segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Árvore da Vida

Filme de um artista / diretor, Terrence Malick, a Arvore da Vida é feito para poucas pessoas. Eu já havia ouvido falar muito de como ele é construído, um filme de arte com um assunto da reflexão da vida, indo da criação do universo à sua conclusão. Só uma história assim já se imagina infilmável. Não há quase diálogos no filme e imagens belíssimas e uma trilha sonora poderosa tentam traduzir a imagem que Malick quer passar. Como filma pouco e tem todo este reconhecimento, ele tem essa aura de ser o novo Stanley Kubrick.

Graças a Deus eu fui preparado pra assistir a um filme difícil, sabendo o que encontraria. Acredito que muita gente foi sem saber do que se tratava e como viu Brad Pitt e Sean Penn no cartaz, achou ser interessante. Pena, saiu decepcionado. Mesmo já sabendo o que viria a seguir, os primeiros 40 minutos do filme foram um teste de resistência ao meu sono. As imagens da criação do Universo são belíssimas, mas bem arrastadas e cheguei prestes a dormir. Bebia água e comia um amendoim pra afastar o sono. Vi pessoas levantando no meio e indo embora revoltadas. Um casal de velhinhos na minha frente dormiu boa parte do filme. Cheguei a ouvir comentários de “não estou entendendo nada” e “que filme chato”.



Mas a melhor parte do filme veio a seguir onde mostra um casal, Brad Pitt e Jessica Chastain, tendo três filhos e tentando criá-los da melhor forma possível. Nos vemos em muitas atitudes das crianças. Quem nunca passou pelas coisas que eles passam no filme? Deu uma saudade danada de voltar a ser criança e uma nostalgia da época em que éramos pequenos em casa.

Nos releases eles dizem que o Brad Pitt é severo. Eu concordo com ele. Claro que algumas ações que toma são muito ditatoriais e desnecessárias só pra impor o respeito. Mas 90% do que ele faz às crianças são pra ensiná-las e prepará-las para a vida. É a disciplina e a responsabilidade. Claro que quando somos crianças queremos é farra, fazer o que quiser sem ninguém pra encher o saco. Por isso precisamos de pais que nos controle e imponham limites. Não temos o desenvolvimento mental suficiente pra saber o que é certo e o que é errado. São coisas que só depois que crescemos vamos perceber isso. Eu mesmo já me vi nessas situações de ficar com muita raiva quando criança e depois de ter crescido entender que meus pais fizeram exatamente o que deveria fazer.

A mãe é extremamente carinhosa, mas não tem pulso nenhum, fazendo as crianças fazerem coisas erradas. Acho que os pais deveriam fazer um mix das duas partes. Tendo carinho com seus filhos e ao mesmo tempo tendo uma disciplina com eles. O que geralmente acontece é uma das partes (os pais) serem mais severos que a mãe. Mas ambos deveriam ser igualmente mais duros e mais carinhosos. E também ambos concordarem com os castigos e os prêmios por bom comportamento. Esta parte do filme é uma representação de como é o comportamento de uma família reunida de coisas boas e coisas más e de como lidamos com isso.

Fiquei com várias dúvidas e gostaria de ter alguém com quem compartilhar as minhas reflexões. Acho que 95% do povo odiou o filme. Não precisa gostar, mas entender e ter um senso crítico. Tem coisas que eu cortaria, principalmente a parte do Sean Penn. Sei que ele representa o filho mais velho e Malick acha toda cena do filme importante para o contexto geral.

Jessica Chastain, que representa a mãe, é belíssima. Fiquei apaixonado pela atriz. Em uma das interpretações malucas dos críticos do cinema é que ela era a representação de um espírito. Eu a vi como a representação do amor, da beleza, das coisas boas que a vida nos proporciona, de como a vida é boa e que vale a pena ser vivida. Ao contrário de Brad Pitt, que representava o oposto, de como a vida é dura e que precisamos ser fortes pra agüentar as dificuldades que ela nos forçará a passar.

Só sei que preciso ver novamente. E por incrível que pareça eu quero comprar o DVD. É um filme pra se ter em casa e rever de tempos em tempos. Ele consegue nos fazer refletir sobre os fatos de nossa vida e a cada vez que vemos, reparamos em novas coisas, novos ângulos. É um filme de arte.

Um comentário:

  1. Só ouvi falar mal desse filme acredita? Um dos filmes do Brad Pitt que amei foi O Curioso Caso de Benjamin Button. Lindo demais.

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