sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vilão da vida real

As motivações de um vilão nas histórias geralmente são sempre as mesmas, provenientes dos pecados capitais como a cobiça, o orgulho, a busca pelo poder e desejos que sejam originados de sentimentos que nossa sociedade condena. Mas tudo não passa de sentimentos genuinamente humanos, coisas que qualquer um faria em momentos de tensão absurda. Nós só conhecemos realmente uma pessoa quando a vemos ser pressionada. Ela perderá aquele controle de antes e deixará exposta uma parte de sua natureza. Todos nós temos coisas que escondemos, pensamentos que sabemos serem ruins, mas nos esforçamos em serem pessoas melhores.

Penso que as pessoas ruins não são tão diferentes das pessoas de bem como imaginamos. Para um melhor entendimento e aceitação, geralmente pintamos a pessoa ruim de demônio na Terra, o verdadeiro anticristo, aquele que só pensa maldade o tempo inteiro e não há nada de bondoso em sua alma. Dificilmente é assim. Os malvados também são humanos, experimentam amor e afeto assim como a raiva. Nós também experimentamos todos esses sentimentos. A única coisa que nos diferencia é um controle maior sobre o ódio. As pessoas consideradas boas experimentam um sentimento ruim até certo ponto e não passam dali. O cara ruim ultrapassa o ponto aceitável em nossa sociedade.

Quem foi o vilão da vida real desta semana que saiu nos noticiários? Elize Matsunaga, assassina do diretor da Yoki. Qual foi a motivação ao crime? Traição conjugal. Quem nunca foi traído nesta vida? A sensação é de impotência, de raiva da falta de respeito, de ódio, etc. Podemos xingar a pessoa, chamar de vagabunda, de puta, ou mesmo tratá-la com indiferença e desprezo terminando a relação. Não importa como a pessoa lide com um fim de relacionamento deste tipo, mas sempre sairemos sentindo tudo isto. Quem sabe falar mal desta pessoa para os amigos e conhecidos seja o pior que uma pessoa de bem faria. Um verdadeiro vilão ultrapassaria o ponto aceitável e o mataria e cortaria em pedaços. Na verdade as pessoas boas até tem vontade de fazer a mesma coisa, mas não fazem, pois são mais racionais. O vilão age na emoção.

Lendo um vilão na ficção, Harold Lauder, vemos que ele só queria ser aceito. Sempre foi o desprezado e rejeitado na infância e na adolescência. Quando adulto foi rejeitado pela mulher que amava e traído na confiança por um cara que prometeu algo a ele. Vemos que tem um fundamento, apesar de ser totalmente errado. Penso que se todos fossem corretos na vida, utopia, eu sei que nunca acontecerá, mas se déssemos afeto e atenção a todo ser humano e não tivéssemos preconceitos, mais da metade dos vilões não existiriam. Maldade está na alma da pessoa, mas trabalhada e cuidada, pode nunca vir à superfície. Muitas pessoas ruins são criadas por nós mesmos, aquela mesma que nos fará maldade amanhã. É importante pensarmos em nossos atos desde sempre. O carma sempre trará aquela ação de volta, seja nesta vida ou na seguinte.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Verdade dolorosa

É difícil dar uma opinião honesta hoje em dia porque ninguém quer ouvir uma crítica negativa. Claro que a gente não gosta disto e se sente desconfortável, mas é importante ter todas as opiniões sinceras para que saibamos onde erramos e onde acertamos. Todos querem confete todo dia e não é bem assim.

Se uma pessoa mostra seu texto, seu desenho emite uma opinião ou se expressa de alguma forma, experimente fazer uma crítica pra ver como será a reação. 99% das pessoas que eu presenciei têm comportamentos diversos, mas com o mesmo intuito, desprezar o crítico. Ou o criticado olha com desprezo e já corta daquela listinha de amigos, ou reage violentamente criticando-o de volta.

Claro que quando me expresso de alguma forma, espero ansioso por um elogio e quando recebo uma crítica, fico triste. Mas analisarei aquela opinião e tentarei enxergar o porquê dele ter feito isto. Quando os argumentos são lógicos, aceitamos o fato de termos falhado. Mas quando é uma crítica sem nenhum embasamento, um hater, um troll, então ignoramos. Pra quê discutir com o sujeito, não entendo. Tem gente que tem prazer em brigar com os críticos, basta ver o twitter do Cardoso, Luana Piovani, Bobagento e outros mais.

Não estamos mais interessados na verdade. Queremos ser adulados. Se não quer receber uma resposta honesta e dolorosa, não pergunte. Se perguntar, aceite o que vier.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ataque alienígena de sucesso

Já vimos várias histórias no cinema e em livros sobre a invasão alienígena no planeta Terra e em todos eles os humanos conseguiram vencê-los, claro. Os primeiro exemplos que lembro agora são os seguintes:
- Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
- Skyline
- Marte Ataca
- Independence Day
- Guerra dos Mundos
- Super 8
- Cowboys e Aliens

A quantidade de filmes é imensa e sempre terá publico para este tipo de filme, pois ficção científica é fascinante. Mas em todos eles os alienígenas invadem a terra com soldados e matam os humanos com suas armas lasers com tecnologia muito acima das nossas. Seguem o mesmo modelo de guerra que nós, primeiro bombardeiam depois invadem numa guerra de guerrilha. Visão muito limitada do futuro em minha opinião.

Lendo o livro A Dança da Morte do Stephen King, vejo que a solução para um ataque alienígena se resume a uma bomba biológica. O ser humano é muito frágil em relação a vírus, qualquer mutaçãozinha do vírus mais ralé, vira uma perigosa arma mortífera podendo desencadear em epidemias. Até asteróides vindos do espaço trazem microorganismos neles que podem por em risco nossa população. Ao visitar outros astros, além da falta de oxigênio, o traje espacial também serve pra proteger em relação aos componentes químicos que existem em lugares diferentes dos nossos.

Se um alienígena quiser nos matar, basta trazer um simples vírus da gripe deles. Matará-nos instantaneamente e para eles dará apenas uma série de espirros. Temos em nossa história casos parecidos como os dos europeus que trouxeram doenças que não existiam nas Américas fazendo um massacre com os índios sem imunidade. Uma doença só é controlada quando temos anticorpos. Sem defesa, é fatal. O que um alienígena inteligente, como sempre supomos que estes seres são, faria? Mandaria várias bombas para espalhar o vírus na atmosfera e aguardaria. Quando mais de 80% da população morresse, ai sim invadiria com sua tropa já imunizada com anticorpos e vacinas. Seria a coisa mais fácil do mundo.

Só espero que o provedor de Marte não consiga acesso a este blog.

domingo, 25 de novembro de 2012

Mano demitido

Nesta Sexta-feira nós fomos surpreendidos com esta notícia de que Mano Menezes foi demitido sumariamente pelo Marin, presidente em exercício da CBF. Às 16:45 um colega do serviço entrou na internet e deu de cara com esta notícia de ultima hora, coisa que ninguém estava esperando, pelo menos não imediatamente. A imprensa foi pega de surpresa também, pois não houve aquela fritura tradicional com antecedência.

A demissão dele foi tão sem motivo. Já há muito tempo que Mano não estava fazendo um trabalho bom, dando uma péssima perspectiva de copa, uma apresentação humilhante em nosso próprio país. Perdemos para todos os adversários fortes que encontramos pela frente. Foi divulgado o número de 21 vitórias em 33 jogos, um aproveitamento excelente de 69,69%. Mas este número não condiz com a realidade. A seleção brasileira só ganhou de adversários medíocres pra baixo e perdeu de quem realmente importava.

A fama no Mano para com o público estava péssima. Fui ao Morumbi naquele amistoso do Brasil contra a África do Sul e a vaia foi imensa quando ele colocou o pé no gramado. Fiquei até com pena, ninguém quer ser vaiado em sua própria casa.

Mas o Marin não foi justo. A princípio, após Dunga, a orientação era de renovar a seleção convocando novos jogadores e foi exatamente o que o Mano fez. E quando se faz um time do nada, demora mesmo pra engrenar. O erro do Mano foi que demorou muito pra definir um time. Ele poderia testar jogadores no primeiro ano e meio inteirinho, mas depois deveria ter fechado um time e mandado bala.

O Mano deveria ter sido demitido antes das Olimpíadas, mas inventaram de levá-lo à Londres e seguraram mais tempo. Depois do fiasco resolveram continuar com ele, erroneamente. E o pior é que agora que ele estava finalmente definindo uma equipe e fechando o elenco e jogando bem, demitiram. É o cúmulo da incoerência. Deveriam demiti-lo quando estava jogando mal, não bem. O problema é que a demissão aconteceu muito próxima da Copa do Mundo e em cima da Copa das Confederações. O novo técnico vai ser obrigado a pegar o mesmo elenco e dar prosseguimento. Não há mais tempo pra testes.

Nas eliminatórias da copa do mundo de 2002 foi ainda pior que agora. Demitiram dois técnicos e contrataram o Felipão em cima da hora que não sei como conseguiu montar uma equipe campeã. Fizeram tudo errado e deu certo. Os dirigentes aprenderam errado e agora contam com a mesma sorte de antes.

O problema é que está difícil de achar um técnico novo. Uma seleção se reúne poucas vezes por anos e joga sem muitos treinamentos. Os melhores técnicos brasileiros atuais são excelentes em clubes onde treinam diariamente aperfeiçoando o time. Não sei se eles dariam certo. Mas tirando este aspecto clubístico, pra mim deveriam dar uma chance ao Muricy Ramalho, o técnico mais vencedor dos últimos anos. Felipão e Luxemburgo já tiveram suas chances na seleção e não apresentam a mesma qualidade de antes. Tite e Abel seriam pra depois de 2014 com o início de um novo trabalho. Mas do jeito que o Marin é inconseqüente, deve tentar apostar no técnico da massa, que é o Tite, pra ficar de bem com a torcida, infelizmente. Espero que não, pois o timão está voando em campo e não podemos mexer no que está dando certo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Elefante Branco

Meus olhos se abriram para o cinema argentino depois que assisti “O segredo dos seus olhos”, filmaço reconhecido pelo Oscar de 2010. Desta vez resolvi conferir o “Elefante Branco” que tem o mesmo ator do segredo, Ricardo Darin, mas com uma história mais atual e real. Elefante branco é uma expressão que é usada para designar grandes prédios ou construções erguidas, mas que depois não servem pra nada e só ocupam espaço e criam problemas. Neste caso o prédio foi um projeto de hospital iniciado na década de 20 para ocupar o centro de uma favela em Buenos Aires e que nunca chegou a ser concluído por problemas políticos e de corrupção do governo argentino. Como virou um prédio semi pronto, sem acabamento apenas as estruturas levantadas e largado ao relento sem cuidados por muitos anos, acabou sendo ocupado por uma população mais pobre e também usado como ponto de uso de drogas. Nada longe da realidade brasileira.

Apesar de argentino, é uma história tipicamente brasileira que poderia ter sido filmada no Rio de janeiro ou mesmo em São Paulo onde passamos por situações idênticas. Quantas vezes vemos os sem teto invadindo prédios da prefeitura que estavam abandonados? Quase todo dia. E outra coisa parecida com nosso país é a história violenta da localidade. No Brasil existe um gênero tipicamente tupiniquim onde se tem a romantização da favela, os favelamovies. Quase como um western, só que na favela, com personagens típicos como o dono da boca, o favelado trabalhador e honesto, o cheira-cola, os miseráveis e pobres todos os estereótipos.

Neste filme argentino não se foge muito da mesma idéia de favela, mas diferente de um Tropa de Elite onde a polícia é a paladina da liberdade, neste filme o foco são em dois padres que tentam melhorar a qualidade de vida desta população carente. Assim como em Tropa de Elite, onde o capitão Nascimento, policial experiente, recruta um substituto mais novo, no filme argentino um padre antigo da favela tenta trazer o novato para assumir suas responsabilidades sociais em defesa dos necessitados.

É um choque para o padre mais novo adentrar neste ambiente, ainda mais porque ele tem sérias dúvidas em relação à atividade que escolheu. Um missionário tem um trabalho árduo e desgastante, mas que com certeza encaminha para um lugar mais iluminado. Eles dedicam sua vida em prol dos outros, abdicam de muita coisa de viver sua própria vida, enxergam como um trabalho dado por Deus, uma missão na Terra para ser desempenhada. Tenho grande admiração por estas pessoas na vida real como a Zilda Arns e Dorothy Stang, ambas mortas desempenhando seu trabalho.