Sempre tive curiosidade e na semana passada visitei um centro espírita pela primeira vez. Aproveitei da disponibilidade da tarde que tive e acompanhei meu pai que bate cartão toda quarta feira. Todos os dias têm alguma atividade diferente neste lugar, mas meu pai gosta de ir neste dia onde toda quarta feira uma pessoa diferente é convidada a dar uma palestra. Já li muitos livros espíritas e formei uma imagem do lugar em minha mente. Gosto muito da doutrina espírita, não é tudo que eu concorde 100%, mas pode-se dizer que é a que eu mais simpatizo em relação a todos os credos disponíveis no mercado.
Chegamos tranquilamente e vi que a sala onde se realiza a palestra e relativamente pequena. Na verdade é uma casa normal que eles aparentemente alugaram para realizar seus encontros, mas bem agradável. Sentamos e começamos a conversar enquanto os outros estavam chegando.
Existe um orador oficial das atividades. Quando teve o início das atividades ele fez uma oração do pai nosso e neste momento toda a sala se acendeu luzes azuis dando um aspecto meio divino. Ao terminar, as luzes retornaram e começaram-se os recados. Informou das atividades que o centro realiza, doações aos pobres, a biblioteca de livros espíritas que existe no local para consulta gratuita, um encontro que planejam fazer etc. Esse cara é muito espirituoso e toda notícia que deu tinha uma piadinha embutida fazendo o ambiente se tornar cada vez mais descontraído e agradável.
Logo em seguida o palestrante tomou o posto no totem. Neste dia o convidado foi William Sanches, jornalista que atua em diversos meios de comunicação e também é professor universitário. Sua palestra foi boa e bem auto-ajuda. Falou sobre os rótulos que todos nós temos e de como também rotulamos as pessoas. Comentou sobre as mágoas que nos criamos em nossas vidas e disse para sempre buscarmos realizar os sonhos que temos, criar em nossas mentes a frase “E se eu fosse feliz? |Que caminho adotar”. Falou que as pessoas normalmente gostam de tragédia e tem preconceitos. E que devemos cultivar mais o amor e a gentileza.
Logo depois começou a sessão de passes. Existe uma sala ao lado desta primeira onde é realizado o procedimento. Pensei que a ida era espontânea e só ia quem quisesse. Mas fui vendo que todos tinham que ir. A ordem era de trás para frente, uma mulher ia indicando quem poderia entrar na sala já que só comportava sete pessoas de cada vez. Durante a entrada e saída das pessoas na sala, aquele cara do início ia lendo trechos da bíblia com uma música calma no fundo. Quando chegaram nossas vezes ela tocou levemente em nossos ombros indicando que podíamos ir e nos direcionamos até a porta. Quando entramos, ai sim a imagem que tive foi como na minha imaginação. Lá dentro, em frente às cadeiras que sentamos, tinham sete pessoas todas com roupas brancas nos esperando como se fossem a tropa de choque celestial pronta pra tirar as impurezas de nossos corpos. Eles realizam os procedimentos em silêncio e de vez e no final dão uma mensagem positiva tipo “que Deus te acompanhe” ou coisa parecida. Ao sair da sala, passamos por uma mesa onde tem vários copos d’água nos esperando, então devemos beber um e voltar aos nossos lugares. Todos passam pela sala incluindo as crianças que estavam em outra sala só para jovens e no final os que estavam trabalhando no local (as moças, o palestrante e o cara do início das atividades). Passa uma idéia de igualdade entre todos.
No final o cara dá mais alguns recadinhos. Apagam-se as luzes, voltam-se as luzes azuis e é rezado mais um pai nosso. Ai sim se encerra as atividades e todos nós podemos ir pra casa. Achei bastante positiva a experiência. Não poderei repetir com freqüência já que o horário de início coincide com o final do meu período de trabalho. Mas assim que possível quero ir novamente. É bem menos barulhento do que outras igrejas da moda por ai, e não somos atacados pra tirar o demônio do corpo.
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