seria diferente de muitos filmes que já foram feitos.

A comédia se baseia no conflito de classes sociais. Um negro senegalês gigante e ex-presidiário é responsável pelos cuidados e pela vida de um rico branquelo da mais nobre estirpe francesa. Claro que os engomadinhos e arrogantes ricos do círculo de amizades do deficiente físico irão torcer o nariz para o azulão, mas a personalidade forte e carismática de Driss conquista o público.

Ele não fala claramente no filme, mas pra mim é claro que é basicamente uma questão de preconceito racial. O Driss, nome do enfermeiro, reúne uma coleção de preconceitos europeus: é negro, é ex-presidiário e é senegalês, um estrangeiro vivendo em solo francês e convivendo com traficantes na pobreza, tudo o que o Frances não gosta. Racismo existe no mundo inteiro, mas pra mim ele parece ser mais forte na Europa onde os brancos costumam imitar macacos em lugares públicos. O preconceito com imigrantes também é bastante forte por lá, sendo dados a eles empregos com baixa remuneração e com pouca perspectiva de crescimento, quando não os deportam.

O diretor quis reunir todos estes estereótipos em um cara pra o transformar na pessoa mais improvável de ser um bom assistente em cuidados especiais. Philippe, o tetraplégico, diz uma frase interessante do porque o escolheu. Entre todos o que estavam concorrendo à vaga, ele era o único que não sentia pena dele. Pena é tudo o que qualquer pessoa, tendo uma deficiência ou não, quer que alguém sinta por ele.

Um tetraplégico é uma situação terrível que me lembra muito o caso do Christopher Reeve. Um paraplégico é ruim, mas com esforço e determinação ele consegue ter uma vida bastante ativa e independente, pois a restrição dele é abaixo da cintura. Já o tetraplégico tem o corpo inteiro paralisado e só é possível se mover acima do pescoço, quase como um vegetal. Então ele se torna totalmente dependente de outras pessoas e com o avanço da tecnologia, é possível manter uma pessoa dessas viva durante muitas décadas. Christopher Reeve ficou neste estado durante nove anos. Só posso recorrer ao espiritismo quando me pergunto por que uma pessoa recebeu tanta dor na vida. Só pode estar pagando alguma dívida de uma vida anterior. Não há outra explicação.

Talvez seja pelo excesso de elogios e pelas indicações dos amigos, mas eu fiquei um pouco decepcionado. Não é um filme ruim não, pelo contrário é muito bom. Mas eu esperava O filme. Pensei que iria mudar minha vida, mas foi apenas um filme divertido e que passa uma mensagem boa Achei um tanto clichê, pois já vi muita coisa exposta lá em outros filmes de Hollywood. Usaram uma fórmula de sucesso comercial de outros países na França, e deu certo.

Um comentário:

  1. É tão frustrante quando você cria expectativas demais seja por filme, peça de teatro ou até mesmo livro e não é tudo aquilo que você espera.
    Big Beijos

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