Trata de um assunto que já começou antes dos atores entrar em cena. O câncer de mama. Antes de começar sempre tem aquelas informações de praxe como o nome dos patrocinadores, a informação de que não é permitido filmar e fotografar e outras coisas mais. E uma das propagandas passadas foi sobre a mamografia. Eu não sabia o tema da peça antes de assisti-la então até achei curiosa a passagem da propaganda institucional do governo e achei se tratar apenas de uma divulgação institucional. Mas elas estavam inteiramente vinculadas.
A peça é um drama, mas os diálogos são recheados de cenas engraçadas, transformando a história em uma comédia dramática. Lendo o encarte, diz que uma das atrizes principais passou por um momento similar e a história foi baseada em sua experiência com a mãe, muito interessante.
No início pensei que a história fosse mais focalizada no drama familiar e nas traições que aconteceram entre os pais e filhos. A mãe, Tássia Camargo, vive sozinha depois que o marido a traiu e a deixou. Ela, por vingança, também traiu seu marido com um garotão, que sem saber era um namoradinho da filha. Todos saíram feridos e amargurados com estes fatos, mas a vida segue. Todos nós passamos por momentos difíceis e as nossas atitudes vão refletir no resto da vida que vem a seguir. Somos resultado de todas as decisões que tomamos no passado.
Agora, numa nova vida, a filha tenta se reconciliar com a mãe, que passa por um momento delicado de confronto com uma doença grave que é o câncer. A história é encenada onde mostra a cumplicidade existente entre mãe e filha e como este laço de amor é importante nas nossas vidas. Todos nós experimentamos momentos de fragilidade e ansiamos por proteção e suporte. Com a distância de uma figura masculina como o marido e a filha também ausente, ela tenta levar a vida do jeito que dá. Mas o amor de mãe e filha cresce com o encontro e com a descoberta da doença. Todo mundo tem uma criança vivendo dentro de si, que também precisa de carinho.
Depois da peça, sensibilizado pelo momento, a gente sai do teatro querendo aproveitar ao máximo o tempo que temos junto de nossos pais que são mortais e mais frágeis. Já cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi perguntar pra minha mãe se ela está fazendo todos os exames de rotina para ver se não aparece algum nódulo. Além do auto-exame tem que ter um exame anual, um check-up completo, principalmente para mulheres acima de 40 anos. Fiquei surpreso em saber que ao ser descoberto alguma coisa anormal com antecedência, a taxa de cura é de 95%. Ao invés de uma sentença de morte, pode ser o recomeço de uma nova vida.
É uma peça que aconselho para quem gosta de histórias com alto grau de emoção e quem já passou por experiências com familiares que depararam com o problema. É uma doença imprevisível, pode acontecer com qualquer um mesmo com pessoas saudáveis. É terrível não ter o controle sobre certas coisas da vida. O jeito é fazer todas as coisas que temos vontade sempre sem saber se será o último dia.
Peça: Se Você Me Der a Mão
Atores: Tássia Camargo e Priscilla Squeff.
Direção: Ernesto Piccolo.
Texto: Regiana Antonini
Local: Teatro Gazeta - Av. Paulista, 900
Horário: Sexta, 23h; sábado e domingo, 20h.
Preço: R$ 40 (sexta e domingo); R$ 50 (sábado).
Até 29/07/2012
Vivendo um dia de cada vez sempre. Ah parabéns pelo seu aniversário. Tudo de bom.
ResponderExcluirBig Beijos