Aparentemente tomei gosto pelos livros grandes. Desde o ano passado por coincidência tenho pegado livros longos para ler, coisa que eu sempre evitava fazer por pura preguiça. Sei que tem muita gente que faz isso, quando olha para um livro muito grosso já torce o nariz e desiste de lê-lo. Pena, pois podem estar perdendo muito apenas por pura preguiça.
Ano passado comecei na aventura dos livros grandes com o de George R.R. Martin, As Crônicas de Gelo e Fogo, com o carro chefe da série Guerra dos Tronos. Até então era o maior livro que tinha lido com 580 páginas e letras miúdas, adaptado a série de televisão da HBO com sucesso. Sua seqüência foi maior, no livro A Fúria dos Reis subiu para 620 páginas, imenso e que dava mais profundidade e abrangência à história. Em seguida ataquei o sucesso do Eduardo Spohr A Batalha do Apocalipse, com 640 páginas em sua edição especial de capa dura. Depois desta trinca, voltei um pouco aos livros menores.
Este ano peguei um livro na biblioteca sem vê-lo e quando chegou nas minhas mãos me assustei e quase desisti de ler, mas encarei e tenho como um dos melhores deste ano. A Dança da Morte de Stephen King ainda consta como o maior livro que li, com 940 páginas, um caminhão tanque. Desde o ano passado eu comprei o terceiro livro de Martin intitulado A Tormenta das Espadas, um calhamaço de 879 páginas e que estava enrolando pra começar. Adiei, adiei e fui lendo outros livros menores deixando este para mais tarde. Mas enfim resolvi encarar agora.
A Tormenta de Espadas é um livro muito grosso e difícil de carregar e manejar. Tenho por hábito ler no trem a caminho do serviço e com o acúmulo de pessoas tenho dificuldade de simplesmente segurá-lo a minha frente, deve ter mais ou menos um quilo.
O engraçado é ver as pessoas abismadas com o tamanho da obra. Muitos o encaram com perplexidade e não entendem como alguém em sã consciência se disporia a ler uma coisa tão grande. Um colega disse que eu estava lendo a lista telefônica. Meu sobrinho disse que parecia um dicionário. Minha irmã disse ao meu sobrinho que nenhum professor obrigou a ler este livro e eu mesmo que fui até a livraria e comprei. Ele ficou abismado. Hoje no ônibus um cara comentou alto pra mim “haja folego hein” sem nem me conhecer. Depois que saiu ainda exclamou “Deus me livre”.
Confesso que é difícil ler uma obra dessas. Mas em todos esses livros que li até hoje são excelentes e até sinto pena de quem não tem a oportunidade de conhecer. Carregar um trambolho desses é incômodo, mas o e-book está ai pra isto. O Martin, louco, está escrevendo o sexto livro da série e já tem 1.500 páginas escritas. Acho que desta vez ele só lançara em formato digital, pois ler um livro desses se torna realmente impraticável. Na pior das hipóteses, ainda serve como travesseiro e calço.
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