sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Camille & Rodin

A princípio não imaginava que esta peça seria de fácil digestão por ser uma história antiga e clássica, mas me enganei. O melhor de tudo foi ter conhecido a história do romance entre Camille Claudel e Auguste Rodin que eu não conhecia, além da montagem de um texto onde privilegia a atuação dos atores.

Auguste Rodin eu já conhecia bem seus trabalhos artísticos, é um artista bem conhecido e respeitado. Já Camille Claudel não. No passado, acredito que aconteça hoje em dia também, mas bem menos freqüente, grandes artistas tinham aprendizes e ajudantes de suas obras. Todos tinham. Havia uma garota com grande talento que sonhava em trabalhar e que foi convidada por Rodin para ajudar em suas esculturas. Os dois acabaram tendo um grande romance, mas como Rodin já era casado, Camille sempre foi a amante que sonhava em ser a titular. Rodin nunca deixou sua esposa, mas também amava sua discípula.

Como acontece com todos os amantes, eles anseiam por mais amor, mais atenção e sempre sofrem por ser a segunda opção do parceiro. Camille Claudel era apaixonada por seu mestre e amante ao mesmo tempo em que tinha um grande talento. Suas obras seriam veneradas se não fosse o preconceito do povo na época, do fato de ser mulher e de trabalhar para Rodin que levava todos os créditos das obras que ajudava. Ela chegou a fazer trabalhos próprios, mas não obteve o sucesso que merecia. Ela sofria tanto na parte amorosa quanto na profissional, levando-a a um desespero terrível e uma crise de identidade. Sua história de vida é muito forte. Assim que cheguei em casa já fui pesquisar sobre esta artista e vi que a história da peça é verídica. É um caso de amor clássico atemporal que desde sempre existiu na história da humanidade, existe e existira no futuro.

A produção da peça é ótima e os atores desempenham uma excelente representação. É uma das melhores peças que assisti neste ano. O texto foca mais nas discussões entre os personagens fazendo o expectador se identificar com eles mais facilmente. Olha, pela qualidade do conjunto da obras (produção, texto e atores), está muito barato.

Apesar de Rodin ser mais famoso, a verdadeira personagem da peça é mesmo Camille Claudel. Suas obras solo mostram seu coração ferido e sua necessidade de um amor que nunca daria certo. Olha só que beleza de escultura dela, abaixo, onde mostra claramente como ela se sentia. Um casal indo embora, seu amante e sua esposa e deixando-a sozinha. Lindo.

Masp
Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista - São Paulo - SP
Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h30.
Sexta: R$ 20,00
Sábado e domingo: R$ 30,00

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