segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Papo de sexo na infância

Em um podcats que ouvi recentemente, os convidados estavam conversando sobre como foi a primeira vez que aprenderam sobre sexo. Os pais chegaram e explicaram como a coisa funcionava? Inventaram historinhas bestas que fingem iludir uma criança como a cegonha? Como foi a sua vez?

Claro que as crianças tem muito mais contato com o sexo e a violência que gostaríamos. E elas são menos inocentes do que achamos. Basta lembra-nos de nossas próprias infâncias. Eu já sabia sobre sexo desde muito pequeno. Não lembro especificamente a primeira vez que ouvi falar disto, mas tive influência da televisão onde via filmes e novelas com cenas mais calientes. Se naquela época eu já via bastante coisa sobre o tema, imagino agora que só tem putaria em qualquer horário. Quando eu era pequeno era final da ditadura e os meios de comunicação ainda sofriam com censura prévia. Com o tempo foi piorando. Hoje um garoto já deve saber muito sobre o tema.

Outra fonte de informações são sempre os amiguinhos da rua e da escola. Eles falavam com tanta propriedade que pareciam os maiores comedores do mundo aos 10 anos ou menos. Hoje dá vontade de rir, claro, mas na época todo mundo se dizia muito experiente na arte do sexo e diziam ter comido várias. Eu, besta, acreditava e ficava com vergonha de ser virgem. Com tanto papo de sacanagem, a gente acaba aprendendo e formando sua própria imagem do que deve ser o ato.

Meus pais nunca me explicaram nada, nem tentaram. Eu, de sacanagem, uma vez abordei o assunto só pra ver o que eles falavam. Não lembro quantos anos tinha, mas era muito pequeno, talvez entre 6 e 9 anos. Já tinha visto muita revistinha pornô que passávamos entre os amigos e conversávamos muito enquanto meus pais achavam que eu ainda estava na época da inocência e da fantasia do faz de conta. Durante a exibição da novela das 8, a qual nós assistíamos todos juntos, uma personagem disse que iria “transar” com alguém. A frase passaria numa boa se eu não virasse pros meus pais e perguntasse: “O que é transar?” Eu estava testando-os.

Na hora meu pai deu uma gargalhada. Ele deve ter pensado “Fudeu! E agora?”. Repeti a pergunta diretamente para o meu pai e ele imediatamente disse que não fazia idéia do que era aquilo. Disse: “Não sei!”, enfaticamente. Então repeti a pergunta para minha mãe. Ela, mais política, tentou explicar que a palavra poderia significar várias coisas dependendo do contexto. Se usássemos transa como transação, seria a troca de um material pelo outro. Olha só que saída estratégica da minha mãe! Pra ficar mais claro minha intenção, perguntei o que significava a palavra no sentido que a personagem da novela tinha dado. Eu queria ver o que ela falaria, pois sabia que a transa era sobre sexo. Na hora minha mãe escapuliu e disse não saber também. Hoje, pensando sobre a situação, acho que ela sabia que eu sabia e resolveu não entrar no meu joguinho sujo sendo obrigada a explicar o assunto constrangedor para uma criança.

Um comentário:

  1. No meu caso, meus pais pouco falavam sobre sexo. Tive aulas de Educação Familiar na escola, além de conversar com as amigas sobre o assunto.
    Big Beijos
    Lulu

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