A história, superficialmente sem spoilers, é sobre o médico Mark Harrison, recém saído da faculdade que se demonstra muito competente e com um futuro promissor. Ele consegue um emprego dos sonhos próximo à praia e tem tudo o que pode desejar. Um emprego bom que paga bem, mulheres se derretendo por ele, um bom salário etc. O plot twist é quando por algumas razões descritas no livro ele acaba ficando viciado e dependente de narcóticos, drogas usadas no próprio hospital. A partir daí sua vida desmorona. Os amigos que ele estimava o abandonam. A mulher que amava dá um belo e doloroso chute na bunda. Tudo o que tinha se desfaz como por encanto. A ruína de um homem é mais dolorosa quando se tem tudo e em seguida não tem nada.
O autor apresentou um cenário interessante que eu nunca tinha parado para refletir que é o vício em remédios dos médicos. Se parar pra pensar é muito fácil para um médico ter acesso a estes medicamentos por estar no hospital e poder prescrever drogas pra qualquer um e ele ainda tem o conhecimento dos efeitos das drogas como ninguém. As chances de um médico se tornar viciado é muito superior às outras profissões e é o que o autor nos mostra através de sua experiência norte-americana. Ele apresenta alguns dados dos Estados Unidos bastante alarmantes, o que me fez imaginar de como será no Brasil. Se lá, controlado já é assim, já pensou na zona do nosso país como deve ser.
Outra coisa que o autor nos apresenta é de que devemos valorizar as coisas e as pessoas que realmente importam. Quando temos sucesso profissional e pessoal, a quantidade de gente interesseira aumenta e as possibilidades de ganhar mais dinheiro que você atualmente ganha também é convidativa. Não devemos nos render aos nossos ideais e o que realmente acreditamos. Somos seres humanos com personalidades únicas e devemos buscar nosso próprio destino. E daí que algo dá mais dinheiro se sou feliz ganhando menos, mas fazendo o que gosto? E daí que aquela piriguete é gostosa e está louca pra te dar se eu tenho uma mulher linda e que vale muito mais a pena a longo prazo? E daí que para crescer tenho que ir a um lugar feio se sou feliz em outro? São estas questões que ele põe na cabeça do personagem Mark e na nossa também como leitor.
O livro surpreende, pois no início não damos o menor valor e ele se demonstra mais do que um simples passa tempo literário. Ele coloca algumas questões que podemos passar no nosso dia a dia. Nota 3,5 no Skoob.
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