Peça de humor, quase como um monólogo de Luiz Sander que já esteve em vários programas de televisão mostrando sua dança e seus personagens. No começo da peça eles até passam trechos de entrevistas que ele deu no Jô Soares, na Ana Maria Braga e em outros programas famosos. Nunca o vi na vida apesar de aparecer constantemente na televisão.
No início da peça fiquei um pouco receoso de que seria uma hora de tortura, pois começa com umas piadas muito ruins e já comecei a olhar para o relógio vendo o quanto iria durar. Entretanto logo em seguida ele muda de personagem e este novo tem umas piadas muito boas que me fizeram dar risada. Este comportamento se seguiu em toda a apresentação, ele apresenta um personagem chato e logo em seguida um personagem legal até o final.
Além dos personagens ele apresenta alguns passos e dança já que é outro talento dele. O que me fez refletir que a peça não é concisa, não tem uma unicidade nem nos mostra o que quer passar. O ator tem talento, reconheço. Mas acho que ele ainda não achou o modo de mostrar isto. Na peça ele mostra 3 características de seu talento: a caracterização de personagens como ator, o dançarino e o enterteniment ou o show man. Pelo que é apresentado, parece que ele é bem sucedido como dançarino já que treina vários famosos na arte. Como ator, considero fraco e tem que investir mais nisto. Já como “agitador” ele é muito bom. Tem uma cena que ele faz uma caracterização como um regente de uma sinfonia e usa todo o público para participar que é genial. Poderia investir mais nisto. Até me interessei em convidá-lo para animar a festa de final de ano lá no banco.
Mas quando se trata de uma peça, sou conservador. Quando vou ao teatro, quero me sentar e assistir uma apresentação do mesmo modo que sento no meu sofá e assisto televisão. Esta idéia dos atores interagirem com o público me incomoda muito. Não quero ser molestado enquanto assisto e me constrange quando o cara pega uma pessoa na platéia como Cristo e zoa ele até o final. Para o resto do povão pode ser engraçado, mas para o cara não. Eu mesmo senti vergonha alheia e ver o Rogério sendo zoado. Tudo bem que ele levou bastante na brincadeira e até se divertiu e ganhou uma camisa no final, mas não curto. Se eu quisesse agitar e interagir, iria num show de rock. Lá sim esperamos este tipo de comportamento. Lá seria uma ofensa sentarmos em cadeiras e assistir uma apresentação perfeita como se tivessem tocando um cd. Lá os erros fazem parte e a interação é requisito. Na peça de teatro não, com raras exceções. Talvez eu também não estivesse no clima no dia.
Apesar de alguns pontos negativos que citei, a peça não é ruim, dá pra se divertir. A galera que estava lá com certeza se divertiu, só eu que devo ser o ranzinza. E achei muito simpático do ator no final cumprimentar todos os expectadores na saída, um por um. Não é a primeira vez que vi, mas é raro hoje em dia.
Assisti no Teatro Ruth Escobar já no final da temporada, uma pena. Mas acho que ele pode voltar em outro teatro da cidade, a conferir.
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