
Morrer não deve ser fácil. Deve dar um sentimento tão grande de solidão, mesmo que esteja com familiares. Neste momento a gente deve se sentir tão frágil, tão exposto que o que mais desejamos é ter alguém amado ao seu lado. Stephen King retrata isso muito bem mostrando os sentimentos das pessoas no leito da morte, sabendo que vai morrer e não tendo nenhuma escapatória. Lembrou-me do livro do Dráuzio Varella, Por um Fio, onde ele mostra todos os aspectos do processo da morte tanto na visão do paciente quanto no do médico. Nas passagens alegres e tristes, nos otimistas e pessimistas, nos crentes a Deus e nos ateus, nas pessoas que cuidam de sua saúde e nos boêmios, etc. Não tem jeito, a única certeza da vida é que a morte é inexorável, todos vão passar por ela não importa se você é uma boa pessoa ou não.
Em uma das muitas atividades que eles inventaram no falecido Orkut, uma delas foi criar comunidades para lembrar-se de entes queridos que já se foram, um revival, uma página de homenagem contando sobre a pessoa onde amigos poderiam se inscrever e escrever depoimentos sobre o cara, como ele foi querido e tal. No início eu achei uma boa idéia, mostrava quantas vidas essa pessoa atingiu com sua personalidade e todos os vínculos que deixou. Mas com o passar do tempo, aquela página não tinha movimento, após o período de luto ninguém mais entrava pra escrever sobre o falecido, ela ficava abandonada às traças. Ninguém se desvinculava, pois todos continuavam a gostar do amigo. Mas a cada vez que entrávamos no Orkut, aquela página aparecia na lista das suas comunidades e fazia a gente lembrar que ele tinha morrido, comecei a pensar que não era tão boa idéia deixar uma página dessas assombrando a gente, trazendo tristeza por não termos o amigo de volta. Deixou de ser algo de alegre.
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