O casal era legal e simpático e o cachorro era ótimo, eu os manteria por lá o tempo que fosse, mas queria me livrar daquele furão/cobra. Quando pegava o bicho em minhas mãos minha vontade era de esganá-lo, mas o casal não saia de perto. E eu não queria me indispor com eles, então resolvi que a saída era envenenar esse bicho. Busquei uma comida e coloquei numa vasilha de cachorro para alimentar os dois animais. Eu não queria matar o cachorro também, então peguei um pouco da ração com uma colher e joguei o veneno para dar pro furão/cobra.
Na minha cabeça eu temia que eles descobrissem que eu tinha matado aquele animal e chamasse a polícia, então teria que dar a comida envenenada e me livrar de todas as provas da existência do veneno. A colher era fácil de se livrar depois do bicho comer um pouco da ração. E minha maior preocupação era de uma gota de veneno cair na vasilha de ração no chão, pois seria uma evidência que a polícia poderia verificar depois e confirmar minha culpabilidade.
Na vida real o único animal que não me simpatizo muito é gato, mas eu nunca faria uma maldade dessas de matar o bicho. Achei curioso que eu estava tentando cometer um delito e me preocupando com as conseqüências de ser preso. O fato de eu estar matando algo não era problema nenhum, na verdade era um alívio de me livrar daquela coisa.
E o fato de eu acolher dois desconhecidos pra minha casa foi uma coisa surreal. Lembrei-me de uma cena do filme A Corrente do Bem onde o Haley Joel Osment, o menino do Sexto Sentido, faz a mesma coisa com o Jim Caviezel, morador de rua drogado, mas gente boa. O porão da minha casa no sonho se parecia bastante com a garagem do moleque do filme.
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