domingo, 30 de setembro de 2012

Nina burra

Não assisto novelas, mas de uma forma ou de outra a gente acaba descobrindo o que está se passando nas que estão passando na televisão, ainda mais um sucesso como este de Avenida Brasil. Eu sei mais ou menos o que está se passando na novela, que a Nina foi um dia uma criança chamada Rita que teve seu pai assassinado pela Carminha. Hoje, mais crescida, ela está tentando se vingar da assassina de seu pai.

Muitos têm criticado as atitudes da Nina e dos erros que comete em sua vingança. Parece que ela perdeu todas as fotos comprometedoras que tinha tirado porque não fez backup delas, não usou ferramentas comuns a todos nós que usamos a internet como 4shared, instagram, facebook, twitter etc. Não fez backup de uma coisa importante, coisa que é dita um milhão de vezes pelas empresas de segurança. Manter a salvo senhas, alterá-las periodicamente com uma combinação difícil de ser deduzida.

As ações da Nina são reflexo da população brasileira. Não sei se o autor da novela foi inteligente o bastante para passar à história o comportamento padrão dos brasileiros ou se ele não informou porque não conhece mesmo. Pra se dar emoção a uma história precisamos aumentar os problemas e gerar conflitos mesmo, senão não dá audiência. Mas eu digo que essas coisas não acontecem apenas na televisão, neste caso a arte está imitando a vida, pois tem muita gente toupeira por ai que comete os mesmos erros e às vezes coisas até pior.

Já trabalhei em uma agencia de banco e já vi casos que a maioria das pessoas que estão criticando a Nina ficariam chocados com a estupidez humana. É por isso que os crimes bancários e eletrônicos estão só crescendo. Os bandidos estão percebendo que não precisam de muito esforço para surrupiar os bens das pessoas que em alguns casos até dão o dinheiro por livre e espontânea vontade. O bandido só precisa criar uma historinha besta que muitos idiotas caem no conto do vigário e dão sua grana.

Fiquei sabendo que teve uma cena na novela que a Nina saca uma grande quantidade de dinheiro para dar a outra pessoa e é assaltada no caminho. Puta burrice! Quantas vezes vemos casos na vida real onde acontece a mesma coisa. Nunca transporte uma grande quantidade de dinheiro assim. Use uma transferência bancário, um cheque cruzado, qualquer coisa. Se alguém ficar sabendo, só piora as coisas. Já presenciei um caso que a mulher queria desesperadamente sacar 13 mil reais porque alguém tinha uma proposta de lucro imediato que ela ganharia o dobro. Desconfie de tudo o que seja bom demais, mesmo a história seja muito convincente.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cão

A peça é dividida em duas partes. Na primeira a personagem principal já começa seu relato bastante transtornada, como se tivesse passado por muitos problemas na vida e resolve desabafar com a platéia. Então começa um monólogo onde ela relata de forma bastante intrigante e envolvente os eventos dos últimos 9 anos. Tudo começa a acontecer quando ela compra um cachorro chamado Troy. A personagem desenvolve uma relação de respeito e admiração pelo seu cão quase como um simbionte, tudo o que acontece dali pra frente em sua vida é vinculada ao cachorro e ela obtém muito sucesso profissional.

Uma coisa que eu já ouvi antes é que o cachorro geralmente adquire um comportamento parecido com seu dono. Mas gostei de uma frase que ela disse que um dono às vezes chega a ser a extensão do seu cachorro. É mais ou menos o que acontece na história, pois o cachorro é imponente e faz com que ela seja mais confiante e progrida no trabalho.

O seu relato de vida é muito bom. Mas chega a um ponto da historia que foi inesperado e não estava preparado para ver. Seu marido adquire uma grande depressão e desenvolve uma segunda personalidade em que pensa ser um cachorro e se comporta como tal, apagando completamente a personalidade humana anterior. É uma coisa totalmente bizarra e parece ser criada por um escritor criativo, mas não. É uma patologia real, chama-se licantropia, procure no Google.

O ator que faz o cachorro deve ter usado todas as técnicas aprendidas no curso de teatro de expressão corporal porque o desenvolvimento físico que ele faz é bem libertador. Ele se entrega no palco. E também provavelmente estudou muito o comportamento de um cachorro nos mínimos detalhes. Ele não apenas imita um cachorro latindo ou andando de quatro. Mas ele faz diversos movimentos e comportamentos pequenos e sutis que reconhecemos nos nossos próprios animais de estimação. Sua representação é impressionante principalmente nos detalhes.

O texto da peça também é muito bom. Deixa o expectador preso à história e nos faz até refletir sobre a vida e seus problemas. Acho que a personagem principal foi louca e tomou atitudes discutíveis. Eu imediatamente internaria o pobre coitado no manicômio mais perto. Mas ela foi levando a história até o insuportável. É uma peça que precisa ser vista!



Teatro Augusta
Duração: 80 minutos
Em cartaz até: 01 de novembro de 2012
Quartas e quintas, às 21h
Preço: R$ 30,00
Direção: Samya Enes, Hévelin Gonçalves e Rui Xavier
Elenco: Hévelin Gonçalves e Rui Xavier
Texto: Rui Xavier

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O recomeço

Começar uma nova civilização é tentador. A vida caótica que vivemos no mundo de hoje com 7 bilhões de seres humanos consumindo tudo o que vem pela frente, extinguindo animais, devastando florestas, enchendo mais suas cidades e causando pior ao mundo. Gostaria que tivéssemos todo o progresso intelectual e social de hoje com uma população em número igual à do século XV e com mais florestas e animais soltos. Seria um paraíso. Antigamente não tínhamos tanta consciência do nosso dever em relação ao mundo.

No livro A Dança da Morte do Stephen King trás um pouco deste desejo de começar tudo de novo. E se tivéssemos uma nova chance de formar uma sociedade do jeito que quiséssemos que fosse? Dificuldades não faltariam considerando que cada ser humano tem suas vontades pessoais e idéias de uma utopia.

Mas, no livro, apenas um por cento da população sobrevive a um vírus mortal. Estão todos espalhados pelas cidades e por um motivo decidem se reunir, pois este é um desejo intrínseco do ser humano. Uma vez juntas em uma cidade alternativa, como recomeçar suas vidas? O que seria de extrema importância para o básico de uma vida em sociedade? King desenvolve bem este lado. Primeiro seria estabelecer regras básicas de convivência como leis a serem seguidas. Não matar, não roubar, civilidade, para não gerar anarquia e violência. Tentar acionar algumas coisas tecnológicas como a energia, tão fundamental para nós que praticamente não sabemos viver sem. Seria uma volta às cavernas. Tem coisas mundanas como retirar todos os carros espalhados pelas ruas e enterrar os mortos. Estabelecer um comando, com líderes, uma polícia, uma comissão para julgar infratores, ou seja, implantar os 3 poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário. Um médico em uma nova cidade é algo fundamental. Não sabemos viver sem este profissional, mais do que qualquer outro, mesmo sabendo da importância das outras profissões. Pessoas com conhecimentos técnicos de engenharia e gente com conhecimento como professores. Agricultura seria essencial também para prover alimentos.

O livro me lembra dois filmes pós apocalípticos onde ocorrem guerras e boa parte da população morre restando alguns desafortunados que vivem em meio à violência. O primeiro é O Mensageiro, com o Kevin Costner. Neste filme, a sociedade vive sob o terror de um exército formado por um aspirante a ditador. Só conseguem se reerguer através do restabelecimento da comunicação através de cartas. O segundo filme é O Livro de Eli. Existe grande violência numa terra devastada onde a água é artigo raro. Denzel Washington sabe que um grande conhecimento como a bíblia pode restaurar o bem como também ser usado para tiranizar um povo. Acho que ambos os filmes chupam um pouco do A Dança da Morte.

Deve ser fascinante começar uma sociedade do nada, a seu bel prazer. Como você gostaria que sua cidade fosse?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fim do mundo

Mais um programa assistido do Discovery Chanel que me inspirou a escrever um texto. Quando mais assistimos um programa onde mostra o início do planeta a bilhões de anos atrás, mais percebemos a nossa insignificância, a pequenez de pensamento que temos no nosso dia a dia. A vida humana é ridícula em relação ao planeta Terra. Se a vida humana se extinguisse, o planeta se resolveria sozinho. Se toda a vida no planeta fosse reduzida a um relógio de 24 onde a Terra fosse criada na hora zero, quando desse 23h os dinossauros surgiriam. As 23h40 se extinguiriam. E as 23h58 os homens surgiriam. Em um relógio de 24h o homem só existe há 2 minutos. Quer exemplo melhor do que significa o homem no mundo?

No futuro nada do que produzimos hoje existirá. Nada na Terra dura muito tempo, tudo está em movimento. Os continentes que temos hoje antigamente eram unidos em apenas um, chamado Pangéia. Foram se separando com o movimento das placas tectônicas. Mas se mantiver a atual velocidade, se reencontrarão no futuro formando um novo continente gigante. Na união de continentes, serão formadas grandes cadeias de montanhas similares ao atual Himalaia. Esta união de montanhas mudará totalmente o mundo como conhecemos hoje.

Primeiro que o gigantesco oceano morrerá. Hoje a corrente dos mares vai até os pólos do planeta onde tem mais oxigênio e vindo para regiões mais quentes, no centro. Sem os continentes, este fluxo não ocorrerá e o oxigênio sumirá. Sem os corais, os peixes morrerão e toda esta água tornará um oceano morto. A aparência dele será preto como se tivessem derramado grandes quantidade de petróleo.

Nas bordas do grande continente serão formadas por estas grandes montanhas. Com isso a umidade vinda do mar não conseguirá passar para o resto do grande continente formando um gigantesco deserto. Todo o centro do continente, correspondente a 70%, será um grande deserto seco. E próximo dos mares existirão grandes florestas de gramias, ou bambus. Eu não sabia mas o bambu é a arvore que mais faz a fotossíntese. Ela representa 3% das arvores do mundo, mas produz 25% do oxigênio que respiramos.

Em todo este cenário terrível, o planeta se parecerá mais com o inferno do que com o paraíso. Hoje já existe grandes bolsões de gás metano no solo produzido por bactérias e plantas mortas, mas que estão congeladas sob o gelo de regiões mais próximas aos pólos. São quantidades duas vezes maiores do que o petróleo.No futuro, com esta região já derretida, o metano poderá entrar em combustão e produzira grandes áreas com fogo jorrando da terra, como os cenários que imaginamos pro inferno.

Se não soubermos gerar modos de evitar alguma dessas mudanças, a raça humana se extinguirá mais rapidamente. O mundo é um ciclo de séries de extinções e evoluções para outros organismos. Sempre foi e sempre será. Um viajante no futuro desenterrará os ossos humanos assim como fazemos com os dinossauros hoje. Eles colocarão em seus museus imaginando porque nós mesmos nos extinguimos.

sábado, 22 de setembro de 2012

Marte

Marte é um planeta fascinante. Em diversos filmes de ficção científica, o planeta vermelho é o que mais aparece como origem dos alienígenas que visitam a Terra. Lembro que quando pequeno olhava o mapa dos planetas do sistema Solar e procurava onde mais chances poderia ter vida extraterrestre. Depois de visitar a lua, o próximo lugar que deveríamos visitar deria um dos planetas mais próximos, Marte ou Vênus.

No livro bem desatualizado que eu lia, dizia que em Vênus tinha muitos gases em sua atmosfera e possívelmente água, possibilitando ocorrência de vida. Eu ficava fascinado com essas notícias e apostava tudo em uma missão á Venus, e ficava revoltado quando todas as notícias sobre futuras missões da NASA sempre indicavam Marte como destino. Na ficção do livro de Isaac Asiov, Os Mares de Vênus, descrevia um planeta coberto 100% e água e que sofria com grandes tempestades. Mais no futuro chegaria a descobrir que a vida em Vênus seria impossível pois o planeta era banhado com lavas vindas de inúmeros vulcões em sua crosta, gerando temperaturas acima de 500 graus célcius e gases tóxicos em sua atmosfera.

Marte é um planeta árido, um deserto total que se parece muito com a Terra, onde possivelmente já teve água corrente de acordo com pesquisas. Na verdade a situação de Marte é como a Terra se tornará no futuro caso as pessoas não cuidem direito do planeta.

Assim como outros planetas, o nome é derivado de um dos deuses antigos da mitologia Greco-romana. Marte é Ares, o Deus da Fúria e da Guerra, provavelmente recebeu esta alcunha por ser vermelho e representar o sangue e o fogo das batalhas.

A história dos satélites também acho boa. Foi descoberto em 1877 dois satélites naturais no planeta. Mas em 1726, o escritor Jonathan Swift escreveu nos livros Viagens de Gulliver que o planeta tinha 2 luas. Como ele sabia disto antes de sua descoberta? Na verdade já se sabia disto desde 1600 por Johannes Kepler, mas devido a uma teoria fajuta. Kepler viu que a Terra tinha uma lua e Júpiter tinha quatro (naquela época), logo Marte teria dois, a metade. Por sorte, no final da história Marte realmente tinha dois satélites.

Deram o nome dos dois satétiles de Fobos e Deimos, mais que perfeito, pois na mitologia eles são filhos de Marte com Vênus ou Afrodite. Ou seja, o segundo planeta do sistema solar cruzou com o quarto gerando filhos. Fobos significa medo e Deimos pânico, sentimentos que os adversários de Ares teriam quando seus filhos o ajudassem nas guerras.

Adoro estes nomes que significam alguma coisa ou são homenagens a alguém importante, como por exemplo o nome de duas crateras localizadas em Deimos, Swift (em homenagem a Johnathan Swift) e Voltaire (filosofo que escreveu uma história sobre a visita de um alienígena que também faz referência à duas luas de Marte).

Curiosidades
Deimos é o menor satélite do Sistema Solar, medindo apelas 15 km de diâmetro. Seu irmão mede 27km de diâmetro. Pesquisas indicam que na verdade são dois asteróides capturados pela órbita do planeta. Em Marte existe o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo (qualquer semelhança com a casa dos deuses gregos não é mera coincidência) que mede 600km de largura e 27 km de altura.



A quantidade de fatos curiosos é tanta que daria pra escrever um livro. Em algum post futuro retornarei com mais histórias de Marte.