quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pessoas Absurdas

A peça é basicamente a união de 3 natais seguidos comemorados na década de 80. No primeiro o casal mais pobrinho e humilde convida outros 2 casais para uma confraternização em sua casa na noite do natal. São aquele tipo de colegas e trabalho que fingem muita amizade por interesses financeiros e comerciais mas que na vida pessoal prefere nunca ter contato com eles. Amigos para a sociedade, mas não em seus corações. Nesta reunião, o anfitrião recebe dois casais mais ricos, sendo um deles poderoso, e que ele quer uma oportunidade de crescimento comercial. Na mesma noite tem um outro casal realmente amigo deles que conta piadas na festa mas que são rejeitados por não serem ricos, não tem tanta importância. Com o decorrer da história, nos outros anos são mostrados o enriquecimento do primeiro e o empobrecimento dos demais. A mudança do status social influi no modo em que cada um se comporta, o tratamento que tem em relação aos outros, evidenciando o preconceito existente na sociedade.

A mudança financeira e social das pessoas são importantes na vida das pessoas não apenas por causa da necessidade do dinheiro para pagar suas compras e despesas, mas também para o indentificar na escala social em que pertence, em sua casta. É como o pobre que quando pobre diz que se ficar rico iria ajudar muita gente, doar dinheiro, praticar o bem e quando ganha na loteria resolve assumir a posição do rico tem tudo, até naquela personalidade arrogante e dura que tanto combatia antigamente. Do mesmo jeito que a população reclama que os políticos são todos ladrões mas vive fazendo gato na eletricidade e comprando produtos piratas, evidenciando um comportamento humano da sociedade, o fato de ter dinheiro transmite ás pessoas uma sensação de poder sobre as outras o transformando em esnobe. É a hipocrisia social, todo mundo critica mas é só ter a oportunidade de trocar de lugar que automaticamente ele começa a se comportar com seu criticado.

Enquanto o mais pobre se esforça em ser simpático com o rico, oferecendo as coisas que lhe são mais caras para não se sentir humilhado, o mais rico olha pra aquilo como se fosse desprezível, um bando de gente sem classe. Mas no fundo são todos humanos com problemas similares em sua essência. Mas também mostra que a queda do status social provoca o declínio das relações amorosas finalizando os casamentos. A peça evidencializa isto mostrando que o casal que fica rico é mais unido e os dois que ficam pobres vivem crises conjugais sérias. A perda do status deve diminuir o desejo de um pelo outro, o poder seduz, a pobreza não.

É muito triste vivermos em um mundo assim. Vivemos com máscaras aparentando uma felicidade que não existe ou não é daquela forma que a sociedade espera que seja.

Peça: Pessoas Absurdas
Gênero: Comédia
Direção: Otavio Martins
Atores: Marcello Airoldi, Ester Laccava, Eduardo Semerjian, Fernanda Couto, Kiko Vianello e Fabiana Gugli.
Teatro Jaraguá
R: Martins Fontes, 71 – Centro – São Paulo
Duração: 80 minutos
http://www.pessoasabsurdas.com.br/
Sexta às 21h30; sábado, às 21h; e domingo às 19h
Em cartaz até 27/05/2012

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