sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aquele querido mês de agosto

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2008 - Portugal

Este é o Segundo filme português que assisto na vida. Desta vez as atuações foram melhores do que o primeiro que assisti, entretanto a história peca em alguns pontos. O roteiro conta pequenas histórias de diversos personagens que vivem em uma mesma cidade. A primeira parte do filme é uma colcha de retalhos, cheio de pequenos trechos de historietas sem nexo ou conexão com a outra. Parece que existe um viajante imaginário que pula de casa em casa e filma o dia a dia dos personagens. Não existe uma linha mestra, uma história central que guia o filme.

É a primeira vez que vi várias pessoas abandonando a sala de cinema revoltadíssimas com um filme. São pessoas acostumadas com uma história básica e que depois de meia hora nada tinha acontecido de verdade na trama, apenas pequenos diálogos. Confesso que fiquei um pouco perdido, mas já estava preparado para isto. Ao assistir filmes alternativos de países sem tradição cinematográfica em mostras de cinema internacionais, a gente tem que se preparar para seguir outra linha de raciocínio, outro enfoque, outro ponto de vista, diferente andamento e um modo de fazer filmes diferente do norte-americano pipoca. Quem cai de pára-quedas esperando a sessão da tarde imagino que deve ter tido um choque de realidade e um banho de água fria.

O filme é bem arrastado e demora pra engatar. Depois de mais de uma hora a gente vai ligando alguns personagens e de repente percebemos que eles têm uma conexão um com o outro. A princípio pensei que eram pessoas independentes que nada tinham a ver e até achei que eram de diversas localidades de Portugal. Mais a frente vemos que se trata da mesma cidade olhada por diversos ângulos.

A história é recheada de músicas portuguesas e algumas brasileiras já os personagens trabalham com música ao vivo. Só na segunda parte do filme percebemos que o tiozão que canta aos teclados é pai da menina que canta no karaokê e que é meio namorada do rapaz metaleiro que toca guitarra em outra banda. Acho que as pessoas que saíram antes se tivessem esta conexão, ficariam mais pra ver o filme completo.

Achei também muito longo, duas horas e meia de filme. Estenderam a história até não poder mais e isto cansou um pouco, mas achei que tinha bastante público na platéia que ficou até o final mesmo com tanta gente saindo antes. Muito cansativo, mas não foi de todo mal. Existem várias partes onde vemos o modo de vida português e as reuniões familiares, o catolicismo sempre presente no dia a dia lembrando muito as romarias que acontecem nas cidades do interior do Brasil. São nossos irmãos de além-mar, somos descendentes diretos deste povo e ainda guardamos muito de seu estilo de vida mesmo nos dias de hoje.

Juntando todas estas ponderações, no final não tinha como dar uma nota boa, mas não achei uma porcaria. Pra mim, mereceu uma nota 2 (regular) de 5.

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