Pra começar houve um atraso no início. Formaram uma fila gigante para a entrada, mas as portas não se abriam e a impaciência começou. Um filme que estava previsto o começo às 20h10min deve abrir as portas, no mínimo uns 10 ou 15 minutos antes pras pessoas poderem se acomodar decentemente, mas já era 20h15min e nada de entrarmos.
Na entrada havia certo alvoroço com a presença do Ney Matogrosso na sala de espera. Muita gente tirando fotos com ele que pacientemente conversava com as pessoas. Pensei que ele iria assistir à mesma sessão que estávamos entrando, mas depois de estar La dentro comentaram que ele veio apenas para prestigiar o filme exibido anteriormente, um documentário sobre sua vida. Então depois de nos acomodarmos, começa o filme e para a nossa surpresa é o filme do Ney Matogrosso. Ninguém entende nada e os organizadores entram correndo dizendo que foi um engano, que estavam exibindo o filme anterior. Acendem-se as luzes novamente e lá vem mais espera. Até que as pessoas se comportaram civilizadamente, alguns desistiram, mas a maioria ficou.
Acabei fazendo amizade com um pessoal por causa dos problemas. Uma mulher, animada com a mostra, mas desanimada com os problemas, comentou que atrasos estavam sendo uma constante nos filmes exibidos pela mostra, que era uma falta de preparo monumental. Um cara, que era estudante de cinema, disse que já tinha assistido 10 filmes e a mulher de Santo André, orgulhosa, disse ter visto 12. Eu só estava no meu terceiro e olhe que já achava muito. Ai começou a troca de conhecimentos cinematográficos e de dicas para outros filmes da mostra. Se não fosse por este grupinho o tempo de espera seria muito mais longo do que foi. Não sei se aguentaria tanto.
Percebi que a organização da mostra contratou muitos funcionários para a organização do evento, mas não preparou nenhum deles o suficiente para lidar com os problemas que eventualmente surgissem. Tinha, pelo menos, uns 7 funcionários que corriam de um lado para outro tentando solucionar o problema, um conversando com o cara da cabine, outro com um organizador, e o resto meio perdido na sala com um olhar meio desesperado para o público irritado sem nenhuma resposta a dar. Simplesmente não tinham uma explicação plausível de porque deu problema, e o mais importante: previsão de resolução. Isto se seria resolvido a tempo.
A mulher de Santo André relatou que foi numa sessão no shopping Frei Caneca em que os organizadores venderam mais ingressos que a sala comportava, fazendo as pessoas sentarem no chão. Achei um absurdo. Ela disse que tinha gente ligando para os bombeiros pra interditar a sala. O cara que estava conosco disse que também presenciou o evento e confirmou tudo o que ela disse. Não sei quem faz isso, se é a organização da mostra ou do Cinemark, mas é uma coisa básica. Lembramos que aquela sessão seguinte concorrida com ingressos esgotados estava sendo empurrada cada vez mais pra frente com o nosso atraso e imaginamos o caos que teria com aquele tanto de gente chegando pra ver um filme e este ser postergado, ou pior, cancelado.
Não entendíamos a demora da resolução. Não era só trocar os rolos? Será que se esqueceram de trazer para a cabine? Foram na casa do diretor, na Geórgia, pegar a fita? Somente às 21h10min, uma hora após o início previsto, a sessão finalmente começou. Uma hora pra troca de filme, talvez um recorde. Ou seja, tivemos uma sessão de uma hora de tela preta e um tempo desperdiçado. Mas finalmente vimos a película.
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