Sou competitivo. Mas também sou realista. Não adianta eu tentar superar alguém que está em um estágio superior ao meu. Se eu ganhar dele, provavelmente foi sorte. Acredito na competência e no esforço pessoal. Claro que tudo na vida depende do caso. Tem coisas que não é apenas esforço individual, mas em outras sim. No caso dos esportes acho que depende exclusivamente de nós mesmos, independente se o outro cara tem equipamentos melhores. Temos exemplos suficientes na vida onde mostram pessoas humildes, mas determinadas, que superam o melhor aparelhado.
Acredito que devemos em primeiro lugar superar nós mesmos. Eu sou meu adversário e eu quero ser melhor do que fui ontem. Estou em disputa com outro eu imaginário e ele está ganhando. Eu sei que se for persistente, consigo ser melhor. Se eu levanto 10kg hoje e me sinto bem, busco levantar 12kg amanhã e sofrer um pouquinho mais. Se eu corro 10km em 1 hora, vou tentar baixar para 55 minutos. Nunca devemos nos acomodar com uma posição de conforto, senão nunca iremos progredir. A sensação de conseguir melhorar uma marca é muito bom, melhora a auto-estima e por tabela melhora nossa saúde.
Apesar de competitivo, nunca fui de invejar o outro. Quando vejo alguém melhor que eu, busco repetir seus passos para um dia ser como ele. Eu admiro pessoas de sucesso. Outro dia vi um cara levantar mais de 150kg no supino e fiquei impressionado. Eu mal consigo levantar 50kg e já estou de língua de fora. Um dia quero ser igual a ele e vou me esforçar para tal.
Quando vejo alguém pior que eu, não o deprecio. Eu também o admiro por estar tentando superar suas dificuldades estando num estágio abaixo do meu. Sei que se ele tiver disciplina chegará onde estou hoje. E ele não deve tentar dar um passo maior que a perna, deve seguir seu próprio ritmo e sempre forçar um pouquinho a mais quando se sentir bem com a carga que está tendo. Cada um está tentando galgar posições em busca da perfeição. Ninguém alcança, claro, ninguém é perfeito. Mas acho que o objetivo na vida é sempre tentarmos correr atrás.
Entretanto, apesar de boas intenções, devo confessar um pequeno guilty pleasure. Um dia chegou um cara marrento, olhando os pobres coitados com desprezo e com uma roupa de grife, luvinha de quem puxa ferro, todo com uma banca de gostosão. Mas quando foi fazer o exercício “remada alta”, percebi que eu conseguia levantar mais do que ele conseguiu nas três séries que executou. Cadê o bonzão agora. Deu certo orgulho de conseguir alcançar mais do que ele naquele momento.
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