Tem dias que a gente não esquece nunca por causa de um fato muito importante ter acontecido. Quem se lembra do que estava fazendo quando aconteceu o ataque terrorista ao World Trade Center? E quando o Silvio Santos foi seqüestrado? Acho que cada um tem uma história diferente e lembra exatamente o que aconteceu. E quando o Ayrton Senna morreu no 1º de maio de 1994? Todos temos uma história. Hoje, depois de assistir ao tributo à Legião Urbana da MTV me lembrei que um dia marcante na minha vida foi o dia da morte do Renato Russo.Eu já era muito fã da banda, mas meu irmão venerava tudo o que vinha deles. Era uma verdadeira religião para ele e eu acho que acabei me tornando fã muito no embalo dele. Enfim, lá nos longínquos anos de 1996, não fazia porra nenhuma da vida além do esquema escola-cinema-clube-televisão. Eu estudava no período da manhã, tinha acabado de chegar em casa e estava prestes a começar meu almoço quando meu irmão liga do seu serviço me perguntando se eu já sabia da morte do Renato Russo. Fiquei surpreso, pois não estava sabendo de nada. Ele confirmou o ocorrido e me incumbiu de gravar tudo o que eu visse da Legião na televisão. Ele sabia que iria passar várias coisas sobre a banda, principalmente na MTV que dedicaria o dia inteiro a passar todo o material que tinham deles.
Corri para preparar os vídeo-cassetes. Tínhamos 2 na época, um na sala e um no quarto. Já comecei a gravar a MTV que estava passando todos os clipes e na sala eu ficava pesquisando nos outros canais os telejornais da tarde. Gravei tudo mesmo. Tinha uma entrevista que eles deram no Disk MTV com a Astrid, gravei uma participação deles no Programa Livre do SBT, pra quem não sabe era o antigo Altas Horas da Globo. Teve várias entrevistas que aconteceram na MTV, making ofs dos clipes, entrevistas com outros artistas. Teve dois shows transmitidos nas emissoras, sendo um deles na Bandeirantes que foi o último filmado e o acústico. Tinha coisa muito rara. Depois fiz uma puta edição nas fitas, tirando tudo o que era supérfluo como os comerciais e deixei uma fita de 6 horas só com a nata da nata. Esta fita ainda existe na casa do meu irmão. Acho que ainda tem muita coisa lá que não existe registro no youtube. Qualquer dia vou tentar passar o que tem lá pra mídia digital e disponibilizar na rede.
Nunca deixei de ouvir todos os discos da banda desde então, o Renato Russo nunca morreu pra mim já que eu o ouvia sempre no meu walkman na época e hoje nos MP3 da vida. Só não gosto do material solo dele, que nada tem a ver com a Legião. Até reconheço que umas duas músicas são boas, mas o resto é descartável. Meu irmão, claro, ama todas.
A tentação da comida, a vontade de comer mesmo sem fome, a gula, é o maior dos males de um gordo. Os magros pensam que temos fome. Na verdade, sofremos de ansiedade e descontamos na comida mesmo. Claro que com um corpo maior, a fome vai gerar mais fome e mais ansiedade por estar comendo mais e pior do que antes.
Ontem aconteceu a Marcha das Vadias, movimento feminista originário do Canadá onde um policial idiota disse que uma mulher só foi estuprada só porque se vestia que nem uma puta. Os protestos começaram lá e todo ano agora tem passeatas e movimentos feministas pelo mundo com o mesmo ideal.
No último sábado fiz dois programas culturais que no final se interligaram. Antes visitei novamente a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Está em cartaz a Alberto Giacometti com suas esculturas de homens gigantes e minúsculos. Sempre admirei artistas que fazem esculturas do nada, de rochas, de gesso, de bronze. É do tipo de escultura que ao sairmos da exposição temos vontade de comprar uma argila e tentar repetir o feito em casa. Giacometti fez homens finos e compridos, alguns com alturas de mais de 3 metros, pena que não se é permitido fotos pois gostaria de me fotografar ao lado das esculturas para que quem visse tivesse a noção da altura delas. Deve ser do tamanho de um avatar, do James Cameron. Lembrou-me aquele alienígena do filme “Planeta Vermelho”, aliás, acho que o filme se baseou no Giacometti mesmo pra bolar o alien. Outra referência que lembrei foram os moais, aquelas estátuas feitas por indígenas na Ilha de Páscoa.
Deve ser um exemplo de muitas histórias tristes que acontecem com os miseráveis por ai. É aquela mesma história de sempre, a mulher se vê sem condições financeiras e decide vender seu corpo. Mas algumas, devido ao uso de drogas e outros fatores se degradam muito e vivem na mais absoluta nojeira, fazendo programa de R20,00 com homens horríveis. Ao contrário da vida glamorosa da Bruna Surfistinha, essas comem o pão que o diabo amassou e não são mulheres de vida fácil. A personagem até se irrita quando a chamam disto. Ela cuida da neta e faz ponto na praça aceitando qualquer coisa por R$20,00. Ela já está com 60 anos e passa necessidade, sonha com uma aposentadoria e condições mínimas de sobrevivência. Já o cara que aparece na praça é um ex-condenado daqueles que não merecem confiança pois já matou por um motivo fútil. Ele representa outra modalidade de crime que sempre existiu mas que ultimamente tem se tornado muito comum, o crime passional de um cara que é rejeitado pela namorada e decide matá-la, Lindemberg que o diga. É um universo que sabemos existir mas não vemos vivemos ou nos identificamos. Somente com uma lente de aumento nas pessoas vemos que são seres humanos que descambaram para o lado do crime entretanto tem sentimentos como qualquer outro. Foi as condições de vida que o fizeram ter aquele caminho, nada justificável mas compreensível.
Não pude deixar de escrever sobre o Corinthians na Libertadores! Haja coração, como diria Galvão Bueno. Este time que está disputando o torneio continental não poderia ser mais Corinthians. Ele leva a sério o rótulo do time do povo, o time sofredor, o time raçudo.
Depois de muito ouvir elogios referentes aos livros de Stephen King, resolvi escolher um aleatório na biblioteca do serviço. Escolhemos via sistema interno e depois vem no malote. Tinha muitas opções e eu não queria pegar nenhum dos quais eu já havia visto o filme. Então escolhi A Dança da Morte, no chute mesmo, sem qualquer embasamento. Quando o livro chegou, me assustei com o tamanho. Ele tem quase mil páginas, 940 pra ser mais exato, e com letras bem minúsculas. Minha primeira reação foi devolver e escolher outro, não estava preparado pra começar uma leitura tão longa. Antes resolvi ler a sinopse na capa e na orelha e adorei a idéia.
Sonhei que eu estava indo em um consultório psiquiátrico, uma rotina que fazia uma vez por mês desde que nasci. Subi para o andar do consultório pelo elevador, passei pela sala de espera e já entrei no consultório onde tinha uma psicóloga conversando com uma mulher. Cheguei como se já fosse de casa, mexi na mesa dela procurando alguma coisa. Fiz uma pergunta absurda pra ela que infelizmente não consigo me lembrar agora. Depois de ver o ar de incredulidade da doutora e da paciente, disse que iria aguardar a minha vez e voltei para a sala da espera onde a recepcionista estava já gritando meu nome para pegar o cartão do convênio médico.
O assunto do momento é o atual estado do transporte metroviário em São Paulo, do aumento de usuários e da piora na qualidade do serviço. Isso todo mundo já sabe com as estatísticas de defeitos na via e da quantidade absurda de pessoas por metro quadrado, uma das maiores do mundo. E na mesma semana que ocorre um quase desastre na via, com diversas pessoas feridas, seus funcionários realizarão um dia de greve na quarta feira próxima. Decisão tomada antes do acidente, mas que parece ter sido depois porque a coincidência é enorme do senso de oportunidade. Todos os olhos estão voltados para o metrô agora e o governador vai ter que tirar a bunda da cadeira e mostrar algum resultado, já que está sendo pressionado pela imprensa e pela opinião pública.
A Serpente é a última peça escrita por Nelson Rodrigues e, como é comum em seus textos, trata do desejo pelo proibido e da falta de desejo pelo permitido. Nada é mais excitante do que o proibido. Li um livro sobre emagrecimento que o dr. Gikovate dizia que o gordo tem compulsão pelas coisas doces e engordantes porque ele sabe que é não pode comer aquilo, então o cérebro exerce uma vontade incontrolável por aquilo. Em quase tudo na vida, se te disserem que não pode fazer algo, você vai pelo menos pensar muito a respeito. É só olhar os mais jovens que tem impulsos por coisas que os pais dizem que não pode fazer como sexo antes do casamento, beber álcool, tomar drogas, sair com maus elementos e é exatamente isto que eles farão, para desespero dos seus progenitores.
Tem gente, principalmente mulheres, que não gostam de ficção científica. Um gênero que utiliza da imaginação humana de como o mundo deveria ser e inventa artifícios que gostaria que existisse: máquinas do tempo, carros voadores, viagens espaciais, tudo o que for fantástico e que não existe nos dias de hoje. Eu amo o gênero desde criança quando assistia “De volta para o Futuro” e de quando pegava os livros de ciência e via o mapa dos planetas do sistema solar e assistia Guerra nas Estrelas na televisão. Sempre sonhei com o futuro onde tudo isso viria a ser realidade.
A peça é basicamente a união de 3 natais seguidos comemorados na década de 80. No primeiro o casal mais pobrinho e humilde convida outros 2 casais para uma confraternização em sua casa na noite do natal. São aquele tipo de colegas e trabalho que fingem muita amizade por interesses financeiros e comerciais mas que na vida pessoal prefere nunca ter contato com eles. Amigos para a sociedade, mas não em seus corações. Nesta reunião, o anfitrião recebe dois casais mais ricos, sendo um deles poderoso, e que ele quer uma oportunidade de crescimento comercial. Na mesma noite tem um outro casal realmente amigo deles que conta piadas na festa mas que são rejeitados por não serem ricos, não tem tanta importância. Com o decorrer da história, nos outros anos são mostrados o enriquecimento do primeiro e o empobrecimento dos demais. A mudança do status social influi no modo em que cada um se comporta, o tratamento que tem em relação aos outros, evidenciando o preconceito existente na sociedade.