terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A saga da conquista do Mundo

Uma saga que durou cinco anos e que em 1998 ninguém esperava que fosse acontecer, nem os próprios corinthianos. Deveria virar, vai virar com certeza, um bom filme mostrando da derrota a gloria, com direito a tristezas, alegrias, nervosismos e a todos os sentimentos possíveis e inimagináveis. Nada vem tranqüilo para o Corinthians, não é a toa que nos chamam de sofredores. Tudo vem à base de sofrimento e de grande esforço, mesmo nas glórias. Toda a recompensa que o time está recebendo é justa.

Em 1998 o time estava na segunda divisão. Era um time que não tinha centro de treinamento, não tinha estádio, não tinha uma política de marketing que explorasse seu grande potencial, não tinha grandes jogadores e pouca gente estava disposta a ir pra lá jogar na segundona. O presidente evil Dualib que vendeu a alma ao inferno da MSI presidida por um picareta chamado Kia desgraçou o clube. Ou seja, o fundo do poço sem perspectivas de um futuro.

“Eu nunca vou te abandonar!” Primeira das milhares ações de marketing que funcionaram!

Como uma formiguinha, o pessoal começou a trabalhar de pouquinho em pouquinho para limpar a casa. Primeiro mandou esta corja de bandidos embora Dualib e Kia não podem nem passar na Marginal Tiete em frente ao clube que pode ser apedrejado por algum corinthiano. Depois colocou um cara que não sabe nem falar português, mas que amava o clube e queria arrumar a casa, o Andrés Sanches. Basta ter força de vontade e persistência que você chega lá. Montou um time com jogadores pouco conhecidos, mas de boa qualidade técnica e o fez voltar à primeira divisão.

”Eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é meu lugar” – Cantou Roberto Carlos quando o coringão voltou para a primeira divisão.

Depois começou a se estruturar. Construiu o melhor centro de treinamento de futebol, o CT Joaquim Grava. Com o time que subiu, ganhou o campeonato paulista. O grande boom foi a contratação de Ronaldo fenômeno e Roberto Carlos. Com este time ganhou a Copa do Brasil. Depois de algumas tentativas de Libertadores que não deram certo o Mano Menezes saiu.

Fase Tite. Eu sempre achei o Tite um bom técnico principalmente pela primeira passagem ele no clube, mas não o achava excelente. Não estava no rol dos grandes técnicos brasileiros. Na época dava pro gasto. Chegou com o campeonato Brasileiro em andamento e o Corinthians apenas se classificou para a Libertadores. Logo em seguida um vexame, perder para o Tolima. Foi terrível, mas eu achava que ele não tinha culpa, não tinha tido tempo de montar o time. Mesmo assim já ficou marcado por este revés.

Foi acertado que o Corinthians teria um estádio e ele seria construído para sediar a abertura do mundial. Chupa essa Morumbi.

Logo em seguida no campeonato paulista chegou à final e perdeu para o rival Santos com um frango de Júlio César. Todo mundo caiu em cima e pediu sua cabeça, mas o Andrés Sanches segurou-o e manteve o técnico. A longo prazo foi a melhor decisão da vida. Quando o time perde a primeira coisa que falam é de trocar de técnico. Besteira! Devemos avaliar se o trabalho foi bem feito apesar da derrota. O Tite levou o time até a final do campeonato e perdeu por detalhes. Foi a partir daí que o time começou a sua arrancada que o fez conquistar o mundo.

O time começa o Brasileiro a milhão lidera a maior parte das rodadas e ganha no sofrimento na última rodada. Ano seguinte vem a tão sonhada Taça Libertadores da América que o time ganhou de forma invicta. Não perdeu nenhuma das 16 partidas e ainda tomou apenas 4 gols em toda a competição. E ainda pegou o Boca Júniors na final. Se fosse qualquer outro time os invejosos iriam dizer que pegou uma baba.

A disputa do mundial foi feita muito profissionalmente. O Tite preparou o time para disputa durante o campeonato brasileiro e fez algumas mudanças significativas na composição das peças, mas que não mudou as características do time. Apostou certo em Guerrero que virou ídolo da noite para o dia.

O Corinthians já foi campeão mundial em 2000, criticado injustificadamente pelos rivais. Só reclamam porque não gostam do Corinthians, pois este campeonato foi realizado e ratificado pela FIFA. É até mais mundial do que a Toyota Interclubes de antes por englobar os cinco continentes ao invés de apenas dois. Mas este veio com tantos méritos que os rivais não têm nem do que reclamar. Simplesmente se resumiram a dar os parabéns pela conquista de modo educado e sério. Aceitaram a conquista sem característica encheção de saco. Uma das coisas legais da final foi a postura que os jogadores do Chelsea tiveram quando os corintianos estavam comemorando. Ficaram tristes, claro, mas assistiram a comemoração com um distanciamento e com respeito. Se fosse com um time argentino, tinham saído na porrada.

Agora o jeito é comemorar. Não é todo dia que o time é campeão do mundo. Os antis vão ter que agüentar pelo menos durante um ano inteirinho, a não ser que conquistemos o tri no ano que vem. E o ano foi coroado com uma cereja em cima do bolo, a queda pó arqui-rival Palmeiras para a segunda divisão. Não poderia ter sido melhor. Agora o Palmeiras tenta se espelhar no Corinthians para tentar repetir a história de sucesso que o alvinegro do outro parque teve. Agora o timão virou referência. Quem diria!

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