Gostei de algumas partes do diálogo onde o marido da personagem insinuava para amiga dar em cima da sua mulher, sugerindo um lesbianismo e um voyerismo. É incrível como isto atiça os homens, não sei explicar por que. A princípio seria algo ruim, pois duas mulheres se pegando, o homem fica sozinho. Mas a idéia do proibido é mais alta. Um tempo atrás tive uma dessas experiências com uns amigos. Tinha uma conhecida minha que era pretensa lésbica e gostava de ficar com outras, mas só da boca pra fora. Em uma festa os homens ficavam zoando e atiçando, dizendo pra ela dar uns beijos em uma moça que estava por lá. Eu também agitei, embora pensasse que nada aconteceria. Não é que rolou um beijo e uma pegação entre as duas? Ao invés de ficar em êxtase pelo momento, fiquei muito decepcionado. Ao ver as duas ali só me lembrava que eram duas mulheres a menos para nós homens trouxas olhando. A experiência não foi tão boa quanto eu achei que fosse. Enfim. Não rola na peça e me desviei do assunto.
A personalidade das duas atrizes me lembrou da minha ex-namorada e da amiga dela. Deu-me certa depressão em vê-las ali. A Paula Braun era muito parecida tanto fisicamente com minha ex-namorada. Já a Cristina Flores lembrava a amiga mais extrovertida. Vi-me tendo um jantar desses daqui a 20 anos.
O espaço encenado é no porão, um lugar experimental. Aparentemente tem vários teatros com um espaço deste. Já vi um igualzinho no SESC Consolação, além do Centro Cultural São Paulo. É uma idéia muito interessante, colocando o público diretamente na cara do ator. Eu sentei na primeira fileira e toda hora eu tinha que mudar minha perda de lado pra atriz passar, pois a cadeira estava quase dentro do palco. É uma experiência ótima.
Peça: Outros Tempos
Atores: Cristina Flores, Otto Jr., Paula Braun e Miwa Yanagizawa.
Direção: Pedro Freire.
Texto: Harold Pinter
Local: Teatro Augusta Rua Augusta ,943
Horário: Quartas e Quintas as 21 hrs
Preço: R$ 30,00
Duração: 70 minutos
Até 28/06/2012
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