Jaycee tinha 11 anos quando foi seqüestrada pelo á condenado por estupro Phillip, que vivia sob condicional da justiça. Além do horror em permanecer presa, gradeada, algemada e vivendo em condições subumanas sem banheiro, água e condições básicas de conforto ela foi severamente estuprada várias e várias vezes. No livro ela descreve algumas noites que chamava de “maratonas” onde Phillip tomava drogas para se manter acordado durante várias horas e passava muito tempo realizando as mais diversas fantasias sexuais e masoquistas na pobre menina. Jaycee não é tão descritiva nesses momentos, mas ela fala de um modo geral que faz a gente entender o horror que deve ter sido. Ela chegou a ter dois filhos de Phillip no cativeiro sendo que ele mesmo fez o parto.
Com o tempo ele foi diminuindo rigor na vigilância dela deixando-a andar pelos dois cômodos onde ela era presa e teve chances de usar a internet para ensinar suas filhas. Assim como me perguntava antes me pergunto agora porque ela não procurou ajuda ou de alguma forma tentou chamar a atenção de outros. Ela diz que tinha muito medo da reação dos seqüestradores caso fizesse e ser punida muito mais do que já era. O medo foi um sentimento fortíssimo para incapacitar qualquer reação que tivesse.
O seqüestrador teve muita sorte em escolher Jaycee. Ela era uma menina independente que ia para a escola caminhando sozinha durante longa distância, forçada pelo padrasto que não ligava muito. Ela era tímida e retraída, fazendo a assimilação a um novo mundo enjaulado ser mais fácil e ter menos resistência. Outra que ela era uma menina muito dócil e carinhosa, visível pela sua escrita, fazendo com que desenvolvesse aquela síndrome de Estocolmo, onde o seqüestrado desenvolve afeição pelo seqüestrador. Ela era sempre manipulada psicologicamente para aceitar aquela situação e tentar ajudar Phillip. Ela achava que eles até eram boas pessoas que faziam algumas maldades.
Apesar de tudo ela foi forte para seguir vivendo, agüentar todo o sofrimento, encarar a vida com otimismo tentando superar os problemas, passou por tudo com resignação. Se for pensar do modo espírita em encarar a vida, pode-se dizer que pagou os pecados que poderiam ter tido em outra vida com dignidade.
Mesmo sabendo que ela foi pega ainda quando criança e nesta idade elas não tem muita iniciativa ou uma mente preparada pra tomar ações de fuga, dá raiva em ler algumas partes da história onde ela trata bem seus algozes e até os defende. Eu faria diferente. Ela teve milhares de chances de por um fim naquilo e se acovardou. Apesar de que apontar o dedo e criticar os outros de longe é fácil. Queria ver se eu teria toda essa coragem na mesma posição.
Esse livro deve ser forte né? Coitada da garota.
ResponderExcluirBig Beijos