Nesta época de eleições o assunto de anular o voto sempre retorna. Aquele velho mito sempre ronda a internet através de e-mails dizendo que se mais de 50% do eleitorado votar nulo eles são obrigados a fazer uma nova eleição. Pura bobagem! Saiba que o voto nulo não é levado em conta. Contam-se apenas os votos válidos e os nulos são descartados.
Sou de São Paulo e as opções de candidatos são poucas. Não a quantidade, mas a qualidade. Entre as pessoas esclarecidas há um consenso que estamos ferrados e sem ninguém para votar. Muitos que ouço dizem que pretendem anular o voto como forma de protesto ou porque não acredita na honestidade dos prováveis candidatos do segundo turno. Eu discordo desta posição.
Eu também compartilho da opinião que não tem mesmo ninguém para se votar. Mas de duas pessoas péssimas, todo mundo acha que um ainda é pior que o outro. Não existe ninguém igualmente ruim ou igualmente bom. Se fosse fazer uma escala numérica, uma pontuação de pontos positivos e negativos, alguém sempre estaria acima de outra. Eu acho que anular o voto e conceder seu direito de escolher alguém para outra pessoa que provavelmente tem menos informação para escolher o melhor candidato. Você estará dizendo para um transeunte na rua: escolha meu prefeito, pois eu me recuso a escolher por mim.
Eu até tenho um candidato no primeiro turno, mas ele nunca teria chances reais de ir para o segundo turno com a quantidade de votos que a pesquisa o atribui até hoje. E os líderes das pesquisas fazem parte do meu rol de rejeição, daqueles que eu não nunca votaria. Os líderes serão os dois representantes no segundo turno. São terríveis, mas eu me vejo na responsabilidade de escolher o menos ruim. Existem coisas que a gente é obrigado a escolher e em minha opinião a anulação do voto não é uma opção. Se estivermos andando numa estrada e aparece uma bifurcação à frente, somos obrigados a escolher um dos dois caminhos. Não podemos sentar e chorar dizendo que não escolheremos nenhum deles. Os dois caminhos podem nos levar à perdição, mas mesmo assim devemos escolher o que será menos doloroso e prejudicial.
Fazendo uma analogia ao futebol, eu odeio tanto o São Paulo quanto o Palmeiras. Mas dependendo da época ou dos acontecimentos do momento, se os dois forem para a final eu costumo escolher um dos dois para ser campeão. Não quer dizer que eu torço por um deles, mas tem time que merece perder. No tricampeonato tricolor de 2006, 2007 e 2008, os são paulinos eram insuportáveis e eu aceitaria torcer pelo Palmeiras caso eles pudessem tirar o sorriso deles. Em 1994 e 1995 era o inverso.
Digo: por pior que a situação seja, sempre tem um pior na escolha. Faça valer seu direito e vote certo.
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